Com a participação do público, Dose de Ciência revela mitos e verdades sobre vacinação

28/09/2018 - 7:00 - UCDB

Fonte: Natalie Malulei

A terceira edição do Dose de Ciência foi realizada no Hook Beers Park, em Campo Grande

Veja as últimas notícias da UCDB para você que está interessado em UCDB

Vacinar ou não vacinar? Ao mesmo tempo em que a indagação é frequente entre algumas pessoas e divide opiniões, outras mantem-se alheias e nem se quer lembram-se se a carteirinha de vacinação está em dia. Em meio a este cenário, na noite desta quinta-feira (27), a discussão virou pauta da 3ª edição do projeto Dose de Ciência com a proposta de levar ao público informações relevantes e incentivar a troca de conhecimentos sobre este assunto.

No Hook Beers Park, localizado nos altos da Avenida Afonso Pena, o debate, promovido pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), ganhou um ar descontraído e tornou-se acessível a todos os públicos. Participaram da discussão a coordenadora da graduação em Biomedicina da Instituição, Luana Silva Soares, e o professor dos cursos de Biologia, Medicina Veterinária e Nutrição, Ricardo Martins dos Santos. Na data, atuou como mediador o Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional da Católica, Gillianno Mazzetto.

Como surgiu a palavra vacina? Foi o questionamento que abriu o diálogo. De acordo com Luana, ela é proveniente da palavra vaca e foi originada a partir da descoberta do médico inglês Edward Jenner que identificou que algumas mulheres responsáveis por ordenhar vacas tornaram-se imunes à varíola, por terem sido contaminadas com os vírus cowpox e vaccínia causadores da varíola bovina.  “A partir desta descoberta feita em 1796 foi possível erradicar a doença em vários países, inclusive no Brasil”, comentou.

Ainda na parte histórica, professor Ricardo trouxe como as imunizações surgiram no Brasil e passaram a ser obrigatórias.  Ele explicou que o médico Oswaldo Cruz foi o grande responsável por isso. “À época outros estudiosos alegavam que era possível controlar as doenças a partir do momento em que o meio ambiente fosse mantido seguro, com ações de saneamento básico, por exemplo. Contudo, Oswaldo enxergava a vacinação como uma medida rápida para combate-las, pois as outras ações demorariam mais.  Ele queria ganhar tempo para que os problemas sanitários fossem resolvidos”, esclareceu Ricardo.

Interação com o público

Também durante o debate, muitas dúvidas dos participantes foram elucidadas por meio de uma dinâmica. Várias afirmações eram lançadas ao público e, para cada uma delas, as pessoas levantavam plaquinhas referentes àquilo que elas acreditavam ser mito ou verdade e, depois, a informação correta era apresentada pelos especialistas. Foram colocadas em cheque frases como: as vacinas são 100% eficazes; pode-se tomar várias doses de vacinas diferentes de uma vez; e existem imunizações contraindicadas para gestantes.

Pela relevância do assunto, principalmente pais e mães fizeram questão de participar, como foi o caso do publicitário Karlos Henrique Alberton que esteve presente junto com o filho dele, Matheus Cândido Diniz Alberton, de 9 anos. “Eu acho que agregou muito este debate, ainda mais para nós pais, sejam de primeira viagem ou não, porque a gente se preocupa muito com a nossa saúde e, principalmente, com a dos nossos filhos e pelo fato de ter vários tipos de informações diferentes relacionadas às vacinas, há uma preocupação se estamos fazendo certo ou errado”, comentou.

A advogada e acadêmica de Nutrição, Simone Medeiros, de 34 anos, também participou. Ela esteve no local junto com o filho, Júlio de Souza, de 10 anos, e com outros familiares. “É uma discussão polêmica que está bem em alta, por conta de doenças, vacinas e indústria farmacêutica e a gente se questiona se estão só visando ganhar dinheiro ou saúde em si? Durante muito tempo eu não soube de muita coisa que estou descobrindo agora. Adorei estar aqui hoje e pretendo vir outras vezes mesmo se outros temas forem abordados”, comentou.

Sobre o Dose de Ciência

Com a proposta de levar ao público em geral a discussão de temas científicos relevantes para a sociedade de forma divertida e em ambientes descontraídos, o Dose de Ciência foi criado em junho deste ano. Na primeira edição, realizada no mesmo mês, o encontro foi na Cervejaria Prosa e trouxe como assunto principal “Cérebros artificiais também enlouquecem!”. (Clique aqui e veja a reportagem completa.)

Já o segundo debate proporcionado pelo projeto foi realizado em agosto no bar Salomé e falou sobre consumismo. Com tema “Porque compro aquilo que eu não preciso com o dinheiro que eu não tenho?”, o evento trouxe também apresentações culturais de teatro e música que retrataram um pouco do que foi falado pelos especialistas convidados. (Reportagem completa pode ser acessada ao clicar aqui.)