Pesquisador da UCDB é selecionado para participar de programa internacional na área de bioquímica

10/03/2020 - 7:00 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Natalie Malulei

Marlon Henrique e Silva Cardoso foi um dos pesquisadores selecionados para participar do Young Scientist Program (YSP)

Veja as últimas notícias da UCDB para você que está interessado em Mestrados e Doutorados

Marlon Henrique e Silva Cardoso, orientador júnior do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biotecnologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e também docente do curso de Biomedicina da Instituição, foi um dos pesquisadores selecionados para participar do Young Scientist Program (YSP) — em tradução livre, Programa Jovem Cientista.

“Fiz a inscrição para a seletiva no ano passado e avaliaram o meu processo pesquisadores do Brasil, África do Sul, Japão, Portugal, Canadá, Espanha e Israel. Recebi o comunicado que havia sido selecionado em janeiro deste ano e fiquei muito feliz, pois vou ter a oportunidade de apresentar um dos nossos trabalhos para pesquisadores nacionais e internacionais dentro das áreas de Bioquímica, Biofísica e Biologia Molecular. É a chance de mostrar o que estamos desenvolvemos aqui na UCDB para pesquisadores de todo o mundo dentro do nosso próprio país”, ressaltou Marlon.

Promovido pela International Union for Pure and Applied Biophysics (IUPAB) em parceria com a Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf) e Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq), o programa ofereceu 40 vagas para pesquisadores das Américas (Sul, Central e Norte), Europa, Ásia e África e possibilita a troca de experiências entre eles favorecendo, assim, o estabelecimento de novas parcerias.

O Young Scientist Program (YSP) é um evento satélite que vai ser realizado entre os dias 22 e 24 de outubro, em São Paulo (SP). Além da participação neste evento, Marlon ainda concorre a uma das cinco vagas ofertadas pela 49ª Reunião Anual SBBq, 20º Congresso da IUPAB e 45ª Reunião Anual da SBBf para concorrer ao 24º Prêmio Jovem Talento em Ciências da Vida 2020, patrocinado pela empresa GE Healthcare. Esses três eventos simultâneos serão realizados em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 26 e 30 de outubro.

Pesquisa desenvolvida na UCDB em destaque

Por meio do Young Scientist Program (YSP), Marlon vai apresentar à comunidade científica participante um dos artigos em desenvolvimento (2020) referente a uma molécula criada com o uso da bioinformática a partir de uma proteína bacteriana. A molécula em questão possui uma característica peculiar e de grande interesse biotecnológico — um conjunto de três aminoácidos (asparagina-lisina-prolina) que possibilita uma flexibilidade estrutural e permite que ela tenha multifuncionalidade, ou seja, um peptídeo com potencial para defender o organismo de diferentes tipos de ameaças.

Segundo Marlon, o trabalho iniciou em 2015 no Laboratório S-Inova Biotech da UCDB em parceria direta com o pesquisador e docente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCDB, Dr. Octávio Luiz Franco. Este trabalho contou ainda com a colaboração de pesquisadores de outras instituições brasileiras, Estados Unidos, Austrália e Portugal. Como resultado dos testes biológicos realizados, os pesquisadores identificaram cinco funções distintas para a molécula em questão, incluindo atividade frente a bactérias resistentes, biofilmes bacterianos e infecções cutâneas, além de possibilitar ainda a redução do estresse de células de defesa na presença de toxinas bacterianas. Adicionalmente, o peptídeo também se mostrou eficiente no combate a células cancerígenas. Todos esses efeitos positivos foram ainda acompanhados da ausência de efeitos colaterais tanto em testes in vitro a partir do uso de células humanas saudáveis, como em modelo animal.

“Durante o processo de infecção bacteriana é comum observarmos o estresse de células saudáveis do organismo devido a presença de toxinas bacterianas. Interessantemente, o peptídeo de estudo não só foi efetivo na redução da carga bacteriana em infecções cutâneas como também reduziu o estresse de células do organismo favorecendo, assim, uma resposta do próprio organismo contra o processo infeccioso previamente estabelecido. Somado a isso, este peptídeo inviabilizou células de câncer de mama, adenocarcinoma e câncer de próstata. Por fim, observamos que este peptídeo não traz prejuízos (efeitos colaterais) para o organismo, o que foi confirmado em testes realizados com cinco tipos diferentes de células saudáveis”, esclareceu o pesquisador.