Classificador de frutos criado na UCDB é exposto no II Seminário Estadual da Guavira

30/10/2019 - 11:00 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Natalie Malulei

India Mara Sgnaulin ao lado do professor Denilson Guilherme durante o II Seminário Estadual da Guavira

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“Produtividade e método de classificação de frutos da guavira” foi o tema do trabalho apresentado por India Mara Sgnaulin, doutora em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária formada pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) em julho deste ano, durante o II Seminário Estadual da Guavira. O evento promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul (Semagro), foi realizado, nessa terça-feira (29), na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Como o tema central do evento foi “Perspectiva para desenvolvimento da cadeia produtiva”, India expôs aos participantes duas vertentes da pesquisa feita por ela, sob orientação do professor Dr. Denilson Guilherme, durante o curso de doutorado oferecido pela Católica, que incentivam a produção da guavira — considerada desde novembro de 2017, conforme a Lei Estadual 5.082, o fruto símbolo de Mato Grosso do Sul. Os estudos foram desenvolvidos em parceria com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Estado (Agraer).

Uma das vertentes resultou em classificador de frutos, que está em processo de patente pela Agência de Inovação e Empreendedorismo — S-Inova da UCDB. A tecnologia desenvolvida na Católica foi feita nas versões “manual” e “automática” e possibilita ao produtor separar os frutos de acordo com o tamanho. “Consiste basicamente em um tubo de 2,4 metros que possui quatro tipos de perfurações distribuídas da menor para a maior — 16mm; 19mm; 25mm e 32mm. Após a colheita, o produtor coloca os frutos na entrada do tubo e começa a girá-lo. Na medida em que os frutos passam pelas perfurações eles caem já classificados em bandejas”, esclareceu a doutora.

De acordo com India, classificar os frutos é importante para agregar valor ao produto. “Hoje quando a gente compra um litro de guavira vem vários frutos de tamanhos variados, não há um padrão, e, como as pessoas preferem aqueles que são maiores e mais bonitos, o produtor pode vender os que forem de maior qualidade a um preço superior”, pontuou a pesquisadora.

Outro estudo desenvolvido pela doutora vem para incentivar o plantio de guavira, já que 90% dos frutos disponibilizados no mercado são oriundos do extrativismo, algo que pode provocar a extinção da espécie com o passar dos anos. Nessa pesquisa, India buscou identificar um método, além da semeadura, que possibilitasse a produção de mudas, pois cada espécime leva de quatro a cinco anos para dar a primeira carga de frutos, um tempo grande, que pode ser reduzido por meio de outras técnicas de plantio.

“Dos métodos que testei, a estaquia feita a partir de plantas jovens foi o que deu resultado. Consegui um enraizamento superior a 70%, algo inédito quando se fala em guavira. Uma das vantagens é que você vai ter certeza da qualidade dos frutos a partir da escolha da ‘planta mãe’. Com esse método, acredito que seja possível antecipar a produção de frutos, mas é algo que precisa ser testado, à princípio sabemos a estaquia é uma possibilidade de propagação da espécie”, explicou India.