Cultura do estupro e assédio sexual são temas debatidos em painel promovido pelo Cajor

27/04/2018 - 8:00 - Graduação

Fonte: Michele Moraes

Mesa redonda foi composta por quatro profissionais de diferentes áreas do conhecimento para debater o tema

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A cultura do estupro foi um dos assuntos trazidos para discussão pelo painel “A presença do assédio na sociedade” promovido pelo Centro Acadêmico de Jornalismo (Cajor) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), na manhã desta quinta-feira (26).  No anfiteatro do bloco B, do campus Tamandaré, estiveram presentes quatro profissionais de diferentes áreas do conhecimento que abordaram o tema.

Para compor a mesa redonda foram convidadas a jornalista Lynara Ojeda; a psicanalista e coordenadora do projeto Nova (voltado para o atendimento de vítimas de abuso e exploração sexual), Viviane Vaz; a coordenadora do curso de Direito da UCDB, Elaine Cler; e a Estela Márcia Rondina Scandola, doutoranda em Serviço Social e integrante da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.

Durante a palestra foi falado bastante a respeito da cultura do estupro — termo utilizado para abordar as maneiras com que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Entre o depoimento das especialistas, Viviane pontuou como as pessoas percebem essa cultura na sociedade e que é possível mudar com pequenas atitudes.

Ela citou como exemplo uma roda de conversa em que participaram vítimas de abuso sexual e mencionou que, neste contexto, foi perceptível que a cultura do estupro está enraizadas também nas próprias mulheres.  “As ouvi declarando que ‘pediu para que acontecesse’ porque não devia ter saído com tal roupa ou falado de tal maneira, o que é um pensamento errado. Nada justifica um estupro, mas esse tipo de conceito é algo que está intrínseco nessas mulheres por costume, por terem sido criadas naquelas condições”, comentou.

De acordo com Viviane, o principal problema é que homens e mulheres que pensam desta maneira acabam criando os filhos também com este tipo de pensamento, o que faz com essa cultura permaneça na sociedade. “É preciso acabar com algumas ideias e preconceitos, por exemplo, extinguir o fato de que é preciso ensinar as mulheres a ‘evitarem’ o estupro, ao invés de ensinar os homens a não cometerem o ato”, esclareceu a psicanalista.

Texto sob supervisão de Natalie Malulei.