Em alusão ao Dia da Mulher UCDB promove debate sobre relação de gênero e violência

15/03/2017 - 13:00 - Graduação

Fonte: Natalie Malulei

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Na noite desta terça-feira (14), em alusão ao Dia Internacional da Mulher, o anfiteatro do bloco B da Católica foi palco para uma discussão sobre relações de gênero e violência. Participaram da mesa-redonda a juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande, Dra. Jacqueline Machado; a subsecretária adjunta da Subsecretaria Municipal de Políticas para a Mulher (Semu), Yoni de Souza Coelho, e também a coordenadora de projetos do órgão, Márcia Paulino da Silva Lopes.

As especialistas expuseram a triste realidade brasileira: no país, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada e, por dia, há 13 mortes de mulheres registradas. Um cenário que reflete o sistema patriarcal em que vivemos e retrata a forte presença da desigualdade entre homens e mulheres, apesar do fortalecimento do feminismo e do crescimento da mulher em vários setores da sociedade.

Segundo a juíza Jacqueline Machado, os altos números também estão presentes em Campo Grande. Só em janeiro deste ano, por exemplo, a vara pela qual ela é responsável expediu 762 pedidos de medida protetiva para mulheres. Para ela, o combate a essa violência é difícil pelo fato de a desigualdade entre os gêneros ser algo intrínseco na sociedade: “O combate é um desafio porque a violência está embasada em um histórico cultural, no qual a mulher sempre foi vista como um acessório, uma propriedade dos homens, então tudo isso, faz com que seja difícil mudar esse cenário e reduzir os números que hoje são absurdos”.

Tanto para a juíza como para a subsecretária da Semu e também para a coordenadora de projetos do órgão, além de promover políticas públicas que reforcem o direito da mulher, um dos caminhos para proporcionar a igualdade de gêneros é a educação. “O primeiro passo é a conscientização. Por ser machista, a sociedade coloca a mulher em uma posição de subordinação. E conscientizar é o principio para que elas se empoderem, conheçam os direitos que possuem, coloquem os conhecimentos em prática e continuem a luta para que consigam ocupar espaços ainda não alcançados”, ressaltou Márcia.

Aspectos discutidos pela mesa-redonda foram acompanhados pelos alunos dos cursos de Psicologia e Assistência Social da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). A ideia foi expor ao grupo a realidade que vão encontrar quando chegarem no mercado de trabalho, já que prioritariamente são esses profissionais que dão assistência à mulheres vítimas de violência. “Queremos expor aos alunos o que vão enfrentar depois da graduação e mostrar também as iniciativas do poder público para coibir a questão da violência e do apoio à mulher agredida, pois muitos deles vão atuar nessa rede de apoio”, explicou o coordenador do curso de Psicologia, Renan Cunha.