25/10/2019 - 7:00 - UCDB
Fonte: Natalie Malulei
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Dois especialistas e um assunto em comum: “Práticas baseadas em evidências”. Foi com a proposta de debater este tema e trocar conhecimentos com o público que Felipe Corchs, psiquiatra e professor da Universidade de São Paulo (USP), e Rui Mateus Joaquim, psicólogo e pós-doutorando em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), estiveram na Cervejaria Prosa, em Campo Grande, na noite dessa quinta-feira (24). O bate-papo descontraído fez parte da 8ª edição do “Dose de Ciência”, promovida pela Católica e mediada pelo docente Dr. André Barciela Veras, integrante no Núcleo de Análise do Comportamento e Neurociências (NACNeuro) da Instituição.
Em um cenário em que psiquiatras e psicólogos têm questionado: qual técnica é mais eficaz para determinada doença? Ou ainda, o que motivou a melhoria de determinado paciente? Os especialistas discutiram com a comunidade como as evidências podem ser identificadas e julgadas em relação a eficiência. O assunto, à princípio, pode parecer distante da realidade das pessoas que não atuam na área da saúde, mas quem é profissional, garante que não.
“Quando você precisa de um tratamento médico, por exemplo, aceita qualquer um? A maioria das pessoas não. Todos querem ter um retorno, algo que funcione, e isso não é diferente com a psicologia e com a psiquiatria. Nós buscamos identificar se dá certo. Pensar isso, pode ajudar as pessoas a escolherem o profissional ideal para cada caso”, esclareceu Dr. Rodrigo Lopes Miranda, um dos professores da UCDB que integram o NACNeuro e organizaram o evento.
Durante o encontro, Felipe expôs isso na prática e começou o diálogo com os participantes a partir de uma atividade interativa que contou com um “quiz”. Nas primeiras perguntas o público teve que optar entre técnicas para uma cirurgia de apendicite e em relação ao profissional que iria fazer o procedimento — as alternativas traziam situações hipotéticas em que o participante poderia considerar, por exemplo, o número de pesquisas feitas a favor de cada técnica e a expertise do médico que a aplicaria.
Em seguida, os questionamentos voltaram-se para as áreas da Psicologia e da Psiquiatria com a proposta de gerar reflexão em relação ao trabalho desenvolvido. “Não podemos dizer que é errado um profissional usar algo que não está baseado em evidências, pois, no contexto científico, há evidências somente em ensaios clínicos e, na verdade, existem outras fontes de conhecimento e a própria experiência adquirida por cada um”, pontuou Felipe.
Na mesma data, Rui conversou com o público sobre o conceito de evidência em si, além de propor uma discussão sobre a maneira com que a humanidade percebe e lida com essas evidências. De acordo com o psicólogo, hoje existe um certo obscurantismo. “Quando temos que avaliar, por exemplo, se o mundo está melhorando ou piorando, muitas vezes respondemos de acordo com o que a gente percebe da realidade e não necessariamente a partir de dados reais. Isso acontece por um conforto cognitivo ou por um comportamento padrão. O viés da negatividade e o viés da separação sempre nos influenciam no momento em que iremos julgar um evento e isso, muitas vezes, nos impede de ver a realidade dos fatos”, expôs o pesquisador.
I Colóquio NACNeuro
Nesta edição, o projeto de Dose de Ciência fez parte da programação do “I Colóquio NACNeuro” que teve início na quarta-feira (23), no campus Tamandaré, e se encerrou ontem (24). O evento promoveu, ao todo, seis palestras e quatro mesas-redondas voltadas para acadêmicos e profissionais das áreas da Saúde e de Ciências Biológicas.
Atividade faz parte da disciplina Neurociência e Comportamento do Consumo
Evento termina no próximo sábado (9)