Dose de Ciência: Bate-papo descontraído em bar aborda mobilidade urbana

16/08/2019 - 8:04 - UCDB

Fonte: Natalie Malulei

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Na noite dessa quinta-feira (16), o Salomé Bar, em Campo Grande, foi palco da 7ª edição do Dose de Ciência. Realizado pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), o evento propôs uma discussão descontraída sobre o tema “Mobilidade urbana: por uma cidade mais minha”. Ao todo, dois professores da Instituição participaram do debate: Fernando Camilo de Carvalho Júnior, arquiteto especialista em planejamento urbano e políticas públicas de desenvolvimento; e Dra. Fabiana Maluf Rabacow, profissional de Educação Física com doutorado em medicina preventiva. Além deles, também esteve presente o professor de Arquitetura e Urbanismo da UCDB, Dr. Alessandro Campos, que atuou como mediador.

"A ideia do encontro veio para discutir cidades, não só de uma forma científica mas também ter uma fala cidadã", iniciou Fernando. O bate-papo começou ao traçar um perfil dos municípios brasileiros, segundo o docente, eles são planejados sem vocação para a humanidade e se focam, principalmente, no trânsito. Em um cenário em que o carro é a principal opção de transporte, ele enfatizou a necessidade de se pensar diferente e conseguir executar essa mudança.

"Deixar de priorizar um modal individualista, como o automóvel ou a moto, é uma questão de sobrevivência. Mas, qual outro meio de transporte podemos adotar? Nas cidades brasileiras podem ser aplicadas muitas opções, só que aí, a gente tem que pensar na estrutura desses locais. Temos que permitir ao cidadão caminhar, pedalar e correr, sem ser exposto a riscos", ressaltou Fernando.

Como forma de complementar a fala do docente, Fabiana pontuou a importância do transporte ativo — aquele em que a pessoa usa o exercício físico como deslocamento — e, mais uma vez, trouxe à tona a necessidade de se pensar em um ambiente urbano que permita práticas que promovam saúde. "Vocês acreditam que a forma com que as cidades são planejadas impacta no fato das populações serem saudáveis, ou não?", questionou ao público.

Para a professora, o ambiente está diretamente ligado a condição dos cidadãos. "Hoje o nosso principal problema está associado ao modo que vivemos. A questão é que muitas vezes nossas escolhas não são apenas nossas. Adquirir um hábito mais saudável, pode não ser uma decisão só da pessoa. Ela é influenciada pelas facilidades proporcionadas pelo local ou atrapalhada pelas barreiras, por isso temos que pensar em onde vivemos", esclareceu Fabiana.

Junto com acadêmicos da UCDB, várias pessoas de fora participaram do Dose de Ciência. Uma delas foi a advogada Michele de Andrade Torres. O que atraiu a jovem foi o tema do debate, já que ela faz parte do "Coletivo Bic Nos Planos", uma iniciativa que trabalha para incluir o uso da bicicleta nas políticas públicas de Campo Grande.

"Achei bastante relevante a discussão e gostei muito da iniciativa de levar o conhecimento para fora da Universidade. Penso que a ciência deve contribuir com a sociedade e influenciar na vida das pessoas, por isso estar perto delas é a melhor forma de saber o que precisam", elogiou Michele.

Sobre o Dose de Ciência

Com a proposta de levar ao público em geral a discussão de temas científicos relevantes para a sociedade de forma divertida e em ambientes descontraídos, o Dose de Ciência foi criado em junho de 2018. Já foram realizadas seis edições do projeto que abordaram assuntos de várias áreas do conhecimento como: “Cérebros artificiais também enlouquecem!”; “Por que compro aquilo que não preciso com o dinheiro que não tenho?”; “A reviravolta das vacinas”; “Saúde mental de estudantes universitários”; “Como organizar finanças em tempos de crise” e “Os mitos da fake news”.