Biblioteca UCDB 25 anos: Lembranças e reencontros marcam abertura de exposição

13/05/2024 - 13:10 - UCDB

Fonte: Silvia Tada

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A comemoração dos 25 anos da Biblioteca Pe. Félix Zavattaro, realizada na manhã de hoje (13), reuniu ex e atuais colaboradores da Universidade Católica Dom Bosco com muita alegria pelo reencontro e lembranças de histórias, principalmente relacionadas aos sacerdotes salesianos Pe. Félix Zavattaro — que nomeia o espaço da Biblioteca —, Pe. Ângelo Venturelli, Pe. João Falco, Pe. César Albisseti, Pe. Gonzalo Ochoa, Pe. Adolfo Sánchez y Sánchez, Pe. Arlindo Pereira de Lima, Pe. Walter Bocchi, Pe. Antônio Secundino, entre muitos outros. Os três primeiros, em especial, tiveram grande importância na história do ensino superior no então Mato Grosso e iniciaram os trabalhos no Museu das Culturas Dom Bosco.

O evento teve a presença do Reitor da UCDB, Pe. José Marinoni, dos Pró-Reitores Taner Douglas Bitencourt (Administração), Rubia Renata Marques (Graduação e Extensão), Cristiano Marcelo Espínola Carvalho (Pesquisa e Pós-graduação) e Rafael Gustavo Santos Souza Lopes (Pastoral e Assuntos Comunitários), o representante da Missão Salesiana Ir. Raffaele Lochi, além de coordenadores e diretores de área e pessoas que trabalharam na Biblioteca ou conheceram os salesianos.

“Temos o desafio de continuar essa obra tão grande que eles iniciaram. Vejam, falar de uma universidade, do ensino superior, de museu, de biblioteca, é para qualquer um desanimar. No entanto, esses homens visionários, sonharam, realizaram e nos deixaram seu legado. A eles, o nosso reconhecimento; a eles, a nossa gratidão; a eles, o nosso aplauso. E a vocês, que são os continuadores dessas belas ideias e realizações desses nossos três irmãos [Zavattaro, Venturelli e Falco], não é fácil continuar uma obra tão grande como a iniciada por eles, mas sei que estão se dedicando”, relembrou Pe. Marinoni.

O Reitor ainda fez questão de destacar o trabalho desempenhado pelo Ir. Raffaele Lochi para que o evento acontecesse. O salesiano fez questão de convidar algumas pessoas que tiveram contato com Pe. Félix Zavattaro para que a comemoração dos 25 anos ficasse completa. “É muito bom ver todos reunidos. Agradeço a presença de todos e, agora que começamos a reunir essas pessoas que trabalharam nas primeiras faculdades, sugiro um reencontro maior dos ex-colaboradores que fizeram parte daquela época”, animou-se Ir. Raffaele.

Novos tempos

Para a bibliotecária gestora Mouramise de Moura Viana, a mudança que se espera há 20 anos está acontecendo aos poucos. “Tem muitos colegas bibliotecários que estão aqui hoje e todos eles sabem que, quando nós fizemos a faculdade, já se falava nessa migração do formato físico para o formato digital. Então, nós esperamos essa mudança há muito tempo, mas de fato, tecnicamente, ainda não aconteceu totalmente. Nós temos demanda para os três formatos, tanto físico, quanto digital, quanto virtual e isso é um desafio, porque nós precisamos de um repositório que abrace todos esses conhecimentos e que possa estar disponível para o usuário. Que venham novos tempos! Estamos preparados pra isso”, afirmou.

O gestor do Museu das Culturas Dom Bosco, Dirceu Maurício van Lonkhuijzen, abordou a similaridade entre museus e bibliotecas, já que ambos guardam coleções que são importantes para o conhecimento humano. “Museus e bibliotecas se comunicam e são espaços que estão se ressignificando. Estamos iniciando a 22ª Semana Nacional dos Museus, que tem como tema Educação e Pesquisa e isso se casa perfeitamente com a proposta do Museu das Culturas Dom Bosco, que é um museu universitário. Então, trazer a exposição para essa comemoração é muito significativo. Convidamos o Biotério da UCDB para fazer parte da mostra, com seus animais, ajudando a transformar o local em um espaço sensorial, tal qual a experiência da famosa Biblioteca de Alexandria”, explicou Dirceu.

O professor Roberto Figueiredo, representando o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico, reconheceu a importância da UCDB para a cultura em Campo Grande. “A Biblioteca Pe. Félix Zavattaro e o Museu das Culturas Dom Bosco são dois patrimônios, dois gigantes da nossa cultura e não tem como não reverenciar a UCDB por esses trabalhos”, destacou o docente, que ainda doou um livro em latim, O resumo da história de Pio IX, escrito em 1877, para o acervo da Biblioteca.

Lembranças

Cada convidado, quando questionado, reviveu lembranças da época em que a Biblioteca ainda funcionava no Colégio Dom Bosco, servindo tanto à escola quanto as primeiras faculdades salesianas.

Rocilda de Barros Oliveira destacou a simplicidade e o carisma de Pe. Félix. “Ele era um homem que falava fluentemente quatro, cinco línguas, era um intelectual. Mas era de uma simplicidade impressionante. A missa dele, aos domingos, era lotada não apenas de jovens, mas também adultos que vinham só pra ouvi-lo. Lembro perfeitamente que durante a Eucaristia, Pe. Félix se emocionava tanto que chegava a chorar. Ele tinha vergonha disso, mas eu dizia que a sua voz embargada nos tocava o coração mais do que 1.000 homilias. Era um homem fantástico e poder conviver com ele nos alegrava demais”, disse a ex-professora dos cursos de Pedagogia, História, Geografia, Letras e Psicologia.

Para o professor Heitor Romero Marques, ouvir tantas histórias de décadas passadas e rever os amigos o fez viajar no tempo. Dalvo Rabelo Sampaio Filho trabalhou na Missão Salesiana entre 1972 até 2002. “Fiquei surpreso com o convite e feliz pela lembrança e oportunidade de revisitar a UCDB”.

Egressa da primeira turma de Pedagogia da então Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, Therezinha Selem, de 83 anos, foi uma das pioneiras no Brasil no desenvolvimento de novas metodologias para o curso. “Fui a segunda pessoa a se inscrever na faculdade e Pe. Félix era o professor de Sociologia. Era um sonho que queria muito: poder estudar. Antes, somente os meninos iam cursar o ensino superior em outros estados e não voltavam para Campo Grande. Os salesianos não imaginam como foram importantes para que nós, mulheres, alcançássemos as mesmas condições e continuássemos nossos estudos. Depois de me formar, tornei-me professora. Lembro-me que quando chegou a hora do estágio, não tínhamos referência, precisamos ir até Cuiabá. Na minha lua-de-mel, no Rio de Janeiro, eu aproveitava o tempo visitando outras universidades para aprender como elas faziam. Éramos todos pioneiros, o mercado ainda estava se abrindo para os novos profissionais que estavam se formando. Depois de um tempo, escrevi o livro De talentos e paradigmas, em que conto toda essa história que os mais jovens precisam conhecer. Escrevi em reconhecimento e agradecimento aos salesianos por tudo que fizeram para o desenvolvimento do Estado”, relatou.

 

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