Artigo: Hoje te proponho a vida e a felicidade (Dt 11,26)

17/02/2013 - 7:00 - Pastoral

Fonte: Me. Gillianno J. M. de Castro, Pró-reitor de Pastoral

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Muitos perguntam: qual é o sentido da quaresma? Seria este um tempo melancólico no qual a penitência e a renúncia bradam como arautos de um mundo triste? Ou então, seria este um tempo dedicado à tristeza e à aridez?

Se observarmos profundamente, a quaresma é um dos tempos mais oportunos que a Igreja nos propõe para pensarmos sobre o que é fundamental em nossa vida. Nela, Deus nos propõe a vida e a felicidade (cfr. Dt 11, 26) e nos pede um retorno ao tempo feliz no qual os laços do pecado ainda não imperavam no coração do homem.

E por isso, este tempo se abre com o grande convite de Paulo na segunda carta aos coríntios: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus.” (2 Cor 5, 21), convite este que vem expresso com toda a força do verbo grego “katallagéte”.

Porém, tal chamado supõe o grande dom que Deus, ao criar o homem, deu-nos, isto é, a liberdade, pois é somente querendo e decidindo-se por Ele que o homem pode fazer a experiência do Seu amor e da sua participação no mistério do Filho.

Eis o grande tema da quaresma, isto é, a abertura ao amor de Deus e a redescoberta da vida como dom de infinito amor. É Deus que nos diz: “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes” (Dt 30, 19), vida esta que é plena e abundante porque é profundamente alicerçada numa trindade de amor, que age por amor para fazer com que o homem redescubra-se como amor em sua plenitude.

Portanto, digamos com Bach que na sua cantata BWV 180 Schmücke dich, o liebe Seele nos diz: Schmücke dich, o liebe Seele, lass die dunkle Sündenhöhle, “enfeite-se, ó querida alma, deixe a caverna escura do pecado” e assim fazendo estaremos prontos para celebrar mais dignamente a páscoa do Senhor que está por chegar.

Uma boa quaresma a todos.