02/08/2019 - 11:00 - Mestrados e Doutorados
Fonte: Natalie Malulei
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Dr. Octávio Luiz Franco, professor da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), recebeu certificado de excelência durante a 2ª Conferência Internacional de Bioquímica e Biotecnologia Aplicada, realizada em Macau (região da costa sul da China) no mês de julho, entre os dias 21 e 24. A premiação foi concedida ao docente pois a palestra proferida por ele foi considerada a melhor dentro da área de “Biotecnologia aplicada à saúde”.
Ao todo, 15 palestrantes foram avaliados a partir de critérios como criatividade, profundidade científica, qualidade do material apresentado e relevância do tema. “Fiquei muito feliz com o reconhecimento. Esse certificado aumenta não só a minha motivação, mas também de toda a equipe de pesquisadores que trabalham comigo. É um sinal de que estamos no caminho certo”, comemorou Octávio.
Durante a conferência, o docente da UCDB falou sobre desenhos de novos antibióticos a partir de plataformas computacionais, ou seja, a utilização da bioinformática para a construção ou potencialização de moléculas capazes de combater bactérias. Ele apresentou ao público um algoritmo desenvolvido em conjunto com pesquisadores da Católica, no laboratório S-Inova Biotech, que permite intensificar o efeito anti-infeccioso de moléculas.
“É um algoritmo genético. Um programa de computador chamado Joker — do inglês, coringa. Com ele é possível separar características ruins de uma molécula e inserir, no lugar delas, características positivas retiradas de outras partículas presentes na natureza que serão mais potencialmente antibióticas, criando assim uma nova proteína”, esclareceu Octávio.
Com a utilização do Joker, o pesquisador já conseguiu criar várias moléculas que podem ser a chave para a produção de novos antibióticos e apresentou os trabalhos desenvolvidos durante o evento. Uma delas é a “Guavagnina 2” — uma proteína retirada da semente da goiaba que teve o efeito de combate a superbactérias potencializado a partir do algoritmo. A pesquisa contou com apoio internacional.
De acordo com Octávio, o composto pode atuar contra diferentes tipos de bactérias como Escherichia coli, que causa infecções urinárias, a Staphylococcus aureus,responsável por provocar infecções na pele, e os diferentes tipos de KPC (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase), que causam pneumonia e são preocupantes por serem super-resistentes a maior parte dos antibióticos. Além disso, a molécula também tem uma atuação eficiente contra biofilme, que são agregados de bactérias que as tornam até dez vezes mais resistentes.
Também há outras dez moléculas geradas em laboratório a partir da bioinformática. Essas proteínas são derivadas de um micro-organismo denominado Pyrobaculum aerophilum, presente nas águas ferventes de Ischia — uma ilha vulcânica na Itália. O estudo, liderado pelo professor Octávio, é resultado de um consórcio entre Brasil, Estados Unidos, Austrália e Canadá. Segundo o pesquisador, as proteínas têm um enorme potencial de combate para bactérias que causam infecções em feridas e um ponto positivo é que não causam efeito colateral.
Atividade faz parte da disciplina Neurociência e Comportamento do Consumo
Evento termina no próximo sábado (9)