Pesquisadores da Bélgica firmam cooperação com a UCDB para a realização de pesquisas

03/10/2017 - 11:00 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Natalie Malulei e Michele Moraes

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Convidados pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em setembro, os professores da Faculdade de Bioengenharia da Universidade de Gante (Bélgica), Dr. Danny Geleen e Dr. Stefaan Werbrouck estiveram na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Os dois participaram de uma reunião com o Reitor da Instituição, Pe. Ricardo Carlos, conheceram o campus Tamandaré e firmaram um acordo de cooperação para a realização de pesquisas.

Na data, dia 19, o Dr. Danny Geleen, ainda ministrou uma palestra para os mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos em Biotecnologia. O especialista abordou o tema "A Switch in life cycle: meiosis” (Tradução: Um interruptor no ciclo da vida: meiose). Geleen expôs o trabalho desenvolvido no Laboratório de Cultivo In Vitro de Plantas do Departamento de Produção Vegetal, onde estuda os genes presentes nas plantas relacionados a expressão da apomixia — quando o espécime não necessita do mecanismo de reprodução sexuada para se propagar e gera sementes viáveis.

Em laboratório, o cientista tem mapeado esses genes que podem induzir a apomixia, no momento em que a planta sofre algum tipo de estresse. Testes foram feitos na espécie Arabidopsis thaliana e depois reproduzidos no tomate. “Pelo mecanismo de indução de choque térmico a partir do congelamento do pólen, o cientista percebeu que, no processo de meiose (divisão celular), havia um bloqueamento nessa divisão celular e essas células começavam a induzir apomixia nas próximas gerações”, esclareceu a pós-doutoranda em Biotecnologia pela UCDB, Jannaína Velasques, que intermediou a vinda dos especialistas bélgicos.

Jannaína foi orientanda de Geleen ao participar do Programa de Doutorado-Sanduíche e explicou que tanto Dr. Danny quanto Dr. Stefaan trabalham em conjunto com o pesquisador  Dr.Timothy Sharbel, da Universidade de Saskatchewan (Usask), Canadá, que esteve na UCDB em novembro do ano passado também por meio do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia.

Diante das pesquisas desenvolvidas, a intenção do trio é utilizar a reprodução assexuada das plantas no melhoramento de sementes agrícolas: “Com essa nova tecnologia que os cientistas buscam que o produtor rural seja capaz de produzir sementes sem a necessidade de comprar das empresas que comercializam híbridos; ele seria autossuficiente”, comentou a pós-doutoranda.

Cooperação

Agora, durante o pós-doutorado, mais uma vez Jannaína irá participar de um estudo junto aos especialistas estrangeiros. Durante a visita à UCDB, Dr. Danny e Dr. Stefaan estabeleceram uma parceria com a Católica — foi assinado um termo de cooperação para a realização de uma pesquisa sobre a mandioca (Euforbiáceas).

O projeto é liderado pela professora Dra. Marney Pascoli Cereda, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária da UCDB. “Estamos na fase de testes, a professora Marney foi a campo fazer coletas de espécimes, no Mato Grosso, em regiões com bioma amazônico. Estamos atrás das variedades ancestrais não melhoradas para poder sequenciar o DNA e verificar se existem diferenças importantes que possam vir a gerar características interessantes comercialmente”, pontou Jannaína.

Com o estudo, pretende-se é identificar as características do amido e também aquelas que se manifestam geneticamente, como a resistência da planta à seca, altas temperaturas e a presença de alumínio no solo. Ao traçar essa linha evolutiva, a intenção é resgatar esses genes que seriam importantes, mas que por algum motivo se perderam com o passar do tempo.

“A mandioca é tida hoje como uma das espécies de alimentação de base importante para a manutenção da segurança alimentar mundial, então com os problemas climáticos que a gente tem enfrentado, essas culturas são extremamente importantes para a adaptação a condições climáticas mais extremas e por isso a ideia é que a partir dessas informações a gente possa vir a desenvolver espécies mais resistentes, adaptadas à regiões diferentes, mas que tenham características funcionais, sejam alimentos com propriedades nutracêuticas e nutritivas”, explicou Jannaína.