Mesa-redonda realizada nesta terça-feira encerra Colóquio Internacional de Segurança Pública

09/05/2017 - 7:00 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Ariane Nogueira e Bianka Macário

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Mesa-redonda “Narrativas do Poder Punitivo: o Mórbido Fascínio pelo Encarceramento” será realizada às 8h, no anfiteatro do bloco B do campus Tamandaré. O debate encerra o Colóquio Internacional de Segurança Pública: Debates Sobre o Encarceramento, que teve início nesta segunda-feira (8).

Evento promoveu palestras e mesas-redondas durante todo o dia de ontem e contou com a participação de especialistas de várias regiões do país: “A ação foi interdisciplinar, tivemos convidados da área do Direito e da Psicologia, buscamos um debate e conscientização sobre as lógicas de encarceramento na segurança pública”, explicou a organizadora Dra. Andrea Scisleski, professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

No anfiteatro do bloco B, durante a manhã foi realizada a mesa-redonda: “Justiça e Crime no Brasil: Aberturas Interdisciplinares entre o Cárcere e a Academia”. Durante a discussão a professora de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Dra. Mariana Assis Brasil falou sobre a reforma psiquiátrica e manicômios judiciários presentes atualmente no país.

“A medida de segurança é um tratamento para esses criminosos com algum distúrbio e não tem um tempo máximo estabelecido, mas nem por isso estas pessoas devem ser esquecidas nessas prisões e saírem de lá, na maioria dos casos, sem vida”, expôs Mariana. A especialista defendeu ainda que devemos deixar de lado a parte criminal e pensar que aquela pessoa é um ser humano doente e que precisa de cuidados: “Existe uma super valorização do crime. Nós esquecemos que a lei da saúde pública tem uma reforma psiquiátrica onde a internação é feita apenas em último caso, o isolamento só vai tornar aquele individuo pior mentalmente”, concluiu.

Já o Dr. Pedro Paulo Bicalho, do Conselho Federal de Psicologia, que também participou da mesa-redonda, abordou a lógica carcerária em análise e trouxe práticas interdisciplinares: “Com 55 anos da profissão do psicólogo, temos até hoje a formação para trabalho em clínica, mas nosso mercado está em expansão e devemos nos desprender dessa formação tradicionalista”.

Além dos dois especialistas, participaram do debate o defensor público Cahue Urdialles e o juiz I Vara Criminal da Comarca de Campo Grande, Dr. Roberto Ferreira Filho. Cahue falou sobre o exame criminológico e a perpetuação da prisão e o Dr. Roberto expôs a prisão provisória no Brasil e a responsabilidade do julgador.

No período da tarde foi realizado o minicurso “Fronteiras e limiares do saber: aberturas interdisciplinares entre o cárcere e a academia”, ministrado pela docente da Católica Dra. Andreia Flores e pelo docente da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI-RS), Dr. Pedro Pacheco. Para a mestranda Suyanne Santos, 24 anos, discutir esse tema foi de grande relevância: “A desconstrução desse assunto é muito importante, pois a discussão pode quebrar muitos preconceitos”. À noite, foi promovida a mesa-redonda “Limiares do Saber: Segurança e Sistema Jurídico-Penal: para que(m) servem?”. Para obter mais informações ligue (67) 3312-3605.