27/04/2020 - 7:00 - Mestrados e Doutorados
Fonte: Natalie Malulei
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Por meio de videoconferência, como forma de evitar o contágio do novo coronavírus, o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) promoveu, na sexta-feira (24), a defesa de tese de Lorene Almeida Tiburtino da Silva. A pesquisa desenvolvida pela doutoranda foi feita sob a orientação do professor Dr. Reginaldo Brito da Costa e teve como tema “Ecodesing, economia circular, e logística reversa como ferramentas para a sustentabilidade: Um estudo de caso de iniciativa local e ressignificação do uso do vidro em Bonito (Brasil)”.
De acordo com Lorene, a tese veio para contribuir com a ampliação das discussões referentes à logística reversa — conceito que consiste em um conjunto de ações capazes de possibilitar o retorno dos resíduos sólidos de determinados produtos para a empresa que os produziu de modo que ela possa reciclar o que for possível e dar à destinação correta aos demais resíduos. Com essa proposta, o objeto de estudo da pesquisa foi o trabalho desenvolvido pela Casa do Vidro, empreendimento localizado em Bonito, Mato Grosso do Sul.
“A empresa é responsável por coletar 80% do vidro da cidade que teria como destino final o lixão e dá um novo significado para o que iria ser jogado fora. Este material é reciclado e transformado em peças decorativas e utensílios domésticos, o que gera valor e ajuda na preservação do meio ambiente. A empresa trabalha em escala industrial”, expôs Lorene.
Segundo a doutoranda, o estudo buscou verificar se a atitude da indústria possibilitou algum tipo de retorno ambiental, além de identificar como a construção da ideia de logística reversa e economia circular se dava do próprio território, ao tentar responder, por exemplo, se a população da cidade e o setor público colaboravam com o processo e também como os demais setores participavam da ação.
“Foi possível identificar que a quantidade de vidro reutilizada pela empresa nos últimos quatro anos, possibilitou uma redução expressiva nos danos ao meio ambiente. Se o mesmo volume do produto reaproveitado tivesse que ser fabricado desde o início, 3.786.250 kg de poluentes seriam lançados na água e 243.750 kg de poluentes, no ar. Além disso, um total de 958.750 kg de material abiótico — aquele que o meio ambiente não consegue transformar em matéria orgânica — seria descartado de forma negligente, como em lixões”, ressaltou a pesquisadora.
Lorene também identificou que a atitude do empreendimento gerou uma consciência ambiental na própria população e em empresários de outros setores. “O fato de ser uma cidade que vive do ecoturismo e depende economicamente de ter um ambiente saudável e equilibrado fez com que ação da Casa do Vidro despertasse o interesse de toda a comunidade. Há donos de restaurantes, por exemplo, que separam as garrafas de bebidas e fazem questão de doar para a empresa, pois sabem o quanto isso é necessário para a preservação da natureza”, pontuou a doutoranda.
Além do orientador da pesquisa participaram da banca avaliadora os professores da UCDB Dr. Michel Ângelo Constantino de Oliveira e Dra. Arlinda Cantero Dorsa, o docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Dr. Milton Augusto Pasquotto Mariani e o professor da Anhanguera Uniderp Dr. Vitor Hugo Brito.
Entrada será gratuita, com início às 19h30