Cientistas da UCDB fazem deextinção de animais em busca de novos fármacos

16/09/2024 - 7:55 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Silvia Tada

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Imagine trazer de volta à vida animais — ou partes deles — que já deixaram de existir há anos. Assim tem sido a busca de pesquisadores da área de Biotecnologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) que conseguiram a deextinção de moléculas de três animais: a ararinha azul do Pantanal, uma ave neozelandesa e o rinoceronte negro africano. Os resultados obtidos até agora foram publicados na mais recente edição da Cell Reports Physical Science, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo.

A pesquisa é de autoria do doutorando em Biotecnologia da UCDB Adryan Franklin Luiz Ferreira, sob a orientação do professor Dr. Octávio Luiz Franco. São coautores da publicação Karen Osiro, Kamila de Oliveira, Marlon Henrique Cardoso, Lucas R. de Lima, Harry M. Duque, Maria L. R. Macedo, Celine Landon, da UCDB e Cesar de la Fuente Nunez (Universidade da Pensilvânia - EUA).

“Fomos buscar informações nos bancos de dados de material genético do mundo todo. É como ler um hieróglifo. Nós criamos algoritmos para ler esse DNA e, principalmente, saber como funcionam os sistemas de defesa. Quando esses animais foram extintos, perderam-se também as informações de como eram suas respostas imunes. As proteínas que encontramos nos animaram muito, pois podemos descobrir novas potencialidades para o desenvolvimento de fármacos”, detalhou Octávio.

Os pesquisadores selecionaram os melhores resultados: moa, uma ave da Nova Zelândia, a ararinha azul do Pantanal, e o rinoceronte negro. As duas primeiras são consideradas extintas, enquanto o mamífero ainda tem alguns pequenos grupos registrados na África. 

Adryan explica o interesse por animais que já não existem: “Primeiro, eu gostaria de ressaltar o nível da nossa biotecnologia aqui no Brasil. A gente consegue pegar uma molécula que não existe mais na natureza e trazê-la de volta. Elas são interessantes, pois podem ter recursos antigos que foram perdidos e isso gera um novo conhecimento para a humanidade. Nós podemos entender como o corpo deles reagia aos patógenos da época e ver a evolução dos sistemas de defesa”.

Revista mundial

A Cell Physical é considerada uma das revistas científicas mais importantes e ter um artigo aceito é motivo de comemoração. “Trata-se de uma publicação extremamente importante e quero agradecer aos meus orientadores e toda equipe da UCDB, de Brasília, da França e dos Estados Unidos. Foi um trabalho construído com o conhecimento de muitos cientistas. Trabalhar na UCDB é fantástico e isso mostra que fazemos ciência de qualidade, uma das melhores do Brasil. Tenho aprendido muito”, contou o doutorando, que foi também aluno do Mestrado em Biotecnologia da UCDB e é formado em Ciências Biológicas.