Projeto ‘Vivências de Cidadania’ promove intercâmbio cultural entre acadêmicos e índios Xavantes

20/10/2016 - 15:00 - Extensão

Fonte: Ellen Prudente

Acadêmicos durante intercâmbio cultural na aldeia São Marcos

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Em parceria com a Missão Salesiana, as Prós-Reitorias de Pastoral e de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), realizaram, entre os dias 8 e 15 desse mês, a segunda edição do projeto Vivências de Cidadania, que leva acadêmicos de diversos cursos da Católica para morar por alguns dias em uma tribo indígena, e realizar trabalhos em prol da aldeia. A primeira edição aconteceu em 2014, na aldeia Meruri com o povo Bororo, e a escolhida deste ano foi a Aldeia São Marcos, no município Barra do Garças (MT).

Os índios Xavantes moram na aldeia São Marcos, um povo que é fiel e devoto às suas tradições: mantém o uso da própria língua e rituais que envolvem canto e dança. Nove acadêmicos da UCDB e dois professores estiveram na aldeia e desenvolveram diversos tipos de atividades com os índios. No Dia das Crianças, os alunos fizeram brinquedos artesanais e as crianças dançaram e cantaram com eles. “Nós ficamos preocupados se as crianças iriam gostar dos brinquedos, mas quando elas viram, amaram. Para uma criança que vive na cidade pode ser pouco, mas para aquelas crianças foi algo grandioso. Foi muito bonito ver a maneira como eles vivem felizes, e como amam suas tradições. É muito surpreendente tudo por lá, a dança, a música, e a missa, que é em Xavante”, comentou Hélita da Silva Igrez Branco, acadêmica de História.

Os professores que dão aula na aldeia são da etnia Xavante, que vem para a Universidade estudar e voltam para ensinar as crianças. Houve um longo bate papo e dinâmicas entre os professores das aldeias e os alunos e docentes da UCDB,  discutiram sobre os métodos e as dificuldades no ensino. Foi realizado também um trabalho em campo sobre o plantio do buriti na aldeia e rodas de conversas, que serviram para o intercâmbio cultural.

A ida dos acadêmicos para a aldeia é algo que pode mudar vidas e o professor José Sarmento, do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (NEPPI), que foi acompanhar os alunos, contou: “É importante conscientizar os acadêmicos a respeito do diferente e  mostrar que o preconceito é algo que não funciona”.

Participaram da experiência os acadêmicos Aleida Fontoura Batistoti, de Arquitetura e Urbanismo, Allan Corral Anjos, de Ciências Biológicas, Camila Corrêa Felix da Silva, de Administração, Hélita da Silva Igrez Branco, de História, João Felipe Abrahan, de Design, João Vitor Alves dos Santos, de Direito, Matheus Jardim dos Santos, de Ciências Biológicas, Rayra Calin Jorge, de Publicidade e Propaganda, e Leonardo Felix, do curso de Direito que foi representando a Pastoral.

“Às vezes o índio não tem espaço por a cultura ser muito diferente, pela maneira que foi criado, pela dificuldade na fala”, explica Leonardo Felix, colaborador da pastoral e aluno de Direito.

“Trabalho no NEPPI e sei como é mas eu pude ver de perto, sair do nosso cotidiano para presenciar e isso é algo que faz você abrir os olhos pra diversas informações”, enfatiza João Felipe Abrahan. Já Rayra Calin de Publicidade e Propaganda destacou: “Conhecer de perto essa cultura tão rica como a dos Xavantes me abriu muito a cabeça, e me deixou mais curiosa ainda para conhecer as outras tantas etnias que tem em nosso Brasil. O povo indígena tem muito a nos ensinar, e eu fico muito agradecida por ter estado esses dias com eles”. E completou: “Algumas coisas que aprendi sobre a cultura deles foi um choque pra mim, porque é bem diferente da nossa, mas recebi tudo com muita atenção e respeito. Sair da zona de conforto e enfrentar uma realidade diferente da minha, foi surpreendente e acho que todos deviam fazer isso, largar um pouco a sua rotina, a sua vida, e se aventurar conhecendo pessoas e mundos diferentes. Voltei da viagem muito feliz e disposta a saber cada vez mais de qualquer coisa que seja, ter curiosidade e ouvidos sempre atentos a tudo nos trás grandes aprendizados. O nome do projeto é Vivências, e eu posso dizer com toda certeza que vivi coisas muito especiais, não só com os indígenas mas também com todos os outros estudantes que foram comigo, que hoje são meus amigos, como as irmãs  e padres Missão Salesiana, e com os queridos professores que nos selecionaram e estiveram com conosco nessa grande experiência”.

 

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