06/12/2019 - 8:00 - Artigo
Fonte: artigo escrito por Leandro Tortosa, coordenador do curso de Administração da UCDB
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Antes que os “gurus” do empreendedorismo venham me apedrejar, eu explico o título deste artigo. Durante muitos anos, o Brasil viveu absurdas taxas de inflação. Durante os 15 anos que antecederam o Plano Real, para você ter uma ideia, o índice oficial acumulou surreais 13.300.000.000.000%. Isso mesmo, 13,3 trilhões por cento. Significa que a população ficou mais pobre, desabastecida com gôndolas de supermercado vazias e racionamento de combustível, leite e carne. Se você não sabe o que é uma máquina de remarcar preços, considere-se uma pessoa de sorte.
Este cenário de país em guerra começou a mudar em 1 de julho de 1994, com o nascimento do Real. A moeda que nos é familiar nos dias de hoje veio para solucionar o problema da perda do valor do dinheiro. E, para que o Plano pegasse, precisamos amargar reformas profundas, como o regime de flutuação cambial – é o câmbio dançando conforme a música –, a Responsabilidade Fiscal – gestor que não cuida do dinheiro público pode ir em cana ou perder o cargo –, e o Regime de Metas de Inflação. Este último pegou pesado, pagando grandes taxas de juros como um remédio amargo para controlar o aumento de preços. Mas, com forte efeito colateral no consumo, na produção e no emprego.
O significado disso, todos conhecemos: a economia andou devagar durante todos estes 25 anos, ora crescendo um pouco quando os chineses compraram nossas commodities, ora encolhendo quando adotamos políticas econômicas erradas. O fato é que o desemprego cresceu no período e não dá sinais consistentes de melhora. E o que as pessoas que perderam o emprego deveriam fazer para continuar honrando seus compromissos, sustentar suas famílias e sobreviver? Se não havia empregos disponíveis, não havia outra saída: a solução estava em empreender.
Empreender do modo correto demanda estudo do mercado, análise da concorrência, negociação com fornecedores, conhecimento das estruturas de governo e muito mais. Nada disso é possível para quem foi pego de surpresa e teve que se virar para continuar pagando as contas. Esse é o fator que leva o Brasil a ser número 1 em novos empreendimentos no mundo. Só que também ocupamos a primeira posição no fechamento prematuro de novos negócios, já que empreender naturalmente exige certo preparo.
Se você está desanimado com o que leu até agora, preciso lhe falar da boa notícia: as coisas não estão perdidas. Aliás, há vagas! E muitas. E que pagam muito bem. E que oferecem boas perspectivas de carreira. A única exigência que o mercado faz é algo bastante trivial: basta que você seja o melhor. Quer dizer, o trabalhador mais completo, mais resiliente, com maior inteligência emocional, mais cooperativo, mais engajado e mais feliz! Você precisa se construir como profissional de vanguarda e alinhado a um cenário de intensa competição. Agora, o que vai surpreender a você é o seguinte: as pessoas sabem disso. E não conseguem pôr este plano em prática por diversos motivos. Motivos legítimos, diga-se.
Para esse mundo (aparentemente) de poucos, a porta de entrada é a graduação no ensino superior. É nessa fase que você aprende lições, troca experiências, conhece gente, interage com mestres que começaram antes a caminhada... e é onde você molda seus comportamentos e atitudes que no final distinguirão você dos demais profissionais. Aproveite esse momento. Viva-o com intensidade. Construa relações positivas. Tenha curiosidade e, acima de tudo aprenda. O mercado tem espaço. Mas não é o mesmo para todos.
*artigo escrito por Leandro Tortosa, coordenador do curso de Administração da UCDB
Evento termina no próximo sábado (9)
Evento terá transmissão no canal oficial da Católica no YouTube