Militância jovem e feminina clama por mudanças

Elas participam de movimentos sociais e lutam por seus ideais
28/08/2018 - 11:09 - Política

Por Larissa da Silva, acadêmica de Jornalismo

Embora grande parte dos brasileiros desacreditem no sistema político, muitas jovens vêm lutando e reivindicando seus direitos como cidadãs. Sarah Santos tem 20 anos e milita na causa da mulher com deficiência, atuando na Subsecretaria de Políticas Públicas. Agnes Viana, também de 20 anos, é militante do movimento estudantil e atua no coletivo nacional “RUA”. Duas jovens insatisfeitas com a realidade política brasileira e que encontram força nos movimentos sociais.

DESPERTAR POLÍTICO

Militante ativa, Agnes Viana conta que tudo começou ainda no Ensino Médio: “Existiam muitas coisas erradas na escola como ventiladores quebrados, bebedores sem água”. A estudante milita a favor da superação do capitalismo e para uma educação pública de qualidade desde o final de 2014. Quando percebeu que não dava mais para se calar frente à situação passou a conversar com pessoas e começaram a reivindicar melhorias. Após isso participou do 1° Encontro Nacional de Educação.

Por outro lado, o despertar sempre esteve por perto de Sarah, que também tem pais com deficiência física, assim como ela. “O meu pai foi presidente de uma associação quando nós morávamos no Paraná algum tempo atrás e acabei crescendo rodeada por militantes da pessoa com deficiência”, ela também completa que seus pais a passaram o bastão depois de pararem.

SOLIDARIEDADE E COLETIVIDADE

Para Sarah, a solidariedade não é bem um questão a se esperar ou ter. O que acontece e o que o movimento quer que as pessoas vejam e entendam é que a luta da pessoa com deficiência não é fraternal ou de caridade. “Nós queremos que isso seja visto como um direito. Coisas que já deveríamos ter porque somos consumidores, produzimos, somos pagadores de impostos”.

Dentro do movimento, Agnes acredita que a militância, às vezes individualista, almeja alcançar algum tipo de transformação e que essa individualidade se torna algo natural devido ao capitalismo que contribui para sua estrutura. Ela completa que há um esforço para se criar maneiras de solidariedade e a incentivar a coletividade entre eles.

FUTURO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

“É tempo de colocarmos coisas novas, aproveitar isso e ser dinâmico e não virar um movimento extremamente tradicional que não tenta coisas diferentes”, afirma Sarah Santos sobre seu grupo, que ainda está em fase de estruturação. Para o cientista político Victor Miranda a mobilização social é extremamente importante para a conquista de direitos. “Eu gosto de pensar a importância dos movimentos sociais no Brasil de acordo com aquilo que eles consolidaram e converteram em novas leis, novos direitos. Aquilo que eles materializaram dentro do estado brasileiro”. Miranda exemplifica com momentos emblemáticos do país: a luta contra escravidão que resultou no fim da mesma e o novo movimento sindical contra a ditadura militar no final da década de 1970.