Sistema de integração agricultura-pecuária reduz perdas de solo, água e defensivos agrícolas
31/10/2018 - 05:09 -
Geral
Thais Libni, acadêmica de Jornalismo
O uso racional da água e a preparação adequada do solo podem evitar prejuízos aos produtores rurais e ajudar na preservação do meio ambiente. Segundo o professor Elói Panachuki, Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o manejo sustentável promove benefícios em relação à melhoria das condições de cultivo e isso permite ao produtor reduzir, em muito, a possibilidade de degradação das áreas utilizadas para a produção da agropecuária. Além disso, há menor risco de prejuízos ao meio ambiente, com garantia de uso sustentável dos recursos naturais.
Junto de uma equipe de professores e alunos, Elói Panachuki pesquisa ”A Infiltração de água no solo e erosão hídrica, sob chuva simulada, em sistema de integração agricultura pecuária”. O levantamento teve inicio no ano de 2009, em diferentes regiões do Estado de Mato Grosso do Sul, e envolve outras instituições como: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
A pesquisa é realizada também no campus de Aquidauana, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e na cidade de Maracaju, nas fazendas: Fortaleza e Santa Sofia, e já demonstra resultados. Panachuki explica que o uso do solo baseado nos princípios conservacionistas, que integra a agricultura e a pecuária, apresentam menores perdas de solo, menores perdas de água, maior infiltração de água e melhores condições físicas do solo.
O pesquisador acrescenta “com o desenvolvimento dos projetos, estamos observando que as práticas agrícolas precisam estar adaptadas a cada condição de uso do solo e, somente com o uso racional dos recursos naturais, poderemos continuar aumentando os níveis de produtividade sem causar danos ao meio ambiente”.
Estes resultados têm sido divulgados, segundo o pesquisador, em eventos voltados aos produtores rurais e à comunidade científica. A proposta é pesquisar técnicas que já são adotadas nas fazendas e verificar quais tipos de manejos de solo e água proporcionam condições favoráveis à sustentabilidade da agropecuária. Com isso o produtor rural poderá otimizar sua lucratividade e melhorar a conservação do solo e da água em sua propriedade, mitigando os possíveis impactos negativos que a produção agropecuária poderia causar ao meio ambiente.“Os produtores rurais, em geral, apresentam bom nível de entendimento da necessidade do uso racional dos recursos de solo e água. Entretanto, ainda temos muitas áreas sendo degradadas, que precisam de investimentos em tecnologias agrícolas para que possam apresentar condições de uso sustentável”, afirma Elói Panachuki.
A engenheira ambiental Adriana Galbiati, mestre em Tecnologias Ambientais pela UFMS, ressalta que a agropecuária como é feita hoje, com monocultura acaba deixando o solo degradado. Quando chove, sem barreiras naturais a água escorre para os rios, lagos, levando toda impureza do solo, além de causar assoreamento dos rios.
De acordo com o engenheiro agrônomo Cleber Junior Jadoski, professor e Doutor em Agricultura, “há uma tendência evolutiva do agricultor a respeito da tecnologia, maquinários, indústria e visão sustentável, o esperado é que se produza mais, com maior qualidade, em menor espaço, e sem agredir ao meio ambiente,preservando assim os recursos hídricos. Então, podemos pensar em um futuro próximo, um ambiente mais preservado,com os produtores tendo mais consciência sobre o assunto, e não só os produtores, mas a população em geral."
Ainda, na opinião de Jadoski, é necessário um incentivo à população urbana, que está produzindo muito lixo, poluindo demasiadamente afetando o meio rural, com os rios que passam pela cidade, chegando ao produtor rural poluído impossibilitando o uso da água, é preciso pensar no futuro da cidade, pois ela é uma problemática referente à sustentabilidade hídrica.