Doutorado em Educação

• Tania Mara dos Santos Bassi

• Nadia Bigarella

A presente Tese insere-se na linha de pesquisa Política, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Pesquisa em Políticas Educacionais e Órgãos de Gestão dos Sistemas de Ensino (GEPESE), também ao projeto de pesquisa Políticas, Planos, Projetos, Programas e Gestão Educacional, coordenado pela Profª. Drª. Nadia Bigarella. Conta com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e aborda sobre a inclusão de alunos público-alvo da Educação Especial (PAEE), na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/ MS (REME), (2017-2022). Este estudo tem como objetivo geral analisar a inclusão de alunos público-alvo da Educação Especial na modalidade Educação de Jovens e Adultos, na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/ MS (2017-2022). Tendo em conta que a educação é um direito constitucional, a proposta se estrutura a partir da construção de um referencial teórico que abarca concepções concernentes a esse direito, na garantia de sua escolarização na perspectiva inclusiva e nesse contexto, especificamente, as vertentes que abordam sobre as modalidades Educação Especial (EE) e Educação de Jovens e Adultos (EJA), no cenário da classe comum do ensino regular. A abordagem assumida no desenvolvimento da pesquisa, definindo como procedimento metodológico o levantamento bibliográfico e a análise documental, na construção da fundamentação teórica, bem como seleção, análise e descrição de documentos oficiais, técnicos que se constituem importantes nesse processo, integrando principalmente: leis, resoluções, portarias, atos normativos, planejamentos governamentais no que tange a política de educação inclusiva, EE e EJA. Ademais, dados estatísticos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), da Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande - MS – SEMED. A partir dos dados coletados na pesquisa, apresenta-se uma análise dos aspectos relevantes acerca da inclusão escolar desse alunado na EJA, no ensino regular. Como resultado da pesquisa, constatou-se ao nível nacional, 2008-2022, ascensão no quantitativo de matrículas, e nas regiões brasileiras também, porém com variações entre as mesmas. Após as discussões e análises conclui-se que, no lócus da pesquisa entre os anos de 2017 a 2022, apesar do aspecto legislativo que disciplina esse assunto ser amplo e extenso, a sua efetivação carece de aprofundamento, haja vista as análises feitas que demonstram haver a redução de matrículas de alunos PAEE na EJA, sem que houvesse expansão na oferta dessa modalidade no mesmo período de análise.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Educação Especial; Educação de Jovens e Adultos.

• Gisele Aparecida Ferreira Martins

• Marta Regina Brostolin

Esta tese integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco. Tem por objetivo analisar a participação da criança no contexto da aula de dança ofertada como atividade curricular complementar em uma Escola Municipal de tempo integral e as possibilidades de vivenciar um protagonismo infantil. Alinhados a esse objetivo geral, tem-se, como objetivos específicos: compreender a participação infantil como um direito, a partir do campo teórico da Sociologia da Infância e investigar o tipo de participação que o contexto atividade dança possibilita para a criança. Tratase de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo em vista que além da revisão bibliográfica e documental, a coleta de dados foi realizada junto a um grupo de crianças, por meio dos seguintes instrumentos: observação participante, roda de conversa e metodologias visuais (fotografias e vídeos). As crianças, sujeitos da pesquisa, participam dessas aulas na forma de atividade curricular complementar, e estão regularmente matriculadas no Grupo 5 (4 e 5 anos) de uma escola municipal de tempo integral, escolhida pelo fato de ser a que atende o maior número de alunos no município. O referencial teórico percorreu dois eixos temáticos principais, a Sociologia da Infância e a Dança na Educação Infantil por meio de autores representativos dos dois campos científicos. A fim de atender aos objetivos, procurou-se escutar as crianças durante todas as atividades nas aulas de dança. Sobre a participação delas, o que mais chamou a atenção foi o empenho que fazem para demonstrar, aos adultos que fazem parte do seu círculo, a aprendizagem e as adaptações/modificações por meio de novas versões criadas por elas, além de sugerir suas ideias à professora, evidenciando seu protagonismo. Desse modo, conclui-se, por inferência, que o corpo é a ferramenta que a criança usa para se expressar e se comunicar com o mundo, é com o corpo que ela pensa, age, observa, expressa sentimentos e interage. As crianças aprendem de modo próprio e legítimo, mostram potencial e capacidade de agir, pensar, mediar saberes e experiências, tendo como dimensão seu próprio corpo.

Palavras-Chave: Direito de Participação. Protagonismo Infantil. Dança na Educação Infantil.

• Paulo Eduardo Silva Galvão

• Celeida Maria Costa de Souza e Silva

A presente tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa Políticas, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Política de Formação e Trabalho Docente, pertencente ao Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB), Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A pesquisa contou com o apoio da agência de fomento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na modalidade Doutorado Sanduíche no País (SWP), realizado no Programa de Pós-graduação em Educação pertencente à Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná. O objetivo desta tese é analisar as políticas institucionais (PDI e PPI/2021 – 2025) que contemplem a inclusão da pessoa com deficiência na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). A pesquisa é do tipo documental e bibliográfica, utilizando-se da Abordagem do Ciclo de Política (Ball, 1994). A análise desenvolvida fundamentou-se na A abordagem do ciclo de políticas, de Stephen Ball et al. (1994); a Teoria da Atuação, de Ball de Maguire e Braun (2016)). Tomou-se para análise a política institucional da Universidade Estadual de Mato grosso do Sul (UEMS), que é apresentada de acordo com os contextos da abordagem do ciclo de política. Para tanto, mapearam-se as produções de dissertações e teses dos bancos de Teses e Dissertações dos Programas de Pós-graduação em nível mestrado e doutorado das Universidades Públicas e Privadas do estado de Mato Grosso do Sul, da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Por fim, na análise da política institucional (PDI/PPI 2021-2025) apreendeu-se que as políticas educacionais têm viabilizado ações que possibilitam a prática da política no interior da instituição investigada e que o uso da abordagem do ciclo de políticas favorece a análise das políticas institucionais da UEMS, as quais contemplam o processo de inclusão da pessoa com deficiência na educação superior. A partir do estudo realizado, entendemos que a teoria na prática é evidenciada por meio dos interesses assumidos por cada indivíduo, por cada ator da política que por meio de suas ações promovem a prática em si. Concluiu-se que a política institucional configura-se como sendo uma política que atende a todos de forma heterogênea, mas não esclarece de que forma atenderá com eficiência aos diversos grupos que constituem a comunidade de discentes, no caso investigado os estudantes da educação especial. A fragilidade da política institucional se apresenta na falta de flexibilização da produção do texto atendendo as necessidades da localidade.

Palavras-chave: Política Educacional; Ciclo de Políticas; Pessoa com Deficiência; Educação Superior; Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

• MARCO AURÉLIO DE ALMEIDA SOARES

• Carlos Magno Naglis Vieira

Esta tese vinculada à linha de pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Pesquisa/CNPq: Educação Intercultural e Povos Tradicionais/CNPq, tem objetivo geral discutir acerca da existência/resistência de pessoas GBT’s na universidade e de que forma esses corpos chegaram no ensino superior. Nesse sentido, a presente pesquisa parte do problema de pesquisa: qual a importância do lugar de fala da população LGBT na universidade? Para tanto, delineia-se o estudo a entender a necessidade de transformar o espaço universitário também em um local de resistência e pertencimento. Do mesmo modo, tem-se como objetivos específicos analisar as instituições educacionais, de modo a compreender como a população LGBT percebe esse local e identificar as experiências dos estudantes, a partir do lugar de fala, visando à construção do coletiva de um espaço de acolhimento e resistência. A pesquisa tem uma abordagem decolonial e interseccional, uma vez que o lugar de fala se refere à compreensão de que os indivíduos possuem visões diferentes de mundo que envolvem questões raciais, de gênero e sua orientação sexual. Assim, para fundamentar a teorização deste estudo, a discussão de lugar de fala, traz Djamila Ribeiro (2017) para compreender esse espaço como uma forma de romper com o conhecimento produzido a partir da epistemologia hegemônica e criar outros conhecimentos a partir de novas perspectivas. Indica-se, ainda, que o lugar de fala se refere à compreensão de que os indivíduos possuem visões diferentes de mundo, dada as questões raciais, de gênero e sua orientação sexual. Acerca da decolonialidade, ancoro-me em Walter Mignolo (2010) e Renato Dering (2021), ao propor que é necessário ampliar a visão do que se entende por sociedade/modernidade e como ela concebe esses corpos observada as questões acima citadas. Nessa discussão sobre poder hegemônico, portanto, questiona quais vozes são legitimadas e quais são impedidas de se colocar e de se posicionar e, pela colonialidade, a discussão é proposta. Sobre o percurso metodológico, a pesquisa é qualitativa e com estudo de caso, em que se utiliza de entrevistas semiestruturadas aplicadas a 9 (nove) pessoas LGBT’s de três universidades da cidade de Campo Grande – Mato Grosso do Sul. A partir delas, foram refletidos os temas sobre identidade, transição, preconceitos e discriminação desses corpos e seus lugares de fala nos diferentes espaços, principalmente nas universidades. Pelas entrevistas, foram percebidas as violências vivenciadas pela população LGBT, no percurso educacional, com foco durante a vida universitária.

Palavras-chave: LGBT. Ambiente Universitário. Decolonialidade. Interseccionalidade.

• SIMONE ALVES SCARAMUZZA

• Flavinês Rebolo

Esta tese é vinculada à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGEUCDB). Elegeu-se por problemática compreender a situação do bem-estar e mal-estar dos professores alfabetizadores. O objetivo da pesquisa foi elaborar, implementar e avaliar os resultados de um programa de formação continuada direcionado a promoção de bem-estar para professores alfabetizadores que atuam nos 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental I da Secretaria Municipal de Educação de Ji-Paraná, RO. Para isso, foram definidos como objetivos específicos: identificar o nível de bem-estar/mal-estar dos professores alfabetizadores e os fatores de satisfação e insatisfação com o trabalho; elaborar uma proposta de programa de intervenção para formação continuada que pudesse oferecer subsídios para a promoção do bem-estar docente; implementar e avaliar o programa de formação continuada para a promoção de bem-estar para professores alfabetizadores. O estudo aqui apresentado foi realizado a partir de uma abordagem qualitativa, com apoio metodológico da pesquisaintervenção. Ressalta-se que foi utilizado como aporte técnico de produção de dados, um questionário socioprofissional, a Escala de Bem-Estar Docente (EBED) proposta por Rebolo e Constantino (2020), o desenvolvimento de um programa de formação continuada para promoção do bem-estar (PROFABEM) realizado com professores alfabetizadores participantes da pesquisa e, ainda, entrevista semiestruturada para a avaliação do programa. O programa foi elaborado a partir do referencial teórico da Psicologia Positiva, com atividades de reflexões e discussões sobre o mal-estar/bem-estar docente. A elaboração do programa teve como foco contribuir para a prevenção do adoecimento, estresse e mal-estar dos professores que atuam em salas com turmas de alfabetização e a melhoria de estratégias de relacionamento entre os sujeitos dos diversos contextos educativos. O programa foi implementado entre março e abril de 2022 com a realização de 1 oficina pedagógica semanal totalizando 7 oficinas pedagógicas com duração de 2h cada. Ressalta-se que no contexto da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 (Covid 19) as oficinas pedagógicas aconteceram presencialmente no ambiente escolar após a vacinação e testagem de todos os participantes da pesquisa. Participaram 10 professores alfabetizadores. É possível apontar que o Programa PROFABEM contribuiu na reflexão da reavaliação de fatores como sendo fonte de satisfação com o trabalho com consequente de diminuição da insatisfação nos fatores: identificação com as atividades realizadas, ritmo de trabalho, uso da criatividade, condições gerais de infraestrutura, desenvolvimento profissional/treinamento/ educação continuada, conhecimento das metas da escola, identificação com os objetivos sociais da educação, imagem interna da escola e do sistema educacional, imagem externa da escola e do sistema educacional, responsabilidade comunitária/social da escola, nível de interesse dos alunos, relações interpessoais no ambiente de trabalho, reconhecimento do trabalho realizado/feedback, ausência de preconceitos, liberdade de expressão, repercussão/aceitação de suas ideias. Entretanto, foi registrado insatisfação com os fatores: autonomia, limpeza/conforto no ambiente de trabalho, segurança no ambiente de trabalho, instrumentos/equipamentos/materiais pedagógicos, jornada de trabalho, salário e salário variável, benefícios, direitos garantidos, horários previsíveis, tempo de lazer e para a família, plano de carreira, apoio socioemocional, participação nas decisões sobre metas/objetivos/estratégias e fluxo de informações/formas de comunicação. Os resultados mostram que de forma geral a avaliação dos docentes sobre a participação no PROFABEM foi positiva, isso porque indicaram que o programa de formação continuada contribuiu com momentos de reflexão, diálogo e parceria entre os participantes. Mostram ainda que o programa auxiliou no desenvolvimento de um processo de autoavaliação da postura com relação ao trabalho, implicando em mudanças na conduta profissional.

Palavras-chave: Pesquisa-Intervenção. Formação Continuada. Professores Alfabetizadores. BemEstar Docente.

• Facunda Concépcion Mongelos Silva

• José Licínio Backes

ilenciamentos, negociações culturais, linguísticas e identitárias na fronteira, está inserida no Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE/UCDB), na linha de Pesquisa Diversidade e Educação Indígena, e vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Diferença Cultural (GEPEDCult). Tem como objetivo geral, analisar os processos culturais envoltos em regulação, preconceito e negociação que se dão em uma escola brasileira que atende alunos paraguaios, com destaque para a questão do linguicídio. Os objetivos específicos são: investigar se há processo de subalternização e de silenciamento da cultura dos alunos de origem paraguaia na escola pública brasileira, na região fronteiriça, na cidade de Ponta Porã/MS; observar se os alunos de origem paraguaia na região fronteiriça, na cidade de Ponta Porã/MS passam por tentativas de regulação cultural; compreender como as línguas espanhola e Guarani são vistas pelos professores no contexto das práticas pedagógicas; identificar se circulam estereótipos e representações negativas construídas em relação às identidades/diferenças dos alunos de origem paraguaia na escola. Para dar conta desses objetivos, recorreu-se a pesquisa qualitativa, reconhecendo que a educação é um campo de disputas entre perspectivas mantenedoras e contestadoras das visões eurocêntricas. Destaca-se também que a pesquisa teve os registros de observação anotados em um diário de campo. As observações foram realizadas no segundo semestre de 2021, atentando para todo o ambiente escolar, incluindo salas de aula, pátio da escola, intervalos das aulas. Além das observações, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com alunos e professores, também no segundo semestre de 2021. A análise pautou-se em pensadores dos Estudos Culturais e do Grupo Modernidade/Colonialidade. Pela análise realizada foi possível afirmar que ainda persiste o preconceito linguístico acerca das línguas nativas, língua espanhola e língua Guarani e há processos de regulação que visam a imposição da língua portuguesa, com destaque para o preconceito racial. Os alunos de origem paraguaia, muitas vezes são vistos de forma pejorativa e estereotipada. Contudo, há também momentos nos quais práticas de uma educação intercultural são desenvolvidas na escola, mostrando que a escola é também um espaço de negociação cultural.

Palavras-chave: Cultura. Estudantes de origem paraguaia. Território fronteiriço.

• Bruno Roberto Nantes Araujo

• Heitor Queiroz de Medeiros

Esta pesquisa de doutorado foi realizada no Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE/UCDB), na Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, e vinculado ao grupo de pesquisa Diversidade Cultural, Educação Ambiental e Arte, orientado pelo professor doutor Heitor Queiroz de Medeiros. O objetivo geral era analisar se a Língua Brasileira de Sinais (Libras) exerce um processo colonialista nas línguas de sinais indígenas dos indígenas surdos das aldeias Olho D’Água, Barreirinho e Água Azul, da Terra Indígena Buriti, em Mato Grosso do Sul. Tal proposta teve como objetivos específicos: 1) apresentar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as pesquisas sobre o tema no Brasil; 2) identificar os sinais dos indígenas surdos das aldeias Olho D’Água, Barreirinho e Água Azul, da Terra Indígena Buriti, em Mato Grosso do Sul; 3) entender de que maneira a Língua Brasileira de Sinais (Libras) contribui para a colonização das línguas de sinais dos indígenas surdos das aldeias Olho D’Água, Barreirinho e Água Azul, da Terra Indígena Buriti, em Mato Grosso do Sul. No que se refere à produção e análise de dados, a pesquisa se aproximou e foi atravessada por autores do campo das pesquisas Pós-Críticas, como os Estudos Culturais, e do Grupo Modernidade e Colonialidade e outros que foram utilizados para a produção do texto. A metodologia utilizada para a produção e análise dos dados se articula com o mesmo campo teórico; de caráter qualitativo, foi suleada pela bricolagem, através da pesquisa etnográfica e netnográfica, tendo sido utilizadas as ferramentas de pesquisa revisão bibliográfica, observação a campo, roteiros de entrevistas e questionário bilíngue (Libras/ Língua Portuguesa). Com base nos dados produzidos tanto no campo teórico quanto no empírico, foi possível perceber que, ao longo dos anos, a falta de políticas linguísticas voltadas para a educação de indígenas surdos foi a causa dos entre lugares dos quais esses indivíduos participam, bem como na sua hibridização enquanto sujeito surdo, indígena, envolvido entre as culturas “surda”, “ouvinte” e “indígena”. Por meio desta pesquisa, observamos que a maioria dos participantes pesquisadores e professores de indígenas surdos e de línguas indígenas de sinais do grupo de WhatsApp, bem como os indígenas entrevistados da Terra Indígena Buriti, veem a Libras como uma importante conquista para a educação de surdos no Brasil, no entanto, foi uma língua de sinais que não atendeu às especificidades culturais, identitárias e educacionais das comunidades indígenas surdas, ocasionando uma invisibilidade dessas línguas indígenas de sinais, ocasionado pelo processo de colonização pela Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Palavras-chave: indígena surdo; línguas indígenas de sinais; colonização.

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• Jakes Charles Andrade de Figueiredo

• Maria Cristina Lima Paniago

Esta tese está vinculada à linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Pesquisa e Estudos em Tecnologia Educacional e Educação a Distância (GETED). O Projeto “Educação de Jovens e Adultos – Conectando Saberes II/Ead” tem como objetivo geral, analisar o Projeto “Educação de Jovens e Adultos – Conectando Saberes II/EaD” com foco na ressocialização dos privados de liberdade do Presídio Federal de Campo Grande - MS nos anos de 2017- 2018 e os objetivos específicos são: Identificar, nos documentos (Projeto Pedagógico, Estrutura Curricular e ementa), os conceitos relacionados à ressocialização do privado de liberdade à sociedade; e analisar as concepções de ressocialização, sobre o que os professores conteudistas entendem sobre a ressocialização. Com a abordagem qualitativa, utilizou-se os seguintes instrumentos para o levantamento de dados: pesquisa documental e a aplicação da entrevista semiestruturada com 4 (quatro) professores conteudistas da SED/MS. O campo empírico da pesquisa foi o Projeto “Educação de Jovens e Adultos – Conectando Saberes II/Ead”, onde os professores conteudistas elaboram o material didático que foram utilizados no presídio federal de Campo Grande-MS No período de 2017- 2018. A pesquisa tem como base teórica os autores, Freire (1987, 1983, 1989, 1981, 1996, 2001b, 2002d, 2002f, 2008, ), Almeida (2003), Candau (2011), Frigotto (2009), Gadotti (2021), Minayo (1992), Onofre (2013, 2015, 2019) Saviani (1988), Tardif (2010, 2013), dentre outros. Os resultados encontrados foram: O privado de liberdade deve ser tratado igual a qualquer outra pessoa que possua direitos e deveres, exceto pela obrigação de cumprir a pena e as limitações decorrentes da situação que ocasionou a sua detenção, e independente da sua situação carcerária, é por meio dos direitos a ele atribuídos como educação que é garantido a sua ressocialização. A proposta do currículo na Educação de Jovens e Adultos não deve ser entendida como uma concepção pedagógica tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e que hierarquiza as disciplinas escolares, deve-se ser articulado à realidade em que o estudante se encontra. O documento analisado, faz menção à EaD, como forma de atender as Leis que fundamentam o direito à educação ao privado de liberdade, na garantia de oferecer diferentes níveis e modalidades de ensino. A preocupação de sensibilizar o privado de liberdade a ir ao encontro da ressocialização por meio do material didático, apareceu como desafiador para os professores, provocar o estudante para que saísse da inércia, a refletir sobre sua condição de encarcerado, e se apropriar de princípios e valores essenciais à sua volta ao convívio em sociedade. O caminho da ressocialização perpassa pela educação e pelo trabalho, ambos previstos na Lei de Execução Penal, porém a responsabilidade pela ressocialização do privado de liberdade não é apenas da educação, sim de um conjunto de fatores para que a ressocialização aconteça. Não basta ofertar ao apenado o direito à educação e ao trabalho se ao sair da prisão, o ex-apenado não é acolhido pela sociedade, não basta apenas cumprir sua pena, estudar e trabalhar dentro do sistema prisional, é preciso sobreviver a todas as mazelas que o tempo na prisão proporcionou, cabendo a ele se preparar para o dia que será liberto.

Palavras-chave: Ressocialização. Sistema Prisional Federal. Educação de Jovens e Adultos. Educação a Distância.

• Michele Serafim dos Santos

• Flavinês Rebolo

A pesquisa com temática sobre “As dimensões do trabalho e o bem-estar/mal-estar do coordenador pedagógico” foi realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, vinculada à linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente e ao Grupo de Estudos e Pesquisa Formação, Trabalho e Bem-estar Docente (GEBem/CNPQ). O problema versa sobre o trabalho do coordenador pedagógico na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, tendo como questionamento principal se os coordenadores exercem ações de articulação, transformação e formação em seu cotidiano na unidade escolar. Para orientar essa investigação, a problemática descrita foi impulsionada pelas seguintes questões: Quais os desafios enfrentados pelos coordenadores pedagógicos no cotidiano escolar? Quais as práticas desenvolvidas relacionadas às três dimensões da função: articulador, formador e transformador? Essas práticas contribuem para o bemestar/mal-estar dos coordenadores pedagógicos? Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar as práticas realizadas, os desafios enfrentados e o bem-estar/mal-estar dos coordenadores pedagógicos na escola contemporânea, desdobrando-se nos seguintes objetivos específicos: 1. Identificar e discutir os desafios enfrentados para exercerem suas funções na escola; 2. Identificar e compreender as práticas desenvolvidas relacionadas às três dimensões da função do coordenador pedagógico: articulador, formador e transformador; 3. Analisar se essas práticas contribuem para o bem-estar/mal-estar dos coordenadores pedagógicos. A pesquisa de natureza qualitativa teve como participantes os coordenadores pedagógicos que atuaram em três escolas da Rede Estadual de Ensino de Jardim-MS no ano de 2021. A coleta de dados aconteceu em dois momentos: no primeiro, foi aplicado um questionário, criado no aplicativo do Google Forms e enviado por meio de link para o WhatsApp dos coordenadores e, no segundo momento, houve a realização de entrevistas semiestruturadas, respeitando as medidas de biossegurança, gravadas por meio de videochamadas pelo aplicativo Google Meet. As análises foram realizadas, também, em dois momentos. Inicialmente, para a análise dos questionários, utilizou-se a estatística descritiva, que permitiu identificar o perfil profissional e compreender as ações exercidas relacionando-as às três dimensões de sua atuação. A seguir, as entrevistas foram transcritas, categorizadas, articuladas e interpretadas, utilizando-se a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1977), que permitiu analisar se as práticas e os desafios vividos pelos coordenadores pedagógicos promovem o seu bem-estar/mal-estar. Os resultados evidenciaram que os coordenadores pedagógicos exercem funções diversificadas, interagem com toda a comunidade escolar e são capazes de contribuir para o sucesso da equipe. Os resultados ainda apontaram que devido ao desvio de função, falta de território próprio de atuação no ambiente escolar, ausências de formação continuada, rotina de trabalho burocratizada, imposição de projetos da Secretaria de Educação e a fragilidade de procedimentos para a realização de trabalhos coletivos, a realização do trabalho pedagógico fica prejudicada, deixando de atender demandas como planejamentos coletivos, formações para professores e ações que fortaleçam o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.

Palavras-chave: Coordenador pedagógico. Dimensões do trabalho. Práticas. Desafios. Bem-estar.

• Alessandra Ferreira Braga Carrilho

• Ruth Pavan

Esta tese, intitulada “Professores das Unidades Educacionais de Internação: concepção de socioeducação e implicações para o quefazer pedagógico”, está vinculada à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação – Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem como objetivo geral analisar as concepções de socioeducação dos professores que atuam nas Unidades Educacionais de Internação (UNEIs) e suas implicações em seu quefazer pedagógico. Os objetivos específicos são: a) caracterizar histórica e conceitualmente o processo socioeducativo; b) compreender, a partir da literatura especializada, o significado do quefazer pedagógico e sua relação com a socioeducação; c) Identificar se as articulações entre as concepções de socioeducação e o quefazer pedagógico de professores que atuam nas UNEIs favorecem a vida mais digna dos internados; d) identificar se as concepções de socioeducação dos professores incluem a escuta dos estudantes e promovem o direito à educação. O campo teórico da pesquisa está inscrito na perspectiva crítica da educação, sobretudo a de matriz freiriana. Das obras utilizadas, destacam-se Freire (1980, 1987, 1996, 2000, 2001, 2009), Apple (2013), Giroux (1997), McLaren (1977), Zitkoski e Streck (2018) e Adams e Streck (2014), entre outras. A abordagem da pesquisa é qualitativa, ou seja, apoia-se na concepção teórico-metodológica que leva em conta as especificidades sociais, históricas, econômicas e culturais, entre outras, dos diferentes grupos que compõem a sociedade. Utilizaram-se entrevistas reflexivas semiestruturadas com professores que atualmente exercem suas funções na instituição e questionários abertos com professores que lá atuaram em outro momento. Com base nas análises, é possível perceber, na fala dos professores das UNEIs entrevistados, a (re)significação do processo educativo pela forma como se relacionam com os estudantes, que vai desde um diálogo no fundo da sala de aula até um breve encontro entre a ida à sala de aula e o retorno à cela. A concepção de socioeducação dos professores implica um quefazer pedagógico que produz inúmeros arranjos e (re)arranjos de sentidos e significados para o processo socioeducativo. Apesar dos esforços para construir uma educação humanizadora, os professores destacam que existem tensões em relação ao cumprimento dos direitos humanos, que incluem, entre outros, o direito à educação. Por fim, com base nas entrevistas e questionários, pode-se afirmar que, apesar de inúmeras limitações sofridas pelos professores, com destaque para a hostilidade do ambiente, todos concebem a socioeducação e seu quefazer pedagógico como uma possibilidade de contribuir para que os estudantes tenham condições de construir uma cidadania digna, com vistas à continuidade de suas vidas após passarem pelo ambiente socioeducativo.

PALAVRAS-CHAVE: Teoria crítica da educação. Paulo Freire. Socioeducação. Quefazer pedagógico.

• Rafael Presotto Vicente Cruz

• Adir Casaro Nascimento

Esta tese de Doutorado em Educação foi produzida no âmbito do Programa de PósGraduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB), Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena. O estudo teve como objetivo geral analisar a discussão acerca da interculturalidade nos cursos de formação de professores/as de educação física, a partir do debate curricular envolvendo os saberes indígenas na perspectiva crítica da educação intercultural, na formação dos professores/as de Educação Física no Município de Campo Grande-MS. Os objetivos específicos foram: identificar se o projeto pedagógico dos cursos de formação de professores/as de Educação Física no município de Campo Grande, contempla em sua estrutura os saberes indígenas, analisando a presença da homogeneização e da diferença nas disciplinas dos cursos pesquisados; problematizar a interculturalidade nos cursos de formação de professores/as de Educação Física; identificar a percepção das coordenações de curso da necessidade da interculturalidade e dos saberes indígenas na formação de professores/as de Educação Física no Município de Campo Grande-MS. As discussões e análises referenciaram-se em uma articulação entre os estudos culturais, os estudos pós-coloniais, a teoria crítica, os estudos do grupo Modernidade/Colonialidade, a interculturalidade crítica e as perspectivas pós-críticas da educação. Foram analisados os projetos pedagógicos, as ementas e as bibliografias das disciplinas, de cursos presenciais de formação de professores/as, do Município de Campo Grande/MS e as entrevistas semiestruturadas realizadas com as coordenações dos referidos cursos. Como resultado, destaca-se que os currículos dos cursos de Licenciatura em Educação Física apresentam marcas da colonialidade em sua estrutura, inclusive nas falas das coordenações analisadas, as quais apontam fragilidades ao tratarem dos saberes indígenas em seus cursos para uma educação intercultural. Contudo, observou-se a existência de iniciativas de descolonização dos currículos, com a presença de temáticas, em diversas disciplinas sobre as diferenças culturais e os povos indígenas. Embora as coordenações apresentem percepções sensíveis a favor da presença e de um “lugar” dos saberes indígenas nos cursos pesquisados, ainda têm dificuldades em lidar com a presença de indígenas em seus cursos, propor caminhos para descontruir a hegemonia da ciência colonial/moderna presente na formação de professores/as de Educação Física e promover a desconstrução e ressignificação das diferenças culturais, valorizando a pluralidade de vozes e diálogo, o direito à diferença e o pensamento outro, entre eles, os saberes indígenas na formação docente, ao considerar as tensões presentes nas concepções da pós-modernidade e seu compromisso com a transformação social, dentro de uma perspectiva da interculturalidade crítica. Concluiu-se, ainda que as marcas da colonialidade continuam, dominantemente, presentes no currículo e na percepção das  coordenações dos cursos de Licenciatura em Educação Física, relacionadas à naturalização das práticas eurocêntricas enquanto padrão universal e às hierarquizações epistêmicas, embora existam iniciativas de ressignificar o currículo, de tratar a diferença e os saberes indígenas fora da colonialidade que os desiguala, o que aponta para a necessidade de se ampliar a circulação dos saberes indígenas e das possibilidades da educação intercultural na formação de professores/as, no contexto da educação superior.

PALAVRAS-CHAVE: Saberes indígenas. Formação de professores de Educação Física. Currículo. Colonialidade. Interculturalidade.

• SUZIANE FREITAS DE SOUSA

• Flavinês Rebolo

Esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico. Tendo em vista a importância da prática de atividade física na promoção da qualidade de vida e bem-estar docente, considera-se, aqui, um programa específico dessa atividade para professores, a ser realizado no próprio local de trabalho. O estudo tem por objetivo geral sistematizar os conhecimentos sobre a qualidade de vida (QV) e bem-estar docente (BED) culminando com a proposição de um programa de atividade física regular e sistematizado (PAFRS) para professores na promoção desses fatores. Adotou-se a pesquisa bibliográfica em livros, legislações, páginas online e em bancos de teses e dissertações (BDTD e CAPES). Na revisão de literatura, utilizou-se os descritores “qualidade de vida dos professores” e “bem-estar de professores”. Os estudos encontrados e selecionados foram produzidos no período de 2001 a 2021. A busca foi realizada no período de 2019 a 2021. Foram selecionados 74 estudos sobre as temáticas. Os critérios estabelecidos para a seleção das produções com os descritores previram estudos que fossem específicos sobre professores de qualquer nível de ensino; que fossem estudos realizados com amostras brasileiras; e que estivessem redigidos em língua portuguesa, para atender a especificidade laboral dos professores brasileiros. Pela análise desses estudos, identificou-se que os professores são profissionais envolvidos em diversas demandas inerentes ao trabalho que realizam, imersos na sociedade contemporânea em constante transformação, realidades que podem gerar problemas relacionados à saúde e qualidade de vida. Desse modo, devem ser alvo de atenção e cuidados, considerando-se o papel fundamental que desempenham na educação. O PAFRS para professores foi elaborado com base nas características laborais específicas do trabalho docente, tanto física quanto psicológica, e visa contribuir para o bem-estar e prevenção de possíveis problemas que, gerados pelas atividades rotineiras do trabalho docente, podem comprometer o bem-estar e a qualidade de vida dos professores, conforme identificado na revisão de literatura. Constam exercícios a serem realizados como o peso do próprio corpo, conforme a região a ser estimulada e o grau de dificuldade nas etapas consecutivas de condicionamento físico. Desse modo, qualquer instituição escolar pode implementar o programa, haja vista que foi elaborado com base nos elementos do condicionamento físico voltados para a saúde, qualidade de vida e bem-estar: aeróbio, flexibilidade, relaxamento e resistência muscular. O tempo destinado para a duração da sessão de treinamento não ultrapassa 30 min., pelo fato de o professor já possuir pouco tempo para se dedicar aos cuidados com sua vida particular. Duração de 12 semanas com objetivo de se promover adaptações crônicas ao exercício físico e melhora do condicionamento físico geral. Conclui-se, de acordo com a revisão de literatura e o aporte teórico utilizado, que o PAFRS para professores, denominado de programa “Em Forma para Ensinar”, tem potencial para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar docente, devido a atenção dada quanto as características do trabalho docente, quanto aos requisitos de prescrição e elaboração de programas de exercícios físicos e quanto aos benefícios decorrentes da prática regular e sistematizada de atividade física, como componente auxiliar. Fica para estudos futuros a aplicação do Programa e a realização de avaliações objetivas e subjetivas dos professores quanto a ocorrência da ampliação na QV e no BED.

Palavras chaves: Programa de atividade física. Qualidade de vida. Bem-estar docente. Trabalho docente.

• Rose Cristiani Franco Seco Liston

• José Licínio Backes

Esta tese vincula-se à Linha de Pesquisa 3 – Diversidade Cultural e Educação Indígena, mais diretamente ao Grupo de Pesquisa Educação e Diferença Cultural do Programa de PósGraduação em Educação (PPGE) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo foi analisar a percepção do/as docentes negros/as sobre as práticas pedagógicas antirracistas que têm sido utilizadas na Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Dourados, Mato Grosso do Sul (MS), para contribuir no enfrentamento ao racismo. A produção de dados deuse mediante a prática de entrevista semiestruturada com seis docentes, sendo um professor negro e cinco professoras negras que atuam nas escolas públicas municipais da cidade de Dourados/MS, comprometido/as com o Movimento Negro, direta ou indiretamente. Como as práticas pedagógicas são indissociáveis da formação, ela também se tornou objeto de reflexão. A análise deu-se com base em autores dos Estudos Culturais, articulados com os autores do grupo Modernidade/Colonialidade e teóricos do campo das relações étnico-raciais. A pesquisa de campo foi analisada com base nas seguintes categorias: Questão étnico-racial nos currículos escolares; Formação docente: a interculturalidade na perspectiva decolonial; Núcleos de Estudos Afro-brasileiros no Brasil: espaços de formação intercultural decolonial; Formação docente para a discussão Étnico-racial nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Dourados/MS; Formação acadêmica para a docência: a (in)visibilidade da questão étnicoracial; Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e as mudanças na formação docente inicial; Formação continuada dos professores para a questão étnico-racial; Formação continuada ofertada pela Secretaria Municipal de Educação de Dourados no olhar do/as entrevistado/as; Busca por alianças para a discussão étnico-racial: dificuldades e possibilidades; Dia da Consciência Negra: principal tempo/espaço para a discussão étnico-racial; Processos da discriminação e racismo: uma prática ainda em evidência; Em defesa da efetivação da Lei Nº 10.639/2003. Concluiu-se que o/as professor/as entrevistado/as estão efetivamente comprometido/as com o processo de sua formação para as questões étnico-raciais e com práticas pedagógicas antirracistas. Entretanto, a falta de compromisso dos colegas, sobretudo, de professores brancos, cria uma série de dificuldades e faz com que a inclusão da temática ainda seja insuficiente; em decorrência disso, o racismo continua existindo nas escolas. Entende-se que esse não compromisso de todos os docentes é resultado da falta de uma formação inicial e continuada baseada nos princípios da interculturalidade decolonial.

PALAVRAS-CHAVE: Docentes negros. Questões Étnico-raciais. Educação Básica. Formação docente intercultural decolonial.

• Rute Martins Valentim

• José Licínio Backes

Esta tese vincula-se à linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco. Traz como foco a escuta atenta de três histórias de vida com relevância social na sociedade sul-mato-grossense, demonstrada por suas atuações individualizadas e, principalmente, pelas coletivizadas do Movimento Negro. O objetivo geral da presente pesquisa consiste em escutar, para escrever e analisar, três histórias de vida de pessoas negras com protagonismo social na luta antirracista no estado de Mato Grosso do Sul, na consideração de que elas contribuíram para a construção social igualitária por meio da recusa terminante do racismo, ainda denotado na sociedade brasileira. Como procedimento metodológico de pesquisa científica, utilizou-se o aporte da história oral para escrever as histórias de vida dos sujeitos pesquisados, nas alusões diretas ao tempo passado e presente, privilegiando as vias da história oral de vida dessas personalidades sociais, que detêm muitos conhecimentos, os quais não haviam sido registrados até então. A história oral é uma metodologia qualitativa de pesquisa, capaz de expandir as dimensões analisadas das histórias de vida e revelar diferentes aspectos e fatores históricos silenciados. Recorreu-se ao avivamento das lembranças dos colaboradores pesquisados, por meio de entrevistas livres, não estruturadas; após transcrição e análise das entrevistas, realizou-se a análise dos relatos gravados. A decisão de usar os nomes reais ou fictícios coube aos sujeitos participantes da pesquisa, que autorizaram o uso dos seus nomes verdadeiros, tendo em vista a metodologia de pesquisa de história oral de vida, que demonstra ser importante não deixar os nomes no anonimato, por se tratar de pessoas que desempenham ou desempenharam funções publicizadas nas mídias sociais. Os resultados obtidos evidenciaram que o protagonismo antirracista está presente nas histórias de vida dos sujeitos participantes da presente tese e que estes tomaram iniciativas próprias e coletivas para combater o racismo e elevar a autoestima da população negra, promovendo a valorização das diferenças, na compreensão de que estas jamais podem ser vistas como sinônimo de desigualdades.

Palavras-chave: desigualdades – racismo – protagonismo – Movimento Negro

• Jussara Linhares Granemann

• Ruth Pavan

A tese, intitulada “Professores Surdos no Contexto Educacional Inclusivo Bilíngue: Concepções e (Re)significações”, está vinculada à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação – Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem como objetivo geral analisar as concepções e (re)significações de professores surdos que atuam com estudantes surdos matriculados em escolas de ensino regular em um município da região Centro-Oeste do país sobre o processo educacional inclusivo bilíngue. Os objetivos específicos são os seguintes: a) historicizar os aspectos legais que possibilitaram a inclusão dos estudantes surdos na educação escolar no contexto inclusivo bilíngue; b) caracterizar a educação bilíngue na perspectiva da educação inclusiva; c) identificar, nas concepções dos professores surdos, os aspectos que enfatizam a inclusão. O referencial teóricoepistemológico apoiou-se no campo dos Estudos Culturais, articulado com Estudos Surdos, nas temáticas da inclusão dos estudantes surdos (LACERDA, 2006, 2010; VASCONCELOS, 2020), educação e escola bilíngue (QUADROS; SCHMIEDT, 2006; KARNOPP, 2012; QUADROS, 2019), Libras como primeira língua (GOLDFELD, 2002; STUMPF, 2008; QUADROS; CRUZ, 2011; SKLIAR 1999, 2006; STROBEL, 2008; THOMA, 2016), cultura e identidade surda, Estudos Culturais e Estudos Surdos (SKLIAR, 1998, 2010; PERLIN, 2006; MÜLLER, 2012) e professores surdos (GESUELI, 2006; ALBRES, 2014; JESUS, 2020). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, e a produção dos dados foi efetuada por meio de entrevistas semiestruturadas com quatro professoras surdas e um professor surdo que atuam em escolas de ensino regular com estudantes surdos. Os dados foram coletados a partir das entrevistas, realizadas em Libras, visto que é a primeira língua dos surdos, gravadas em vídeo e posteriormente traduzidas pela pesquisadora para a língua portuguesa escrita. As análises mostraram que as concepções e (re)significações de inclusão dos professores surdos estão relacionadas ao contexto bilíngue; há necessidade de compreensão e reconhecimento da legitimidade da cultura surda no ambiente escolar; a presença de professores surdos nas escolas é importante, uma vez que eles produzem um processo de identificação positiva nos estudantes surdos. Por fim, o que mais foi enfatizado pelos professores surdos entrevistados foi o isolamento linguístico, social e cultural sofrido por eles e pelos estudantes surdos nas escolas regulares, sendo recorrente a invisibilização por parte da comunidade escolar, o que reduz suas relações somente ao tradutor intérprete de Libras. Os resultados da pesquisa vêm ao encontro do que afirmam os autores/pesquisadores da educação de surdos no que tange ao preconceito e à discriminação da diferença, ou seja, a percepção da diferença como déficit, o que causa imenso prejuízo ao processo educativo dos estudantes surdos.

Palavras-chave: Professores surdos. Estudantes surdos. Educação Inclusiva Bilíngue.

• Daniele Gonçalves Colman

• Carlos Magno Naglis Vieira

Esta tese está vinculada à linha de pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Pesquisa/CNPq: Educação Intercultural e Povos Tradicionais/CNPq. Tendo como pressuposto que a criança Terena da aldeia indígena urbana Darcy Ribeiro se constitui em contextos diferentes, o estudo tem como objetivo geral analisar os elementos que contribuem para a identidade Terena das crianças indígenas que residem e circulam pela aldeia urbana Darcy Ribeiro, no município de Campo Grande/MS, por meio do brincar. Como objetivos específicos, busca: a) identificar o processo de migração dos povos Terena para Campo Grande e a construção da aldeia urbana Darcy Ribeiro; b) descrever as manifestações das crianças Terena durante as brincadeiras no dia a dia na aldeia urbana Darcy Ribeiro; c) observar as estratégias de negociações, apropriações, ressignificações e resistências das crianças Terena da aldeia urbana Darcy Ribeiro, município de Campo Grande/MS, para a manutenção e a produção da identidade Terena. Como campo teórico, o trabalho inspira-se nas contribuições das produções realizadas com crianças indígenas e nas teorias que me orientam, como: os Estudos Culturais, os estudos pós-críticos, os estudos pós-coloniais e nas discussões realizadas pelos autores do Grupo Modernidade/Colonialidade. A partir de uma abordagem qualitativa, a pesquisa utiliza como procedimento metodológico a etnografia sensível por possibilitar o estar com/com-viver com crianças Terena no brincar, desenhar, conversar e circular. As análises mostram que o migrar dos indígenas Terena para a cidade se dá não apenas segundo as necessidades econômicas, mas também por falta de espaço nas aldeias rurais. Estabelecer-se para permanecer requer negociações, ressignificações, uma forma de resistência para manter elementos da cultura. Ainda segundo os dados de pesquisa, para as crianças, não falar a língua materna não significa que são menos Terena. Pelo contrário, elas têm orgulho em ser Terena, de suas descendências e de suas aldeias de origem. É observável que as crianças são coletivas, unidas pelo parentesco e subjetividades culturais e, a partir do que falam, estão cientes de suas diferenças ante os não indígenas.

Palavras-chave: Criança indígena; povo Terena; identidade e diferença; brincar; espaço urbano

• Silvana Colombelli Parra Sanches

• Adir Casaro Nascimento

Esta é uma tese de doutorado inserida na linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, onde lanço um olhar para mim e para o “outro” ao considerar classe social, gênero, condição cultural, enrijecimentos ontológicos, epistemológicos, permeados por signos imagéticos, movimentos éticos, estéticos e políticos. O objetivo geral é entender a educação intercultural produzida em diáspora, através da presença de senegaleses em Campo Grande - MS. Os objetivos específicos são: Refletir sobre os sentidos e significados das relações interpessoais entre senegaleses e brasileiros ao investigar as interações sociais que estes estabelecem por meio do trabalho, da religiosidade, dos casamentos, das amizades, das festas, com o movimento negro, dentre outros; Analisar as relações sociais produzidas a partir da diáspora de senegaleses em Campo Grande - MS no espaço público e privado através da perspectiva de senegaleses residentes em Campo Grande - MS e de outros atores sociais imbricados no processo de forma rizomática; Experimentar com eles o processo de hibridização nas relações sociais entre brasileiros e senegaleses, especialmente a apreensão da língua portuguesa em interface ao wolof, o francês e o árabe. A pesquisa de campo se inicia em 2019 e até 2022 mantive contato com dezenove senegaleses modu-modu, que são homens muçulmanos que viajam pelo mundo para trabalhar e enviar recursos às suas famílias. A maioria é da etnia Wolof, mas também há pessoas da etnia Sérèrer, Diola, Toucouleur, entre outras, residindo no município. Entre eles falam em Wolof e francês, a língua do colonizador. Aos poucos aprendo a língua Wolof, nas refeições feitas ao chão e sem talheres no íntimo de suas repúblicas e ouvindo histórias de name nala (saudades em Wolof), práticas mágicas, danças, lutas senegalesas e outras diferenças culturais. Eles chegam ao Brasil sem toda a documentação necessária. Ao ouvi-los pude descobrir que entram pelo Acre e passam por Rio Branco ou por Corumbá, Mato Grosso do Sul, conseguindo primeiro a condição de refugiado, depois de imigrante temporário, visto permanente e, por fim, podem naturalizar-se com seis anos em solo brasileiro. Foram utilizadas contribuições teóricas do grupo modernidade/colonialidade e a produção de intelectuais negros afrodiaspóricos e feministas negras brasileiras. Os resultados da pesquisa passam pela interculturalidade produzida na interação social com brasileiros, órgãos públicos e movimentos sociais, a fruição artística provocada na pesquisadora, a análise de espaços racializados e repressores como empresas, polícia e ruas gentrificadas, e, espaços antagônicos a estes, como os Dahiras, Magal de Touba e feiras Afro como máquinas de guerra, além de analisar os impactos da COVID-19 neste grupo social.

Palavras-chave: Diáspora, Senegaleses, Rizoma, Afrocentricidade, Interculturalidade.

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• ONIVAN DE LIMA CORREA

• Celeida Maria Costa de Souza e Silva

A pesquisa vincula-se à Linha de Pesquisa Política, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas de Formação e Trabalho Docente (GEFORT), do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB). Tem como objetivo geral: Analisar o Sindicalismo Docente na política salarial da Educação Básica da Rede Estadual de ensino de Mato Grosso do Sul (2013 - 2019). E, como objetivos específicos: contextualizar a história do sindicalismo no Brasil e como o Estado Neoliberal afetou sua ação; examinar a atuação do Sindicalismo Docente e da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE) na elaboração das políticas educacionais no Brasil; e analisar como o Sindicalismo Docente atuou na elaboração e na materialização da Lei nº 4.464 de 19 de dezembro de 2013, no governo de André Puccinelli (MDB), da Lei Complementar nº. 200, de 13 de julho de 2015 e da Lei Complementar nº. 239, de 29 de setembro de 2017, leis aprovadas no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul. O ano inicial do recorte temporal, 2013, corresponde a aprovação de uma política salarial para os docentes, a Lei do Piso para 20 horas para a Rede Estadual, ocorrida no penúltimo ano do governo André Puccinelli (MDB-2011-2014). De 2015 a 2018, primeiro mandato do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), ocorreram diversas alterações na política de implantação do piso para 20 horas. E, o ano final, 2019, corresponde à reformulação da política salarial dos docentes no segundo mandato do governo Reinaldo Azambuja. O Movimento Sindical da educação pública de Mato Grosso do Sul tem uma organização que conta com sindicatos que representam cada município e que recebem o nome de Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação, que em alguns lugares tem a sigla SIMTED e em outros SINTED. Como Sindicalismo Docente da Educação Básica e de representação estadual tem-se a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), que recebe a filiação desses sindicatos municipais. Os sindicatos contam com a filiação de professores e do corpo administrativo da Educação Básica das escolas municipais e estaduais. Na luta em defesa da educação pública e pela valorização dos profissionais da educação, a FETEMS constrói a sua história e organiza os trabalhadores em educação. Questiona-se: o Sindicalismo Docente garantiu a materialização da política salarial e a valorização docente, por meio da política de reajuste salarial, expressas nas leis estaduais do piso para 20 horas? Adota-se como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e a documental, além de entrevistas semiestruturadas com 3 pessoas da direção que presidiram a FETEMS e participaram do processo de negociação no decorrer da materialização da política salarial e de valorização dos docentes, no período de 2013 a 2019. Podemos constatar, mediante análise dos dados, das entrevistas e do material estudado -, que o Sindicalismo Docente, a FETEMS, atuou ativamente para garantir a materialização da política salarial e de valorização docente da Rede Estadual de Ensino de MS por meio da política do piso para 20 horas. Os entrevistados admitem que avançaram na política com as negociações para manter a Lei do Piso para 20 horas, ou seja, na política salarial para os docentes da Rede Estadual. No entanto, ressaltam a necessidade de avançar com a política de valorização no que diz respeito ao incentivo à formação, pois os docentes não são liberados e há uma pequena porcentagem de gratificação financeira na carreira, por parte do governo estadual, para a formação em stricto sensu. Além disso, há necessidade de rever a Lei Complementar, Lei nº 266 de Julho de 2019, que reduz o salário dos professores convocados, ou seja, o Sindicalismo Docente tem como desafio a equiparação salarial para ambos os docentes em início de carreira, efetivos e convocados.

Palavras-chave:  Sindicalismo Docente, Política Salarial, Valorização Docente, Mato Grosso do Sul.

• Kleide Ferreira de Jesus

• Heitor Queiroz de Medeiros

A presente tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa ‘Diversidade Cultural e Educação Indígena’ do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo geral foi compreender a Educação do Campo no município de Campo Grande/MS, implementada pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), tendo como referência a Escola Municipal Darthesy Novaes Caminha, localizada na área rural. Os objetivos específicos foram: a) Contextualizar a Educação do Campo no que tange às políticas públicas para as escolas públicas no Brasil e no estado de Mato Grosso do Sul; b) Entender a política de Educação do Campo da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) do município de Campo Grande/MS, e as implicações na configuração metodológica frente à Covid-19; c) Compreender a constituição da Escola Municipal Darthesy Novaes Caminha, no município de Campo Grande/MS, como uma escola do campo; d) Identificar a concepção de Educação do Campo da Escola Municipal Darthesy Novaes Caminha. Priorizamos a realização de uma pesquisa qualitativa, pois esta permite pesquisar os fenômenos das relações sociais e seu contexto. Embasamo-nos nas Teorias Pós-Críticas que visam modificar o status quo. Optamos pelo campo teórico/metodológico dos estudos PósColoniais, do qual o grupo Modernidade/Colonialidade faz parte. Ouvimos, registramos e interpretamos as entrevistas realizadas com técnicos da SEMED, gestores e professores. Os dados produzidos apontam que a matriz curricular desfavorece o ensino nas escolas do campo. A rotatividade de professores prejudica a formação de laços com os alunos, atrapalhando a aquisição de conhecimento. Os professores são formados pelos técnicos da SEMED para ministrar aulas nas escolas do campo; porém, como é um cargo político, técnicos novos são designados a cada administração, possuindo pouca experiência na área para realizar com qualidade a formação dos professores. Observamos que a escola foco da pesquisa não nasceu dos movimentos sociais, dos movimentos campesinos; ela foi criada por vontade de um fazendeiro que não desejava perder seus empregados que tinham filhos em idade escolar. Dessa forma, essa escola não se encaixa na descrição de uma escola do campo. Entendemos que a identidade dessa escola se encontra em processo de formação, pois possui características do campo e características de escola urbana, o que nos leva a concluir que ela se encontra na fronteira entre o campo e a cidade e por essa razão encontra-se num processo de negociação.

PALAVRAS-CHAVE: Educação do Campo. Mato Grosso do Sul. Decolonialidade.

• ARÃO DAVI OLIVEIRA

• Celeida Maria Costa de Souza e Silva

O objeto dessa pesquisa é a política de formação continuada de professores bacharéis que atuam na educação profissional e tecnológica de nível médio na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (REE/MS). Vincula-se à Linha de Pesquisa Política, Gestão e História da Educação do Programa de Pós-graduação em Educação - Mestrado e Doutorado - da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE/UCDB), ao Grupo de Pesquisa Políticas de Formação e Trabalho Docente (GEFORT), e ao Projeto de Pesquisa Políticas Públicas de Formação e Trabalho Docente na Educação Básica em Mato Grosso do Sul, coordenado pela Professora Dra. Celeida Maria Costa de Souza e Silva. Esta pesquisa conta com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Questionamos como e em quais contextos foram produzidas as políticas de formação continuada voltadas para os professores bacharéis que atuam na educação profissional e tecnológica de nível médio da REE/MS no período de 2015 a 2021 e como professores e formadores ressignificam, recontextualizam essas formações no contexto da prática? Assim, tem-se como objetivo geral: analisar as políticas de formação continuada de professores bacharéis que atuam na educação profissional e tecnológica de nível médio da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (2015- 2021). E, como objetivos específicos: 1) contextualizar em âmbito nacional as políticas de formação de professores bacharéis da educação profissional e tecnológica de nível médio a partir da Lei 9.394 (LDBEN/1996); 2) discutir a relação das políticas educacionais federais de nível médio pós Lei 9.394 (LDBEN/1996) com as políticas para formação de professores bacharéis da Educação profissional e tecnológica de nível médio do estado de Mato Grosso do Sul; 3) examinar a atuação da Secretaria de Estado de Educação na proposição e realização de políticas para a formação continuada dos professores bacharéis e como esses professores ressignificam essas formações no contexto da prática. O recorte temporal contempla o período de 2015 a 2021, 2015, corresponde ao primeiro ano do Governo Reinaldo Azambuja Silva, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), no Estado de Mato Grosso do Sul, e 2021 por ser o ano que a SED/MS iniciou as formações continuadas para Professores voltadas para o V (quinto) itinerário formativo do Ensino Médio “Formação Técnica e Profissional”. A metodologia abrange pesquisa bibliográfica, documental e de campo com abordagem qualitativa que tem por base a “abordagem do ciclo de políticas” proposta por Bowe, Ball e Gold (1992) e aperfeiçoada por Ball (1994); a “teoria da atuação” de Ball, Maguire e Braun (2016); e o conceito de “recontextualização do discurso”, o qual advém da teoria dos dispositivos pedagógicos de Bernstein (1996, 1998, 2000). Para entendermos como as políticas de formação continuada para professores da educação profissional e tecnológica de nível médio são propostas, ressignificadas, recontextualizadas em nível meso e micro no contexto da prática pelos professores e formadores. A pesquisa de campo contou com a realização de entrevistas semiestruturadas com o chefe da Coordenadorias de Políticas para o Ensino Médio e Educação profissional e tecnológica de nível médio da SED/MS, da Chefe da Coordenadoria de Formação Continuada da SED/MS, com 4 professores formadores vinculados a SED/MS que planejaram ou executaram cursos de formação continuada para os Bacharéis que atuam na Educação profissional e tecnológica de nível médio da REE/MS entre 2015 e 2021, e 72 professores da educação profissional e tecnológica de nível médio da REE/MS que vivenciaram formação 5 z proporcionada pela SED/MS entre os anos de 2015 e 2021. Os resultados indicam que existe, em alguns casos, desarticulação entre as políticas federais indutoras de formação continuada e as políticas efetivadas pela SED/MS para formação continuada dos professores bacharéis da educação profissional e tecnológica de nível médio da REE/MS; as recomendações propostas por organismos internacionais como OCDE e Banco Mundial alcançam algumas formações continuadas propostas pela SED/MS por incorporar a formação baseada em competências à forma de se organizar e abordar o currículo da educação básica na escola, também pela institucionalização nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação Continuada da obrigatoriedade de desenvolver nos professores saberes que o habilite a desenvolver as competências requeridas pela Base Nacional Comum Curricular aos estudantes; que embora seja reconhecida a importância das formações continuadas para os professores bacharéis por existirem dificuldades a serem superadas na dimensão pedagógica da atuação desses profissionais na escola, a SED/MS não conseguiu, no período estudado, alcançar todos esses profissionais, pois além das dificuldades de estimular a participação desses docentes nas formações, por terem outras profissões fora da escola e por serem todos contratados temporários, ainda existe uma perda anual do investimento da SED/MS em formação continuada no professor bacharel por não existir garantias que esse profissional permaneça como docente da educação profissional e tecnológica de nível médio no ano seguinte em função de não ser selecionado entre os professores cadastrados no banco de dados da SED/MS e, também, por falta de interesse em continuar docente; por fim os resultados nos permitem afirmar que professores e formadores ressignificam, recontextualizam as formações continuadas em nível meso e micro no contexto da prática o que consequentemente muda, transforma, em alguma medida, os sentidos da política expressos no texto oficial.

Palavras-chave: Políticas Educacionais; Políticas de Formação Continuada de Professores; Educação profissional e tecnológica de nível médio; Professores Bacharéis; Recontextualização.

• Ailton Salgado Rosendo

• Heitor Queiroz de Medeiros

Esta pesquisa teve como objetivo analisar as percepções das lideranças e professores indígenas das etnias Guarani e Kaiowá – que atuam nas escolas indígenas da Aldeia Amambai, localizadas no estado de Mato Grosso do Sul –, egressos do curso de formação de professores indígenas da Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da Universidade Federal da Grande Dourados, sobre as contribuições desse curso para suas formações, a fim de atuarem em escolas indígenas. Para a produção e análise dos dados, a metodologia foi estruturada a partir da concepção das pesquisas pós-críticas em educação. Fez-se a produção de dados por meio da revisão bibliográfica, de análises documentais, bem como recorreu-se à utilização de entrevistas semiestruturadas. Em função do momento de pandemia da covid-19, as entrevistas foram realizadas tanto por meio do envio de um roteiro com perguntas abertas e fechadas aos entrevistados via e-mail quanto por ligações telefônicas, conversas e gravações de áudio via WhatsApp. As entrevistas ocorreram com quinze indígenas, dentre eles: nove egressos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu da UFGD, uma acadêmica do referido curso e cinco lideranças indígenas. O campo empírico articula-se a partir de três escolas indígenas da Aldeia Amambai onde encontram-se os egressos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu da UFGD. Foram utilizados, para a execução deste trabalho, autores do campo teórico-metodológico – dos Estudos Culturais, em articulação com os Estudos Pós-Coloniais e Estudos da Modernidade/Colonialidade, com algumas das perspectivas envolvendo a interculturalidade crítica e as discussões em torno das questões sobre a criação e reformulação do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu da UFGD – em interlocução com a realidade em estudo. Os resultados apontam para: 1) o protagonismo do Movimento dos Professores Indígenas Guarani e Kaiowá; 2) a articulação dos egressos do Curso Normal Médio Ará Verá com o Movimento dos Professores Indígenas Guarani e Kaiowá; 3) o envolvimento de instituições parceiras, como a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS), as Secretarias Municipais de Educação da região do Conesul do estado e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), traduzindo-se na elaboração da proposta inicial do curso de formação de professores indígenas acolhida pela UFGD, em 2005. Concluiu-se que o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu da UFGD atendeu às exigências de uma formação específica e diferenciada dos professores indígenas das etnias Guarani e Kaiowá da Aldeia Amambai, egressos do referido curso, obedecendo à interculturalidade frente ao PPC (2006), porém com lacunas após a reformulação desse PPC. Assim, a maioria relata que houve o respeito à espiritualidade, à identidade, de modo a mostrar outras epistemologias e concepções/visões de mundo assumidas por lutas a favor de sociedades interculturais e democráticas; situação similar, todavia, não ocorreu quando da reformulação do PPC (2006), em virtude de questões burocráticas oriundas do SIGECAD – órgão da UFGD – e dos novos professores do curso.

Palavras-chave: Educação Escolar Indígena. Formação de Professores Indígenas. Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu.

• Bruno Amaro Queiroz Blini

• José Licínio Backes

Essa pesquisa está vinculada a Linha de Diversidade Cultural e Educação Indígena do - Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Pesquisa Educação e Diferença Cultural. Baseado nos Estudos Culturais, problematiza-se a visão eurocêntrica e monocultural de educação, que também norteia o ENEM. Dessa forma, a tese busca analisar com base nos Estudos Culturais, se há no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) as discussões étnico-raciais, e como essas se caracterizam, situando-nos na perspectiva da (de)colonialidade. A problematização do ENEM se faz necessária, pois o exame tem muito impacto sobre o currículo escolar, principalmente do Ensino Médio. Analisar se os temas garantidos pelas Lei 10.639/03 estão sendo abordados e de que forma estão sendo problematizados no ENEM é muito importante para discutirmos como essas questões estão sendo debatidas no âmbito educacional em nosso país. Os objetivos são: analisar com base nos estudos culturais as provas do ENEM de 2010 a 2018, identificando a presença/ausência de conteúdos étnicoraciais nas diferentes áreas de conhecimento; identificar se há presença de conteúdos étnico-raciais em todas as áreas do conhecimento; verificar se a presença de conteúdos étnico-raciais é significativa no ENEM; caracterizar os conteúdos étnico-raciais presentes no ENEM, identificando se se situam na perspectiva da (de)colonialidade; problematizar as relações étnico-raciais num contexto de uma prova de seleção para a educação superior; identificar se as identidades-diferenças estão presentes na perspectiva colonial/decolonial. A pesquisa foi conduzida por meio da articulação com o campo teórico dos Estudos Culturais dialogando com a abordagem qualitativa de análise documental e bibliográfica, tendo como principal material/documento de análise as provas do ENEM. Ao todo foram analisadas 10 provas do ENEM (pois em 2016 teve 2 aplicações), e identificamos um total de 91 (de 1800) questões abordando a temática étnico-racial. Vale ressaltar que a seleção foi feita de uma forma ampla, não fechando apenas em questões que abordam diretamente o que propõe a Lei 10639/03 (o que diminuiria um pouco o número), mas sim de um contexto histórico geral. O número é extremamente baixo, ainda mais se formos observar em outras áreas como exatas (1 questão) e Natureza (1 questão), além de termos pouquíssimas questões que trazem uma problematização decolonial sobre as questões raciais das identidades/diferenças e outras que acabam colaborando para a manutenção de estereótipos raciais.

Palavras-chave: Relações Étnico-raciais; Estudos Culturais; ENEM 

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• Claudia Regina Tinós Peviani

• Maria Cristina Lima Paniago

O curso de Licenciatura em Computação foi criado em 1997, completando em 2022 25 anos de existência. Na EaD/UFGD, o curso foi oferecido, até esse momento, na modalidade a distância nos anos de 2012, 2013 e 2017, em parceria com a UAB. O problema desta pesquisa visa a responder a seguinte pergunta: Como está acontecendo o desenvolvimento profissional docente do Licenciado em Computação da EaD/UFGD no contexto escolar? A pesquisa tem como objetivo geral analisar o desenvolvimento profissional docente dos egressos do curso de Licenciatura em Computação da EaD/UFGD no contexto escolar. E como objetivos específicos: 1) Conhecer quais as concepções dos professores sobre o desenvolvimento profissional docente; 2) Identificar como está acontecendo o processo de desenvolvimento profissional desses professores; 3) Analisar as implicações do desenvolvimento profissional docente em sua prática docente. O sujeito da pesquisa são egressos do curso de Licenciatura em Computação da EaD/UFGD. A metodologia adotada baseia-se na abordagem qualitativa. Para a coleta dos dados foram utilizados como instrumentos metodológicos o questionário e a entrevista semiestruturada. A discussão teórica está relacionada às seguintes temáticas: formação profissional docente e desenvolvimento profissional docente. Os principais autores são: António Nóvoa, Carlos Marcelo García, Christopher Day, Dalila Andrade Oliveira, Francisco Imbérnon, Ilma Passos Alencastro Veiga, Julia Oliveira-Formosinho, Maurice Tardif e Claude Lessard e Selma Garrido Pimenta. Da análise de dados emergiram três categorias: Formação Continuada, Profissionalização e Saber-fazer dos professores. Na categoria Formação Continuada, o foco foi a busca pelo conhecimento, definido pelos participantes como essencial para a formação profissional. Na categoria Profissionalização, foram levantadas algumas questões relacionadas à identidade profissional, (des)valorização, certificação e a precarização no exercício da atividade docente. E na categoria Saber-fazer dos professores, a experiência vivenciada em sala de aula, a busca pela melhoria das práticas, a reflexão das práticas, o isolamento e a colaboração foram as implicações apontadas pelos professores como consequência do processo de desenvolvimento da profissão docente.

Palavras-chave: Formação de Professores. Desenvolvimento Profissional. Licenciatura em Computação.

• Marines Soratto

• Adir Casaro Nascimento

Esta pesquisa de doutorado, inserida no Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade – GPEIN –, vinculado à linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado – PPGE/UCDB, teve como objetivo compreender a relação entre os saberes Guarani e Kaiowá e os saberes ocidentais nas Escolas Municipais Indígenas Nande Reko Arandú e Mbo’eroy Arandu, localizadas na Aldeia Taquaperi, no município de Coronel Sapucaia/MS, marcadas em um contexto de fronteiras geográficas, epistemológicas e culturais. Tendo em vista o espaço escolar de uma terra indígena como um lugar de circulação dos saberes indígenas, onde a fronteira se torna a passagem para os saberes reelaborados, ressignificados, negociados e não negociados de acordo com a lógica e o pensamento dos povos Guarani e Kaiowá, a escola se mostra como um local privilegiado para reflexões sobre as relações de saberes que se constroem em uma articulação complexa em função de outros saberes. Para isso, foram realizados estudos teóricos-metodológicos e documentais, objetivando orientar e compreender a realidade a ser observada por meio da produção de enunciados, os quais possibilitaram compreender a relação dos saberes indígenas e ocidentais no espaço escolar. Os estudos teóricos estão apoiados nos diálogos pós-coloniais e decoloniais, refletindo sobre o espaço escolar nas suas tensões e complexidade cotidiana, em que as identidades e diferenças são negociadas, traduzidas e hibridizadas na relação entre sujeitos. Nos estudos documentais, além da legislação brasileira, que orienta e regulamenta a educação escolar indígena, e dos documentos das Escolas Municipais Indígenas Nande Reko Arandu e Mbo’eroy Arandu, como o Projeto Político-Pedagógico, que legitima os “saberes” na escola, atuando como dispositivos pedagógicos, foram analisados os escritos de pesquisadores Guarani e/ou Kaiowá do estado do Mato Grosso do Sul, em nível de mestrado e doutorado, buscando observar como os saberes indígenas escapam da ordem ocidental, de modo a se desenvolver e se sistematizar a partir das suas próprias cosmologias e epistemologias, negociando e traduzindo em uma relação outra, ao transitar nos “entre-lugares” e, assim, cumprir os rituais acadêmicos orientados pelos saberes universais. Já a produção de dados foi realizada em um campo complexo atravessado pelo momento pandêmico (SARS-CoV2) em espaços restritos, contando com o apoio de recursos tecnológicos que, de um modo ou de outro, possibilitaram a comunicação e a aproximação diante do isolamento social vivido, o que nos permitiu compreender como os saberes e os fazeres Guarani e Kaiowá se evidenciam no espaço escolar, nas ambivalências e contradições entre o modo de ser tradicional e ocidental. Assim, contando com o apoio da técnica da bricolagem, recortamos de “lá” e colamos “aqui” tudo o que observamos, registramos, lemos, refletimos e conversamos no intuito de produzir enunciados pelos professores Guarani e Kaiowá e compreender a relação entre os saberes indígenas e os saberes ditos ocidentais no espaço escolar. Dessa forma, a pesquisa evidenciou que os saberes indígenas transitam na escola, ora se apresentando, ora se silenciando, cuja fronteira se constitui em um lugar onde os saberes se articulam, reelaboram, ressignificam e negociam de acordo com o modo de ser e de fazer Guarani e Kaiowá, dentro de processos epistemológicos e cosmológicos próprios.

PALAVRAS-CHAVE: Saberes indígenas; Educação escolar indígena; Interculturalidade

• Vera Lucia Gomes

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta Tese vincula-se à Linha de pesquisa Política, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação e insere-se no Projeto de Pesquisa “Planos de Educação: direito à qualidade da educação básica e gestão democrática”. Seu objetivo é analisar o processo de materialização da Meta 4, Educação Especial, do Plano Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (2014-2024), com foco na oferta educativa e no atendimento educacional especializado, na Rede Estadual de Ensino de MS e os objetivos específicos são: discutir os embates das diferentes forças sociais no processo de formulação das políticas de Educação Especial no Brasil; examinar o movimento das políticas educacionais para a educação especial do Estado de Mato Grosso do Sul no período de 2014 a 2018 e analisar as ações que demarcam o processo de materialização da Meta 4 - Educação Especial – do Plano Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (2014-2024), na Rede Estadual de Ensino, com foco na oferta educacional e no atendimento especializado aos estudantes da Educação Especial, a partir das estratégias selecionadas. A questão norteadora da pesquisa é: Como o Estado de Mato Grosso do Sul vem conduzindo as ações para atendimento à Meta 4, Educação Especial, do PEE-MS, no que se refere à oferta da educação básica e ao atendimento educacional especializado na Rede Estadual de Ensino, na perspectiva inclusiva? A investigação utiliza como procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental tendo como fontes principais: Plano Nacional de Educação (2014-2024), Plano Estadual de Educação de MS (2014-2024), relatórios de monitoramento e avaliação desses Planos; e entrevistas semiestruturadas com representantes da: Secretaria de Estado de Educação de MS; do Conselho Estadual de Educação de MS; do Fórum Estadual de Educação de MS e da Federação Estadual da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de MS. O recorte temporal corresponde ao período de 2014 a 2020, compreendendo a aprovação do PEE-MS (2014-2024) pela Lei Estadual n. 4.621/2014 até os Relatórios de Monitoramento e Avaliação publicados e disponíveis no andamento da pesquisa. Os resultados indicaram: a ampliação das matrículas do público da educação especial nas classes comuns das escolas da Rede Estadual de Ensino de MS; a ampliação, do atendimento educacional especializado nas salas de recursos multifuncionais e nos Centros de Atendimento Educacional Especializado; os embates entre o setor público e as instituições privadasassistenciais no atendimento educacional desse público. Conclui-se que o Plano Estadual de Educação de MS (2014-2024), induziu à privatização da Educação Especial, por meio de convênios com instituições privadas-assistenciais para a oferta da educação básica e do atendimento educacional especializado; o governo do Estado de MS, apesar de desenvolver ações para a inclusão de estudantes da Educação Especial em classes comuns manteve esses convênios, o que não corresponde à perspectiva inclusiva, tendo como base o conceito de inclusão escolar de que os estudantes da Educação Especial devem ter acesso à classe comum da escola de ensino regular, local da escolarização de todos.

Palavras-chave: Plano Estadual de Educação; Meta 4; Educação Especial; Inclusão Escolar; Privatização da educação

• Fábio Mamoré Conde

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta Tese de Doutorado vincula-se à linha de Pesquisa Políticas, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Teve como objetivo analisar como as concepções que orientam a política de educação profissional e tecnológica (EPT) no Brasil foram incorporadas em três projetos pedagógicos institucionais (PPI) e em projetos pedagógicos de dois cursos (PPC) do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), no período de 2003 a 2018. Os objetivos específicos são: discutir a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Brasil, formulada notadamente a partir de 2003, destacando as concepções que a orientam; verificar como as concepções que orientam a política nacional de educação profissional e tecnológica são incorporadas em três Projetos Pedagógicos Institucionais (PPI), do Instituto Federal de Rondônia (IFRO); examinar como as concepções que orientam a política nacional de educação profissional e tecnológica são incorporadas em Projetos Pedagógicos de dois cursos de nível técnico, integrados ao Ensino Médio, sendo estes, Técnico em Agropecuária, do campus Colorado do Oeste e Técnico em Informática, do campus Ji-Paraná. Os procedimentos metodológicos compreenderam pesquisa bibliográfica e documental. Foram selecionados, considerando o período, os três Projetos Pedagógicos Institucionais aprovados, a primeira e a última versão de dois Projetos Pedagógicos de Curso. O recorte temporal (2003 – 2018) corresponde aos seguintes períodos e governos no Brasil: de 2003, com o início do primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010), do Partido dos Trabalhadores (PT), seguido do governo de Dilma Vana Rousseff (2011 – 2016), também do PT, até o ano de 2018, com o fim do governo de Michel Temer (2016 – 2018), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), atual Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Como resultados: a análise dos PPI demonstrou que apesar da intencionalidade de promover uma formação que ultrapasse os interesses imediatos da lógica do mercado, as contradições e incompatibilidades conceituais indicam a tendência de priorizar o desenvolvimento econômico do estado de Rondônia; nas versões de 2010 e 2017 do PPC de Informática, há continuidade na priorização da capacidade técnica da formação, destinada à empregabilidade e ao empreendedorismo; as versões de 2010 e 2018 do PPC de Agropecuária, ao incorporarem nos processos formativos o conceito de omnilateralidade, buscaram ampliar a formação dos estudantes e construir um espaço de autonomia no curso. Conclui-se que, na política nacional de EPT no período, a formação integral, fundamentada na educação politécnica, em disputa pelas forças sociais progressistas, não se efetivou, diante dos limites estruturais e conjunturais de uma sociedade de classes, prevalecendo, na maioria dos projetos pedagógicos, a concepção pragmática de formar para os conhecimentos úteis ao mercado capitalista, com destaque à visão empreendedora, vinculada ao economicismo na EPT.

Palavras-chave: Política educacional. Educação Profissional e Tecnológica. Instituto Federal de Rondônia. Projeto Pedagógico Institucional e de Cursos. Educação Politécnica.

• Edneia Maria Azevedo Machado

• Marta Regina Brostolin

Esta pesquisa de doutorado está vinculada à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e ao Grupo de Estudos e Pesquisas da Docência na Infância (GEPDI). Tem por objetivo geral analisar como ocorre a formação continuada do Coordenador Pedagógico, bem como a sua atuação nas instituições de Educação Infantil (pré-escola) da Secretaria Municipal de Educação de Ji-Paraná, em Rondônia. A pesquisa de cunho qualitativo utilizou, para a coleta de dados, a entrevista semiestruturada, análise documental e questionário. As colaboradoras da pesquisa foram cinco Coordenadoras Pedagógicas e seis professoras que atuam na Educação Infantil no município de Ji-Paraná. A coleta de dados aconteceu em dois momentos: no primeiro, foi aplicado um questionário para as coordenadoras e, no segundo momento, houve a realização das entrevistas com as coordenadoras e as professoras. Os dados produzidos foram examinados a partir da Análise de Conteúdo por meio de categorias e subcategorias relacionadas aos objetivos da pesquisa. Os resultados evidenciam que a formação continuada contribui, de forma significativa, para o desenvolvimento profissional das Coordenadoras que atuam na Educação Infantil, uma vez que permite a articulação dos saberes teóricos com os saberes da experiência; com isso, aprendem muito sobre sua função no contexto de trabalho, ou seja, na escola, mas não somente nela, considerando que há a necessidade de outros investimentos na formação. Também se verificou a importância de as Coordenadoras que atuam na Educação Infantil aprofundarem os seus conhecimentos sobre a Sociologia da Infância como forma de pensar suas práticas em relação à formação continuada que desenvolvem com as docentes. Assim, esses saberes contribuem para as discussões e reflexões sobre as práticas pedagógicas no cotidiano da Educação Infantil, uma vez que toda prática pedagógica vem carregada de sentidos, ideologias e concepções, de modo a compreender que as concepções de criança e infância apresentadas pelas Coordenadoras Pedagógicas influenciam, eficazmente, as suas ações. Depreendemos que a Coordenação pedagógica precisa ter conhecimento de suas atribuições para que possa dar conta das demandas que vão surgindo no cotidiano, sem perder o foco na prática, enquanto mediadora e articuladora dos processos formativos, pois, de acordo com as docentes, essa é a principal função do profissional.

 Palavras-chave: Formação-Atuação. Coordenação Pedagógica. Educação Infantil.

• Pedro Rodrigues de Miranda

• Celeida Maria Costa de Souza e Silva

A presente tese tem como objetivo analisar o processo de efetivação do Programa de Educação em Tempo Integral “Escola da Autoria” na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (MS), no Ensino Médio, no município de Corumbá/MS, no período de 2016 a 2019. Está vinculada à Linha de Pesquisa Política, Gestão e História da Educação do Programa de PósGraduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco – (PPGE/UCDB), e ao Grupo de Pesquisa Política de Formação e Trabalho Docente (GEFORT). Por objetivos específicos: identificar os elementos da política educacional que orientam a efetivação da Educação em Tempo Integral a partir da Constituição Federal de 1988; examinar o Programa de Educação em Tempo Integral, a partir da gestão da “Escola da Autoria” na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, no Ensino Médio; analisar a efetivação desse Programa e gestão em uma escola da Rede pública, localizada em Corumbá-MS. Elege-se como recorte temporal os anos de 2016 a 2019. O ano de 2016, justifica-se por corresponder ao ano de implantação do referido Programa no Estado de Mato Grosso do Sul por meio da Lei nº 4.973/2016, e 2019, pelo fato de ser o ano de conclusão dos estudos da primeira turma do Ensino Médio vinculada ao Programa, na escola lócus da pesquisa, e o início do segundo mandato do Governador Reinaldo Azambuja do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Essa escola, localizada no município de Corumbá, foi escolhida por ter sido enquadrada nos critérios estabelecidos, entre estes, um maior número de matrículas no ensino médio propedêutico. Apesar de, neste critério, a escola estar em segundo lugar, ganhou em todos os outros critérios. A pesquisa é documental e bibliográfica. São utilizadas como fontes: documentos oficiais da política nacional e da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul - (Leis e Decretos), Resoluções, e documentos da escola. O Programa de Educação em Tempo Integral “Escola da Autoria” se insere no conjunto das políticas educacionais no Brasil e foi efetivado na gestão do Governador Reinaldo Azambuja (2015-2018), com centralidade na ampliação da jornada escolar, tendo em vista assegurar a melhoria no desempenho escolar discente, e oferecer um atendimento em tempo integral aos jovens em situação de vulnerabilidade social. Pode-se afirmar que as 11 finalidades propostas pelo Programa de Educação em Tempo Integral, elencadas em seu art. 2º, com vista à efetivação do Programa na referida escola, revelam que houve esforço e envolvimento por parte da comunidade escolar. No entanto, ainda há muito a avançar no que diz respeito às condições materiais e humanas e de ordem pedagógica e estruturais, na escola lócus da pesquisa.

Palavras-Chave: Educação em Tempo Integral; Escola da Autoria; Ensino Médio; Mato Grosso do Sul.

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• ELISÂNGELA CASTEDO MARIA NASCIMENTO

• Heitor Queiroz de Medeiros

A presente tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo geral compreender a relação dos indígenas Terena da aldeia Lagoinha no Município de Aquidauana – Mato Grosso do Sul, com a natureza e como seus saberes podem contribuir com a Educação Ambiental brasileira. Para alcançar o objetivo geral propusemos os seguintes objetivos específicos: a) Contextualizar a Educação Ambiental na atualidade e sua relação como os saberes tradicionais dos povos indígenas; b) entender quem são os Terena e como se dá sua relação com a Natureza a partir de sua cosmologia; c) compreender como se dá a passagem dos conhecimentos tradicionais pelos Terena e como esses podem contribuir para Educação Ambiental. Optamos por realizar uma pesquisa qualitativa na busca da compreensão da relação ambiental do Terena com a natureza. A pesquisa foi ancorada no método da História Oral que possui técnicas para registrar e interpretar histórias orais presentes na memória individual ou coletiva passadas através das gerações oralmente. Dessa forma, ouvimos, registramos e interpretamos as histórias contadas pelos anciões sobre a cosmologia Terena por meio de um diário de campo. Os dados produzidos nos mostraram que relação dos indígenas Terena com a natureza é cotidiana, está presente em todos os momentos de suas vidas. A palavra que utilizam para se referir a natureza, mundo natural ou mãe natureza é mêum. Faz parte da cultura aprender sobre a natureza, mas não é de forma enfática como em nossa cultura, pois eles sabem intrinsicamente o quanto o meio ambiente é importante para a sobrevivência de todos. Os ensinamentos são repassados de pais para filhos, no passado os pais se reuniam com os filhos ao amanhecer e ao entardecer para contar histórias e ensinos. Hoje, com a mudança do ritmo de vida, não tem um horário especifico, geralmente aprendem na igreja, por meio dos cultos, nos grupos de estudo bíblico, durante as brincadeiras realizadas nos retiros e na escola por meio de projetos. Os anciões são levados à escola para contar as histórias e mitos, os remédios tradicionais e para que as crianças escutem a língua materna, visto que, a maioria das crianças não falam mais o Terena. A escola tem ensinado a língua Terena, mas entende que os pais precisam dar continuidade ao ensino em casa. Concluímos que, mesmo estando aldeados, em um pequeno território sem rios e florestas, os saberes tradicionais indígenas Terena da aldeia Lagoinha podem e tem muito a contribuir com a Educação Ambiental no país.

Palavras-chave: educação ambiental; saberes tradicionais; Terena.

• MARLENE DE BRITO KLING ALMEIDA

• Adir Casaro Nascimento

Como pesquisadora entre os Terena desde o mestrado e com algumas inquietações procurei levantar e debater o processo de construção do modelo de educação intercultural e bilingue entre os Terena da Terra Indígena Cachoeirinha, na Aldeia Argola em Miranda/MS, o que gerou essa tese do tipo etnográfico, na qual se insere na Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco - UCDB. A proposta dessa tese foi pensar o processo histórico de desenvolvimento da educação intercultural e bilíngue indígena Terena, que ocorreu desde a colonização do Chaco e a educação intercultural e bilíngue dos Terena praticada dentro da Aldeia Argola em Miranda/MS. A análise dos processos educativos foi realizada com base nos autores da América Latina. Para isso desdobrei em objetivos menores para discutir historicamente a formação do povo Terena, as diásporas vivenciadas, bem como as lutas e conquistas legais dos indígenas da Terra Indígena Cachoeirinha e a formação da Aldeia Argola. Identificar o conceito sobre os principais elementos que envolvem a educação intercultural e bilíngue, a atual situação dos falantes da língua Terena na Aldeia Argola e o currículo intercultural bilíngue. Compreender a cosmologia e as experiências espirituais vivenciadas pelos indígenas da Aldeia Argola, os quais estão presentes na língua e na cultura que determina a resistência ao saber colonial e a hibridização cultural. A pesquisa foi realizada em uma abordagem qualitativa e delineada para uma fundamentação teórica no campo da educação intercultural e bilíngue com a finalidade de buscar um diálogo entre a teoria e os dados empíricos produzidos. A metodologia aplicada foi a princípio: a pesquisa bibliográfica; observação; roda de conversa, descrição dos dados aproximando as percepções e os olhares sobre o uso da língua Terena e do Português nos espaços da aldeia Argola. Desenvolvi nos capítulos a história e os processos de atravessamento que os Terena da região de Miranda/MS passaram e a forma com eles se apropriaram da escrita e dos conhecimentos da cultura dominante, em ambas as línguas Terena e Português. Nessa perspectiva, observei que ao longo da história, a educação intercultural e bilingue dos Terena foram marcadas pelos modelos de educação adotado pelas agências educacionais, que teve início no modelo de educação jesuítica até a missão evangélica, bem como a luta e resistência desses indígenas em manter sua cultura e língua materna. A conquista de seus direitos legais para educação específica e diferenciada nas escolas de suas aldeias. Contudo eles ainda lutam por uma política educacional diferenciada, junto aos órgãos educacionais municipais, estaduais e federais na esperança de conquistarem o direito a um currículo específico e diferenciado para escolas nas aldeias Terena. Enquanto isso são produzidos materiais extracurriculares que privilegiam a cultura, os mitos, as crenças e a Língua Terena.

Palavras-chave: educação, intercultural, bilíngue, lutas e resistências.

• SIMONE FERREIRA SOARES DOS SANTOS

• José Licínio Backes

A presente tese vincula-se à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), no estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Apresenta como objetivo geral analisar os processos formativos de professores universitários negros e militantes, com destaque para suas trajetórias, lutas e resistências no contexto de uma sociedade marcada pela colonialidade. Justifica-se pela necessidade de mostrar a luta e a resistência para incluir no ambiente acadêmico os conhecimentos negados e considerados não válidos pela academia, como a História e Cultura da África e dos afro-brasileiros. Nesse sentido, trazer a trajetória de luta e resistência de professores universitários negros e militantes de movimento negro é uma forma de mostrar seu protagonismo, colocar em cena sua visibilidade e suas conquistas, com a perspectiva de que continuarão promovendo a desconstrução do racismo na sociedade de forma geral e, em especial, nos espaços educacionais, que também costumam reproduzir conhecimentos coloniais. Os processos metodológicos estruturaram-se conforme os princípios da pesquisa qualitativa em educação, tendo entrevistas semiestruturadas com sete professores universitários negros e militantes como suporte para a produção dos dados. O referencial teórico-metodológico inspirou-se no campo dos Estudos Culturais, articulado com o campo das relações étnico-raciais, dos Estudos Pós-coloniais e do grupo Modernidade e Colonialidade. Os resultados mostraram que, em seus processos formativos, os professores sempre lutaram contra o racismo. Os processos de luta e resistência desses professores negros militantes, bem como sua presença na academia, produzem outros processos formativos, capazes de questionar a lógica colonial presente na academia, promovendo reflexões, pesquisas e conhecimentos que emergem dos conhecimentos da população negra.

PALAVRAS-CHAVE: Professores negros e militantes. Relações Étnico-raciais. Colonialismo/colonialidade.

• EVELYN IRIS LEITE MORALES CONDE

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta Tese de doutorado vincula-se à linha de pesquisa Políticas, Gestão e História da Educação e ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB). Conta com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Seu objetivo é analisar as ações do Conselho Municipal de Educação de Campo Grande/MS (CME-CG), no que se refere ao processo de materialização da Meta 19, Gestão Democrática, do Plano Municipal de Educação de Campo Grande (PME-CG) 2015-2025, no período entre 2014 e 2018. Os objetivos específicos são: discutir sobre a criação dos conselhos municipais de educação no contexto histórico brasileiro, tomando como referência a Constituição Federal de 1988; verificar a organização do Conselho Municipal de Educação de Campo Grande e a representatividade dos segmentos que o compuseram, especialmente nos biênios 20142016 e 2016-2018; examinar a atuação do Conselho Municipal de Educação de Campo Grande, a partir de suas ações e do posicionamento de seus representantes, na materialização da Meta 19, Gestão Democrática, do Plano Municipal de Educação de Campo Grande 2015-2025. Tem como questão norteadora: quais as formas de participação do Conselho Municipal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no processo de materialização da Meta 19, Gestão Democrática, do Plano Municipal de Educação de Campo Grande 2015-2025. Os procedimentos metodológicos compreenderam pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas semiestruturadas, com o total de seis conselheiros dos biênios 2014-2016 e 2016-2018, sendo o presidente, um representante do Conselho de Diretores e Diretores Adjuntos das Escolas Municipais (CONDAEM), e um do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), de cada biênio. O recorte temporal (2014-2018) corresponde a um ano antes da aprovação do PME-CG, em 2015; e à publicação de documentos referentes ao monitoramento e à avaliação do Plano, divulgados em 2017 e 2018. Os resultados indicaram que o Conselho buscou participar dos espaços para formulação ou deliberação do planejamento educacional local, com descontinuidade de sua participação, por exemplo, na Comissão Municipal de Monitoramento e Avaliação do PME-CG, entre 2016 e 2018; presença nas conferências de educação, em 2017 e 2018; e ausência na comissão instituída pelo Poder Executivo que elaborou a Lei da Gestão Democrática, em 2018, acompanhando suas discussões em audiência pública. Conclui-se que o CME-CG, um colegiado com funções consultiva, normativa e deliberativa, articulou-se com os órgãos do Sistema Municipal de Ensino (SME), principalmente com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), na disputa sobre a formulação e a materialização das políticas educacionais, no entanto, não desenvolveu mecanismos mais ativos de participação para tomada de decisões referentes à materialização da Meta 19, Gestão Democrática, do PME-CG 2015-2025.

Palavras-chave: Política educacional. Conselho Municipal de Educação. Plano Municipal de Educação. Gestão Democrática. Campo Grande-MS.

• EURICLEIA GOMES COELHO

• Ruth Pavan

Esta pesquisa integra a Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e Suas Relações com a Formação Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB e tem como objetivo geral analisar a reflexão dos/as alunos/as e orientadores do estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química sobre as suas práticas docentes pautadas na perspectiva do professor-pesquisador. Possui os seguintes objetivos específicos: Compreender o processo histórico dos cursos de licenciatura em Biologia e Química no Brasil; Descrever o processo de elaboração e implementação do curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal do Amazonas – UFAM; Descrever e analisar o estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química a partir das reflexões dos/as alunos/as e orientadores; Identificar, por meio da pesquisa de campo, indícios da formação do professor-pesquisador. A pesquisa baseou-se na abordagem qualitativa, adotando como procedimento de coleta de dados a análise documental e as entrevistas semiestruturadas de quatro professores orientadores e sete alunos estagiários do Curso de Ciências: Biologia e Química. Como referencial teórico foram utilizados autores que abordam o estágio supervisionado na perspectiva do professor-pesquisador, ou seja, teóricos que assumem o processo de conhecimento como algo inacabado e em contínua construção, reconhecendo a indissociabilidade entre teoria e prática. A análise dos dados permitiu perceber que o estágio que tem como base a formação do professor-pesquisador que cria/recria sua atuação docente, no contexto da sala de aula, possibilita superar as formas tradicionais de ensino inspiradas na racionalidade técnica, que são hegemônicas, segundo os autores que referenciam esta pesquisa. As análises indicam ainda, com base nas reflexões dos estudantes, que o estágio é relevante para a formação profissional, pois é nesse momento que o futuro professor entra em contato, de forma mais intensa, com a realidade da sua atuação profissional. Neste sentido, a participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, desde o início do curso, foi destacada pelos estudantes como algo que contribuiu para a realização dos estágios. Além disso, podemos destacar, como resultado da análise, a necessidade da relação entre universidade e escola, de forma que haja uma interação entre as duas, possibilitando uma relação duradoura e comprometida com a qualidade educacional de ambas, reconhecendo a importância da percepção do inacabamento do ser humano que ensina e aprende, ou seja, da pesquisa como inerente a atuação docente. Assim, analisar a prática docente no processo de realização do estágio, ouvindo a percepção dos professores orientadores e estudantes estagiários, pautada na perspectiva do professor-pesquisador, trouxe elementos de suas vivências e aprendizagens no período do estágio supervisionado que contribuem para (re)pensar o processo de formação docente como um todo e o estágio em particular.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Biologia e Química. Professor-Pesquisador. Formação de professores

• TÂNIA MARIA FILIÚ DE SOUZA

• Marta Regina Brostolin

A presente pesquisa tem por título Criança com deficiência na Educação Infantil: processo de inclusão e formação docente na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande-MS. Integra-se na linha de Pesquisa "Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente" do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado, da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Estudos e Pesquisas da Docência na Infância (GEPDI/UCDB).Tem como objetivo geral analisar o processo de inclusão das crianças com deficiência na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande-MS no período compreendido entre 2014 e 2019; e por objetivos específicos: investigar em quais instituições e quais são as deficiências das crianças matriculadas na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Campo GrandeMS; contextualizar o processo de inclusão; compreender as concepções dos professores sobre inclusão e identificar as condições de formação que os professores da Educação Infantil recebem da SEMED para trabalharem com as crianças com deficiência. A pesquisa, de abordagem qualitativa e documental, utilizou a entrevista semiestruturada com oito professores para a coleta de dados. Os resultados foram analisados a partir dos eixos temáticos: perfil dos professores envolvidos na pesquisa; o processo de inclusão de crianças com deficiência nas EMEIS: dificuldades e desafios; a concepção dos professores sobre inclusão; a criança com deficiência e o trabalho pedagógico; a formação inicial e continuada dos professores para o trabalho pedagógico com as crianças com deficiências. A análise evidenciou que o processo de inclusão nas Escolas Municipais de Educação Infantil do Município de Campo Grande-MS se apresenta categorizada como uma complexidade e configurada na concepção de integração, ou seja, não ocorre a contento ao movimento da reciprocidade à criança com deficiência na sala de aula. O maior desafio está no impacto em considerar a escola como espaço de pluralidade. A regulamentação da Educação Infantil se configurou como muito recente, estando a Educação Especial presente também sobre esta configuração, sinalizando a necessidade de aprofundamento das discussões e pesquisas para que se avance no processo.

Palavras-Chave: Educação Infantil. Inclusão. Formação docente.

• BLANCA MARTIN SALVAGO

• Maria Cristina Lima Paniago

O presente trabalho integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente” do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da Universidade Católica Dom Bosco - UCDB, Campo Grande - MS. E está vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Tecnologia Educativa e Educação a Distância (GETED). Esta tese tem como objetivo analisar os entrelaçamentos humano-afetivos em processos interativos em cursos de graduação a distância em uma Instituição de Ensino Superior privada, tomando como referência as concepções de um grupo de 14 professores que atuam na mediação pedagógica dos cursos de graduação de Administração e Ciências Contábeis dessa Instituição. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, definida como um estudo de caso. As técnicas para a coleta de dados foram questionários e entrevistas. Os questionários, com questões fechadas e abertas, foram enviados a 17 docentes e respondidos por 14. Todos os professores que responderam ao questionário se dispuseram a participar da segunda fase desta pesquisa de campo: a entrevista. Foram selecionados para a entrevista os 10 professores que tinham mais de 6 anos de experiência de atuação como docente em cursos de graduação a distância e com 6 horas ou mais de disciplinas com interação direta com os alunos. O referencial teórico deste trabalho teve como principais autores: Michael Moore, autor da Teoria da Distância Transacional; Romero Tori e Daniel Mill, para a reflexão da possibilidade de uma educação virtual, mas sem distância; a obra de Paulo Freire e Mario Kaplún, para a compreensão da educação como ato comunicativo, tendo como base a interação e o diálogo; Luiz Carlos Restrepo, Humberto Maturana e Paulo Freire, para abordar a questão do resgate da dimensão humano-afetiva e a importância da amorosidade como condição para uma prática pedagógica emancipatória; para refletir sobre a afetividade na prática docente, utilizo como base fundamentalmente Paulo Freire, Celso dos Santos Vasconcellos e Maurice Tardif. Os resultados obtidos mostram a valorização da autonomia do aluno por parte dos professores, assim como a ênfase dada pelos docentes à importância da humanização como marca que deve estar presente na interação com os alunos, junto com o conhecimento e a agilidade nas devolutivas. A interação é considerada como fator importante para gerar sentimento de pertença e assim diminuir a distância transacional em cursos de graduação a distância. Pode-se constatar também que espaço e tempo ficam visivelmente redimensionados (docência ubíqua), o qual é um fator de flexibilidade da atividade docente, desde que sejam estabelecidos os limites para evitar o risco da invasão da esfera privada e a dilatação do tempo de atividade do docente. O amor pelos alunos e pela própria prática docente, necessários em qualquer contexto de ensino, é mais necessário ainda na Educação a Distância devido à separação física existente entre os participantes.

Palavras-chave: Entrelaçamentos humano-afetivos. Educação a Distância. Distância Transacional.

• ROSILENE MOREIRA DE SOUZA

• Flavinês Rebolo

A presente pesquisa está centrada na temática inovação pedagógica e cultura escolar: convergências do nosso tempo, uma análise das dimensões inovadoras na perspectiva dos docentes de uma escola da educação básica, vinculada à linha de pesquisa ―Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente‖, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco. O objetivo geral deste trabalho é analisar as interações que se geram entre uma inovação pedagógica e a cultura do contexto escolar, investigando a percepção dos docentes em relação às dimensões inovadoras em uma escola de educação básica. Possui os seguintes objetivos específicos: a) investigar como os docentes percebem as dimensões inovadoras na educação, se elas impactam ou não na escola, proporcionando uma reflexão de sua relação com os temas atuais da educação como: gestão democrática; currículo; tecnologia; metodologias diferenciadas;projetos educacionais; desenvolvimento socioambiental; educação e desenvolvimento; inclusão e diversidade e que fazem parte da escola; b) identificar processos pedagógicos inovadores e as motivações que levaram os docentes a empreender inovações pedagógicas em suas práticas; c) discutir a influência dos componentes culturais no envolvimento e comprometimento dos professores com as práticas pedagógicas inovadoras. Entendemos a inovação pedagógica no contexto da escola como um processo de criação e produção de significados sobre a ação, num cenário de múltiplas dimensões e interações entre os indivíduos, o contexto social e cultural que os rodeia. A natureza complexa da questão inovação pedagógica e cultura escolar propõe necessariamente uma abordagem qualitativa de investigação que permite dar conta da riqueza, singularidade, dinamicidade e abrangência do nosso foco de estudo. A percepção dos professores sobre as inovações foi analisada com os dados obtidos a partir da aplicação de um questionário, construído em duas partes: a primeira composta por questões sociodemográficas e a segunda, em formato da escala Likert, abordando dez dimensões da inovação, adaptados dos estudos propostos por Thurler (2001), Hernandez et. al (2000), Carbonell (2002) e Fullan (2009) sobre a inovação pedagógica e cultura escolar. Na análise dos resultados ao se estabelecer uma relação central entre inovação pedagógica e a cultura escolar e a representação mental (percepção) dos docentes sobre as múltiplas dimensões inovadoras em educação defendidas nesta tese, ficou explícito que o grupo apresentou conhecimentos relacionados a essa temática e considerou a relevância do tema para se refletir sobre a necessidade de um outro momento histórico social na escola. As percepções que os docentes esboçaram sobre as múltiplas dimensões em inovação são dispositivos elaborados refletida e conscientemente ao longo do desenvolvimento profissional de cada um, e a cada tempo histórico são necessárias novas reelaborações para reconfigurar essas percepções em práticas pedagógicas inovadoras. Os componentes culturais no envolvimento e comprometimento dos professores com as práticas pedagógicas inovadoras e com a inovação do estabelecimento escolar são indicativos de que para esses docentes o sentido da mudança na escola pública e a possível alteração de crenças ou pressupostos pedagógicos subjacentes às novas políticas ou programas educativos são pressupostos favorecedores da inovação pedagógica na escola.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Inovação pedagógica; Cultura escolar.

• Fabiane de Oliveira Macedo

• Flavinês Rebolo

A Tese integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB). Aborda a docência como uma intersecção das características do professor e do trabalho docente. Nas Escolas das Águas, a docência circunscreve-se de singularidades do biossistema, da biodiversidade e da biodinâmica dos rios, riachos, igarapés e corixos do Pantanal. O campo teórico do bem-estar/mal-estar docente está sustentado pelos estudos de Esteve (1991), Jesus (1996), Rebolo (2012) e Rebolo e Bueno (2014), que consideram as conexões dos fatores externos e internos da docência, como: a motivação, as crenças, os valores, a valorização, as condições de trabalho, as relações interpessoais, a realização pessoal e profissional do professor. A pesquisa teve como objetivo geral compreender o trabalho docente nas Escolas das Águas e os elementos constituintes do bem-estar/mal-estar docente para os seus professores; e como objetivos específicos da pesquisa reconhecer as características da docência nas Escolas das Águas; avaliar os níveis de satisfação/insatisfação do professor com o seu trabalho (atividade laboral, socioeconômica, relacional e infraestrutura); e analisar os desafios e as conquistas na vida no trabalho docente dos professores das Escolas das Águas. Caracteriza-se por uma pesquisa quali-quantitativa, sendo os seus sujeitos 27 professores das Escolas das Águas que estavam trabalhando no ano letivo de 2017 e que aceitaram o convite. Utilizou de três instrumentos para a coleta de dados: um questionário de identificação das características do trabalho dos professores, a Escala de Bem-Estar Docente (EBED) e Entrevistas Narrativas (EN), sendo a entrevista realizada com 5 destes 27 professores. As análises do questionário foram feitas de forma descritiva; para a análise das EN utilizou-se o Modelo de Análise de Schütze (2014) e para a da EBED, a estatística descritiva e a não-paramétrica, com a inferência do programa SPSS.22. Os resultados revelam que a maior satisfação dos professores está relacionada à identificação deles com a atividade laboral e com as relações interpessoais; na direção oposta, a menor satisfação se manifesta em relação à infraestrutura. As maiores conquistas dos professores são manter a docência em um contexto peculiar, e os desafios são a formação inicial, a distância das escolas, o tempo e estabilidade do trabalho. Os professores, contudo, criam estratégias de enfrentamento para a realização do seu trabalho no Pantanal. Os elementos do trabalho constituintes do bem-estar/mal-estar docente vinculam-se mais às características dos professores, como os seus propósitos de vida, crenças, valores, autonomia, domínio ao ambiente. Conclui-se que a avaliação positiva que os professores das Escolas das Águas fazem sobre os seus respectivos trabalhos favorece o bem-estar docente.

Palavras-Chave: Trabalho docente; bem-estar/mal-estar docente; Pantanal; Escola Ribeirinha.

• Eliane Terezinha Tulio Ferronatto

• Flavinês Rebolo

A pesquisa intitulada “Do estágio à docência: bem-estar e mal-estar docente na travessia de uma professora iniciante ” integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco e está vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisa Formação, Trabalho e Bem-estar Docente (GEBem/CNPQ). Trata sobre o malestar/ bem-estar docente e o professor iniciante. Tem por objetivo geral: analisar como os professores iniciantes, formados em Pedagogia, vivenciam o período de inserção profissional e quais vivências e experiências do estágio supervisionado foram relevantes para a sua prática profissional e para a construção do seu bem-estar/mal-estar docente; para os objetivos específicos, têm-se os seguintes: 1. Compreender as especificidades do estágio supervisionado, que contribuem para a construção do bem-estar docente; 2. Identificar os fatores de bem-estar e mal-estar com o trabalho docente, dos professores iniciantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, graduados em Pedagogia; 3. Identificar as estratégias de enfrentamentos utilizadas pelo professor em início de carreira, frente as adversidades e os desafios do dia a dia na escola para prevenir o mal-estar e promover o bem-estar docente. Adotamos a abordagem qualitativa de pesquisa e utilizamos como instrumentos para coleta de dados, análise dos relatórios do estágio supervisionado de seis acadêmicas estagiárias do Curso de Pedagogia de uma Universidade do interior de Mato Grosso do Sul; e Entrevistas Narrativas realizadas com uma dessas acadêmicas que se tornou professora efetiva em uma escola da rede municipal de ensino. O aporte teórico baseia-se em autores como Nóvoa, Jesus, Jesus e Santos, Esteve, Rebolo, Tardif, Esteve, Marcelo Garcia, entre outros. Os resultados indicaram que o estágio é uma fase importante da formação docente e que precisa integrar teoria e prática de forma reflexiva e investigativa, além de ser o elo entre a escola e a universidade, os dois locais centrais para a formação docente. Os resultados apontaram, ainda, que a iniciação ao ensino é uma das fases do aprender a ensinar e, muitas vezes, esquecida tanto pelas instituições formadoras quanto pelas escolas. O professor iniciante necessita de auxílios múltiplos para enfrentar toda a diversidade da profissão, auxílios esses que devem vir de vários campos: dos gestores da instituição escolar, dos professores mais experientes, do curso de formação inicial e, principalmente, das políticas públicas educacionais que necessitam reconhecer a fragilidade desse começo, auxiliando o professor a ter um domínio maior do seu trabalho e, consequentemente, o bem-estar docente.

Palavras-chave: Trabalho docente; bem-estar/mal-estar docente; professor iniciante; estágio
supervisionado.

• Janaina Nogueira Maia Carvalho

• Marta Regina Brostolin

A presente investigação de Doutorado intitulada CULTURAS INFANTIS: AS CRIANÇAS PANTANEIRAS COMO PROTAGONISTAS DE SUAS HISTÓRIAS NO CONTEXTO ESCOLAR, está vinculada à linha de pesquisa Práticas Pedagógicas e Suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB) e ao Grupo de Estudos e Pesquisas da Docência na Infância-UCDB (GEPDI). Tem por objetivo geral analisar as culturas infantis das crianças pantaneiras como protagonistas de suas histórias no contexto escolar e se entrelaça nos específicos em: a) verificar como as culturas de pares e a reprodução interpretativa ocorrem e como seus elementos são compartilhados pelas crianças pantaneiras, ouvindo-as em seus contextos; b) compreender como as crianças pantaneiras em contexto escolar compartilham suas ações e nas suas interações produzem cultura e c) identificar as re (criações) e apropriações das crianças pantaneiras nas brincadeiras infantis em contexto escolar. A pesquisa com criança tem-se revelado uma estratégia de investigação poderosa para descrever suas trocas interpessoais e tem a possibilidade de entender a forma como produzem, assimilam, interpretam e reproduzem cultura. O suporte teórico que fundamenta esse trabalho é a Sociologia da Infância, com abordagem qualitativa do ponto de vista metodológico, trata-se de uma investigação etnográfica e os recursos metodológicos da pesquisa que viabilizaram a consecução dos objetivos são: a observação participante, caderno de campo, fotografias e a roda de conversa com as crianças, sujeitos da pesquisa. O campo empírico da pesquisa é o município de Aquidauana, interior do Mato Grosso do Sul/MS, e a investigação é na Escola Municipal Polo Pantaneira - “Fazenda Taboco”, envolvendo as 46 crianças que estudam no Ensino Fundamental I. Os resultados da pesquisa evidenciam que as culturas infantis das crianças pantaneiras são permeadas por quatro eixos estruturantes: a Interatividade, a Reiteração, a Fantasia do Real e a Ludicidade. São captadas a partir das vozes das crianças, entendidas neste estudo como manifestações e participação infantil em seu contexto escolar, atravessadas pelas ações e concepções das crianças em relação às suas vidas a partir da produção de sua/s cultura/s, por meio do Compartilhamento, Comprometimento, Linguagem Própria e Imaginação, sendo estas as práticas sociais das crianças pantaneiras.

PALAVRAS-CHAVE: Crianças Pantaneiras, Culturas Infantis, Protagonismo e Contexto Escolar.

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• JONATHA DANIEL DOS SANTOS

• Heitor Queiroz de Medeiros

A presente tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo geral foi perceber como os saberes e fazeres matemáticos indígenas e não indígenas circulam e se articulam contribuindo no processo de ensino-aprendizagem étnico Tupari. Tal proposta teve como objetivos específicos: a) Contextualizar o povo indígena Tupari no âmbito do processo colonial da Amazônia brasileira, com ênfase na sua resistência; b) Identificar saberes e práticas da Matemática Indígena Tupari e sua contribuição nos fazeres cotidianos de uso, ensino e aprendizagem não escolares; c) Verificar como os saberes matemáticos indígenas e não indígenas circulam e se articulam nas práticas Tupari. No que se refere a produção e análise do material produzido, a pesquisa se aproximou das contribuições pós-estruturalista do campo dos Estudos Culturais, em pressupostos das teorias Pós-Coloniais, em autores do Grupo Modernidade/Colonialidade e outros que foram possíveis articulá-los a produção do texto. A produção dos dados, de caráter qualitativa, teve como inspiração os procedimentos etnográficos, além de entrevistas narrativas ressignificadas, uso de fotografias, diário de campo e observação. Com base nos dados produzidos por meio dos campos teóricos e do campo empírico foi possível perceber que o diálogo entre os saberes indígenas e não indígenas no decorrer histórico, criou processos de circulação e articulação de saberes no contexto da etnia Tupari. A partir desse entendimento é válido compreender que a matemática não indígena tem sua importância efetivada nas relações sociais cotidianas bem como no espaço escolar. Por outro lado, a circulação da matemática ocidental não acontece de forma homogênea, pelo contrário, o saber matemático indígena atravessa essas relações por meio de ferramentas próprias dos Tupari, como por exemplo, o uso da língua Materna. Nesse sentido a língua funciona como uma estrutura tradicional de se fazer e pensar matematicamente, uma matemática indígena oral. A partir do uso da língua é possível entender a articulação enquanto estratégia de resistência da própria cultura. Tal entendimento se efetiva porque o uso dos saberes matemáticos não indígenas, se unidos dentro dos movimentos de luta, das organizações tradicionais, dos aprendizados cotidianos, funciona como instrumentos de aprendizagem intercultural.

Palavras-chave: Matemática indígena. Matemática não indígena. Circulação. Articulação. Interculturalidade.

• CARMEN LÍGIA CALDAS HAIDUCK

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa Política, Gestão e História da Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e insere-se no projeto “Planejamento da educação em Municípios Sul-matogrossenses: implicações para a gestão democrática e o direito à educação”. Contou com financiamento da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (FUNDECT). Seu objetivo é analisar o processo de criação e a atuação dos Conselhos Municipais de Educação instituídos nos municípios sul-matogrossenses de Três Lagoas e Sidrolândia e suas implicações para a construção da gestão democrática da educação em âmbito local, considerando o Planejamento Educacional, nomeadamente o Plano de Ações Articuladas (PAR), no período de 2007 a 2014. Os objetivos específicos são: discutir como se deu o processo de planejamento da educação no Brasil, destacando os programas educacionais, no segundo governo de Lula da Silva (2007-2010), do Partido dos Trabalhadores (PT) e no governo de Dilma Rousseff (2011-2014), também do PT; contextualizar a proposta de criação do Conselho Municipal de Educação, no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR), decorrente do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE); examinar no processo de materialização do PAR, o movimento de criação do Conselho Municipal de Educação nos municípios sul-mato-grossenses de Três Lagoas e Sidrolândia, sua composição, representatividade e competências; analisar a atuação dos Conselhos Municipais de Educação dos dois municípios selecionados nos processos decisórios de gestão educacional. Os procedimentos metodológicos compreenderam pesquisa bibliográfica; pesquisa documental, por meio de fontes provenientes do governo federal e dos governos locais; e entrevista de caráter semiestruturado com técnicos responsáveis pelo PAR e representantes do Conselho Municipal de Educação, desses municípios. Os resultados mostraram que o PAR induziu à criação do Conselho Municipal de Educação (CME), por meio, principalmente, do Indicador “Existência, composição e atuação do Conselho Municipal de Educação”, na Área “Gestão Democrática: articulação e desenvolvimento do sistema de ensino”. Os municípios acataram esse Indicador e no município de Três Lagoas, o CME foi instituído, pela Lei n. 2.443/2010, assim como, o Sistema Municipal de Ensino (SME). Em Sidrolândia o SME foi instituído por meio da Lei n. 1.530/2011 e o CME criado pela Lei n. 1.550/2012. Em ambos os municípios não houve consulta e mobilização abrangendo a comunidade educacional, sendo o processo organizado pelo governo municipal. O CME foi criado nos dois municípios com funções normativa, deliberativa e consultiva, composto com o mesmo número de conselheiros, sete no total, insuficiente quanto à pluralidade representativa. Afirma-se que há relação entre o PAR e a criação dos Conselhos de Educação nos municípios de Três Lagoas e Sidrolândia, localizados no estado de Mato Grosso do Sul. Porém, a resposta desses Conselhos, com suas contradições intrínsecas, é lenta no processo de construção da gestão democrática da educação, considerando-se as dinâmicas organizacionais no contexto da desigualdade local.

Palavras-chave: Política educacional. Plano de Ações Articuladas (PAR). Conselho Municipal de Educação. Gestão democrática da educação. Mato Grosso do Sul.

• ADRIANA DA SILVA RAMOS DE OLIVEIRA

• Maria Cristina Lima Paniago

A pesquisa de doutorado está vinculada a Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação - Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e ao Grupo de Pesquisa e Estudos em Tecnologia Educacional e Educação a Distância (GETED). Teve como objetivo geral: Analisar as implicações de uma formação continuada online para utilização de tecnologias digitais na prática pedagógica de professores que atuam em classes hospitalares de Campo Grande/MS. Como objetivos específicos: a) descrever o processo de desenvolvimento do primeiro curso online de extensão universitária para formação continuada dos professores; b) Demonstrar através dos documentos históricos de Mato Grosso do Sul (MS) quais as concepções que constam sobre a formação continuada de professores que atuam em classes hospitalares; c) Apresentar as concepções dos professores sobre a formação continuada para atuação em classes hospitalares; d) Analisar diferentes possibilidades de utilização das tecnologias digitais pelos professores em classes hospitalares. É caracterizada como uma pesquisa qualitativa, definida como um estudo de caso. A construção metodológica tem etapas de uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Os referenciais epistemológicos utilizados estão ancorados na Teoria Crítica da Educação a partir do viés freiriano. A etapa de investigação de campo aconteceu no ano de 2018. Utilizamos para coleta de dados, questionário online e tertúlia dialógica. Realizamos as análises dos dados com o auxílio do Software IRaMuTeQ. Os resultados da pesquisa demostraram que as colaborações, as trocas, as partilhas, os afetos/afetamentos, as conexões/desconexões, os diálogos, as interações, as produções coletivas entre os participantes do curso de extensão de formação continuada foram importantes para que fosse possível que os professores utilizassem as tecnologias digitais nas classes hospitalares. Muitos foram os desafios para concretizar o curso e que durante esse caminho o foco esteve na aproximação do binômio universidade-sociedade, no sentido de (re)pensar coletivamente sobre práticas pedagógicas para um público específico. Atualmente não há nos documentos da Secretaria de Educação (SED-MS) concepções sobre a formação continuada de professores que atuam em classes hospitalares. Diferentemente são as concepções dos professores, que reconhecem a importância e a necessidade da formação continuada para atuação em classes hospitalares e para suas práticas pedagógicas. Algumas vivências do curso contribuíram para que os professores incorporassem em suas práticas pedagógicas a utilização de tecnologias digitais em diferentes disciplinas para educandos do ensino fundamental e médio impossibilitados de saírem de leitos de isolamento. Dessa forma, a partir dos resultados interpretados a luz da Teoria Crítica da Educação, algumas categorias emergiram na análise de dados, como por exemplo, conscientização, reconhecimento, formação específica, ética e a empatia, situações-limites, confiança e engajamento, reinventar/reinvenção, tornando-se importantes elementos de reflexão na tese. Concluise que a pesquisa tem relevância social, científica, por discutir questões contemporâneas da sociedade como a formação continuada de professores que atuam em ambientes não escolares, desse modo contribuindo com questões importantes sobre novas propostas pedagógicas para profissionais da educação que trabalham em hospitais, sendo esse um campo importante para investigação.

Palavras-chave: Classe hospitalar. Formação continuada online. Tecnologias Digitais.

• Marcelo Casaro Nascimento

• Antônio Hilário Aguilera Urquiza (colaborador de 01/01/2013 a 28/11/2019)

Este trabalho de tese de doutoramento está vinculado à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena e ao Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco/UCDB. A pesquisa tem como objetivo descrever a importância da escola indígena em uma área de retomada de terra, na visão de membros Terena da Aldeia Mãe Terra, Município de Miranda/MS. Para tanto, o trabalho tem como objetivos específicos, informar acerca da história do povo terena nesta região pantaneira de Mato Grosso do Sul; como os Terena transitaram pela região, desde a sua movimentação pelo Chaco, a participação na Guerra da Tríplice Aliança e a perda territorial; A delimitação de suas terras pelo SPI no século XX; como um grupo de indígenas decide sair do processo de confinamento e começa a lutar pelas suas terras tradicionais a partir da retomada “Mãe Terra”; como a escola é demandada na área de retomada, e, até a atualidade, como ela tem desempenhado um papel importante, na organização desta comunidade, seja no sentido, social, político e cultural. Pesquisa de caráter qualitativo e tem como procedimento metodológico, além da pesquisa bibliográfica e documental, foram realizados um longo trabalho de campo, a realização da observação participante e realização de entrevistas: foi escrito com base em depoimentos de membros da comunidade que estão na retomada “Mãe Terra” e na Terra Indígena de Cachoeirinha, depoimentos orais e levantamento de referências bibliográficas que permeiam a história do povo Terena, para efetivar um diálogo e explicitar como os sujeitos desta pesquisa compreendem seu processo de luta. Dentre as muitas viagens a campo, as entrevistas que servem como suporte para a discussão deste trabalho foram realizadas durante os anos de 2017 e 2019, com lideranças da retomada “Mãe Terra” e professores da Aldeia Cachoeirinha (Terra Indígena de Cachoeirinha), que relataram suas histórias familiares de como os Terena se deslocaram no tempo e no espaço e de como eles se enxergam enquanto sujeitos da história do seu povo. A pesquisa evidencia a centralidade da escola, na retomada “Mãe Terra”, como espaço de fronteira e trânsito entre elementos simbólicos e de poder nas relações comunitárias. A escola, dentre outros elementos, significou a consolidação da retomada como espaço social terena.

Palavras-chave: povo terena, escola indígena, território tradicional, retomada, Mãe Terra.

• NILVA HEIMBACH

• Adir Casaro Nascimento

A investigação de Doutorado está inserida no Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade, da linha de pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB). Verificaram-se as conexões estabelecidas entre o ensino de Arte e as culturas indígenas no espaço escolar, relações rizomáticas capazes de propiciarem reflexões acerca do respeito à diferença. O ensino de Arte, com propostas apontando para uma educação intercultural, pode contribuir como canal de negociação, abrir ao diálogo com a diferença, de modo específico, entre povos indígenas e não indígenas. Questionou-se como os professores não indígenas traduzem as manifestações artísticas e culturais indígenas. Objetivou-se identificar e analisar como as etnias/culturas/saberes indígenas e as suas manifestações são traduzidas pelos professores de Arte no cumprimento da Lei 11.645/2008. Discutiram-se as relações entre o ensino de Arte, a diferença e saberes indígenas. Nos objetivos específicos, investigou-se como as representações das culturas indígenas são debatidas na disciplina de Arte, numa perspectiva sociopolítica e descolonizadora/contracolonial; buscou-se identificar possibilidades de propostas de diálogos interculturais e se a Lei 11.645/2008 se efetiva ou não na prática pedagógica dos professores de Arte, de modo específico em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Optou-se pela pesquisa qualitativa, cujo campo empírico foi um grupo de Whatsapp com professores de Arte não indígenas da rede pública que relataram, em bate papos, suas percepções e experiências pedagógicas com as culturas indígenas. As análises, realizadas a partir dos Estudos Culturais e contribuições do Grupo Modernidade/Colonialidade, trazem conceitos como relações de poder, colonialidade e decolonidade, os quais oferecem campo e potencializam reflexões da diferençaidentidade. Interculturalidade anunciada em Candau (2011) e Walsh (2007) permeiam o estudo, como potencial para negociação. Silva e Grupioni (1995), Cunha e Cesarino (2014), entre outros, apresentam a trajetória de subjugação em que a arte indígena foi demarcada nos espaços escolares e correlacionados a Silva (2007), Moreira (2009), com a construção de um currículo colonizado, dão relevo à discussão sobre a construção da identidade e da diferença, anunciadas em Hall (1997, 2003, 2004) e Bhabha (2005). Compreenderam-se as artes e estéticas indígenas, com características próprias, carregadas de suas cosmovisões e conceitualmente diferente da arte não indígena e a cultura como processo dinâmico e de constante ressignificação. O ensino de Arte nas escolas, despertam processos de criação, do imaginário, a leitura dos códigos e símbolos existentes, ampliando o repertório e a subjetividade, campo fértil para a tradução cultural, para o desenvolvimento de propostas com as culturas indígenas e com rompimentos de estereótipos e fixidez. Considerações que direcionam a interlocução com as etnias indígenas do Estado e que, em alguns casos, com suas manifestações artísticas silenciadas. Os estudos apontam que as traduções, realizadas com a mediação dos professores, provocam aproximações entre arte/cultura/vivências, possibilitando negociações abertas ao diálogo e ao rompimento de preconceitos e que o poder público se omite em alguns casos, gerando propostas isoladas dos professores que almejam uma educação intercultural.

PALAVRAS-CHAVE: Lei 11.645/2008. Ensino de Arte. Interculturalidade. Colonialidade. Diferença.

• Andreia Maria Pereira

• Ruth Pavan

Esta pesquisa, intitulada “Decolonizando o Currículo: práticas pedagógicas interculturais e processos formativos de professores e professora indígenas Gavião em Rondônia”, está vinculado à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e Suas Relações com a Formação Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB e tem como objetivo geral compreender e analisar as perspectivas dos docentes indígenas Gavião em relação à interculturalidade presente em seus processos formativos, bem como nos contextos da sua atuação docente. Possui os seguintes objetivos específicos: a) Compreender a constituição do currículo escolar e suas diferentes abordagens ao longo da história da educação escolar, com destaque para a educação escolar indígena; b) Caracterizar o currículo intercultural e decolonial; c) Descrever o processo de formação dos professores e professoras indígenas do Estado de Rondônia; d) Observar e analisar as práticas pedagógicas dos professores e professora indígenas Gavião; e) Identificar e analisar a perspectiva de educação intercultural dos professores e professora indígenas do povo Gavião, que atuam na escola indígena da Terra Indígena Igarapé Lourdes do município de Ji-Paraná/Rondônia. É uma pesquisa de natureza qualitativa, na perspectiva teórico-metodológica da interculturalidade crítica e decolonial, da abordagem dialógica freireana, ou seja, destacará os processos de fortalecimento da cultura indígena tradicional presente nas perspectivas e atuação docente. Para a produção dos dados, em consonância com a pesquisa qualitativa, recorremos a entrevistas semiestruturadas com professores e professora indígenas e observação dos espaços escolares e das práticas pedagógicas ali produzidas. As análises nos mostra que a escola indígena Gavião apresenta um currículo intercultural crítico, através das práticas pedagógicas decoloniais de seus professores com a participação de suas comunidades. Os professores e professora indígenas Gavião têm conseguido cotidianamente trabalhar com seus alunos e alunas os aspectos de escola específica e diferenciada, garantida legalmente, mas, às vezes, as instituições governamentais com sua burocratização e/ou invisibilização das demandas que surgem das comunidades indígenas em relação à escola comprometem sua viabilidade.

PALAVRAS-CHAVE: Interculturalidade Crítica. Decolonialidade. Práticas Pedagógicas. Formação Docente. Currículo.

• Marco Antônio Oliva Monje

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Este trabalho insere-se na Linha 1: Políticas, Gestão e História da Educação e no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), da Universidade Católica Dom Bosco. Foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. O objetivo geral desta tese é analisar o processo de materialização da Meta 7 do Plano Municipal de Educação (PME) de Corumbá 2015-2025, com foco na Avaliação, que visa fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, por meio da melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais definidas para o Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Foram traçados os seguintes objetivos específicos: discutir os elementos que fundamentam a política nacional de avaliação educacional, a partir da década de 1990; analisar o processo de monitoramento e avaliação do Plano Municipal de Educação de Corumbá 2015-2025, tomando como referência o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024; verificar o processo de materialização da Meta 7 do PME de Corumbá 2015-2025; verificar o processo de materialização da Meta 7 do PME de Corumbá 2015-2025, com foco nas estratégias selecionadas. O Plano Municipal de Educação (PME) de Corumbá (2015-2025), aprovado pela Lei Municipal nº 2.484/2015, a partir do Plano Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (PEE-MS) e do Plano Nacional de Educação (PNE), contém 20 metas e 285 estratégias. Os procedimentos metodológicos compreendem análise bibliográfica e documental, principalmente dos planos de educação (PNE, PEE-MS e PME) e relatórios oficiais. Foram realizadas três entrevistas semiestruturadas com membros da Comissão Municipal de Monitoramento e Avaliação do PME de Corumbá, uma representante da Secretaria Municipal de Educação, uma representante do Conselho Municipal de Educação e uma representante do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Corumbá. Os resultados indicam que, conforme a Meta 7, o PME de Corumbá - MS, em concordância com o PNE, fomenta a qualidade do Ensino Fundamental, por meio da melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Além da utilização dos resultados do IDEB, a Secretaria Municipal de Educação tem se utilizado de instrumento próprio de avaliação, denominado “Ação Educativa”, para e avaliar a qualidade do ensino. Conclui-se que a política governamental, com foco nos resultados da aprendizagem, centra-se, principalmente nas avaliações em larga escala e nos índices, como garantia de qualidade da educação na Rede Municipal de Ensino.

Palavras-chave: Direito à Educação, Política Educacional, Plano Municipal de Educação, Avaliação Educacional, Qualidade da Educação

• CLADAIR CÂNDIDA GOMES

• Ruth Pavan

Esta tese vincula-se à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado – UCDB. Tem como objetivo geral analisar a concepção das avaliações em larga escala por gestores das escolas públicas estaduais com alto Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Os objetivos específicos são: contextualizar a avaliação em larga escala do Ensino Fundamental; identificar as estratégias utilizadas pelos gestores em função da avaliação em larga escala; articular as concepções de currículo, diferença e avaliação em larga escala; verificar se, para os gestores, a avaliação em larga escala qualifica o processo educativo escolar. Os participantes da pesquisa são nove gestores de quatro escolas de alto IDEB da rede estadual de Mato Grosso do Sul. Utilizamos entrevistas semiestruturadas, como instrumento de coleta de dados. A escolha da metodologia para esta pesquisa é a qualitativa, situada na perspectiva da teoria crítica da educação, por entendermos que possibilita a análise dos desdobramentos produzidos pela avaliação em larga escala. As análises das entrevistas foram iniciadas a partir de aspectos observados como recorrentes nas respostas coletadas; desse modo, os eixos de análise emergiram. Entre outros, estes sinalizam para tentativas de rupturas/subversões do processo da avaliação em larga escala e também para uma constante tensão decorrente dessas avaliações, o que tem atingido alunos, professores e gestores. Isso ocorre em diferentes momentos, inclusive no dia da aplicação das provas, quando alunos se assustam com ações e orientações da equipe externa responsável pela avaliação. Como conclusão, podemos afirmar que o trabalho dos gestores assume uma ênfase em práticas gerencialistas, que têm exigido dedicação a aspectos predominantemente administrativos no espaço escolar, secundarizando aspectos pedagógicos que se articulem a uma qualidade educativa socialmente referenciada, ou ainda, a uma gestão democrática da escola e, consequentemente, à visibilização das diferenças.

 Palavras-chave: Currículo. Avaliação em larga escala. Diferença. Gestores escolares. 

• CARLOS MAGNO MIERES AMARILHA

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

O ‘Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano)' , criado em 2005, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), tem como finalidade promover o acesso de jovens brasileiros de 18 a 29 anos, que apesar de alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental, buscando sua reinserção na escola, no mundo do trabalho e na participação cidadã. Esta pesquisa vincula-se ao projeto denominado ‘Planejamento da Educação em Municípios Sul-Mato-Grossenses: implicações para a gestão democrática e o direito à educação e ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE)’ da Linha de Pesquisa ‘Políticas, Gestão e História da Educação’, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Propõe-se analisar o processo de materialização do programa no âmbito das políticas educacionais e a materialização em si, por meio da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS), nas escolas estaduais de dois municípios do Estado, no período de 2012 a 2016. Os objetivos específicos são: contextualizar o processo de formulação da Política Nacional de Juventude e a inserção do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) na agenda do governo brasileiro; examinar os princípios orientadores do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano); verificar a materialização do Projovem Urbano em duas escolas da Rede Estadual de Mato Grosso do Sul, uma localizada no município de Campo Grande (capital do Estado) e a outra no município de Dourados (o mais populoso do interior do Estado). Foram selecionadas as escolas com maior número de alunos matriculados no período e que executaram duas edições do programa. O estudo compreende pesquisa bibliográfica, documental e entrevista semiestruturada com os seguintes sujeitos: coordenador do Projovem da SED-MS; dois coordenadores e dois professores da disciplina Participação Cidadã do Projovem Urbano. Os resultados indicam a realização de projetos em conformidade com os pressupostos do Projeto Político Integrado (PPI) do Projovem Urbano; a visão positiva dos participantes em relação à concepção e desenvolvimento do Programa; a execução do componente curricular Participação Cidadã do 7 Projovem Urbano em que foram desenvolvidos projetos sociais, com foco, principalmente, na aprendizagem e no protagonismo dos jovens em ações de solidariedade, de cooperação e de serviços voluntários. Conclui-se que o Projovem Urbano, fundamentado na concepção de equidade, proporcionou aos jovens a escolaridade e a conclusão do ensino fundamental e, portanto, a possibilidade de continuidade de seus estudos.

PALAVRAS-CHAVE: Política educacional; Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano); Projeto Político Integrado (PPI); Participação Cidadã; Mato Grosso do

• BENÍCIO BACKES

• José Licínio Backes

Tese de Doutorado em Educação no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Diferença Cultural, da Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-graduação em Educação – Mestrado e Doutorado, PPGE/UCDB. Teve como objetivo analisar as mobilizações de militantes da causa negra que marcam a implantação da Lei Nacional 10.639/2003, com destaque para as estratégias e iniciativas utilizadas por professoras/es negras/os, para infiltrar História e Cultura Afro-Brasileiras nas escolas municipais, em um contexto de colonialidade germânica. Fez-se a produção de dados mediante a prática de entrevista interativa com oito pessoas negras, entre gestores/as e professores/as, militantes da causa negra e comprometidas com a prática de inserção das questões étnico-raciais na Educação Básica, em escolas públicas municipais da cidade de Novo Hamburgo/RS, uma das catorze cidades com colonização predominantemente germânica da Rota Romântica/RS, associadas para a formação de uma rota turística. As análises foram tecidas como articulação do campo teórico-metodológico – centrado nos Estudos Culturais em articulação com os Estudos Pós-coloniais e Estudos da Modernidade/Colonialidade e com algumas das perspectivas envolvendo a multi/interculturalidade crítica e as discussões em torno das questões de raça – em interlocução com a realidade em estudo. E apontam para: a) o protagonismo do Movimento Negro na articulação de parcerias com o poder público municipal, universidades da região e entidades sociais e culturais, traduzindo-se em possibilidades de maior efetivação da Lei 10.639/2003, por meio do fomento de debates e de cursos de formação continuada de docentes e da pesquisa, divulgação e produção de materiais sobre questões étnico-raciais envolvendo a cidade e a região; b) as estratégias de infiltração da História e Cultura Afro-Brasileira que militantes da causa negra tecem, no espaço das escolas e das salas de aula, para maior afirmação de sua participação na história da cidade, diante do “resguardo” da cultura germânica em Novo Hamburgo, com destaque para oficinas de Capoeira e de máscaras africanas; alcance de material; estudo de artistas negros; apresentações de manifestações religiosas de matriz africana em eventos da escola; convite a griôs e mães de santo, trazendo-os para o interior das escolas e salas de aula, para o relato de suas experiências e contação de suas histórias e memórias e instituição do selo “Igualdade Racial é pra valer”, contribuindo para o empoderamento político-epistemológico das populações negras. Concluiu-se que a hegemonia da colonialidade germânica em Novo Hamburgo é posta constantemente em xeque pelas populações negras, por meio da ocupação dos diferentes interstícios produzidos no tensionamento das forças de poder em relação, seja como produção de resistência, como afirmação identitária, seja mostrando outras epistemologias e concepções/visões de mundo assumidas por lutas a favor de sociedades multi/interculturais e democráticas. PALAVRAS-CHAVE: Cultura. Lei 10.639/2003. Colonialidade/germanidade.

• MIRIAM BRUM ARGUELHO

• Maria Cristina Lima Paniago

Esta tese está vinculada à linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco, e está vinculado ao grupo de Estudos e Pesquisa em Tecnologias Educacionais e Educação a Distância (GETED). Tem como objetivo geral analisar a formação continuada dos Professores Gerenciadores de Tecnologias Educacionais e Recursos Midiáticos (PROGETECs) do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE – Regional) com o uso pedagógico da linguagem de programação Scratch. Seus objetivos específicos são: 1) conhecer as concepções dos professores sobre as tecnologias e suas relações com a prática docente; 2) entender quais elementos emergem nesse contexto de formação no sentido de (re)significar o uso das tecnologias – mais especificamente o Scratch; e 3) analisar as implicações da formação com e para as tecnologias na prática dos professores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa-formação, em que utilizamos como instrumento de produção de dados questionário online, narrativas digitais e relatos (auto)biográficos. O campo empírico da pesquisa foi a formação continuada intitulada “Programando e aprendendo com o Scratch”, ministrada para 30 professores/PROGETECs, ligados aos NTE – Regional, durante os meses de maio a outubro de 2016, desenvolvida no contexto de um grupo na rede social Facebook. A pesquisa tem como base teórica os autores Freire (1979a, 1979b, 1982, 1983, 2003, 2006), Freire e Shor (1986), Paniago (2016), Paniago e Santos (2014), Kenski (1998, 2003, 2013), Barreto (2003, 2009, 2011), Bonilla (2011), Almeida e Silva (2011), Almeida e Valente (2012), Almeida (2014), Lemos (2013), Gomez (2015), Diniz-Pereira (2014), Castells (2015), Thompson (2014), Jenkins (2009), Sibilia (2012), dentre outros. Os achados nas pesquisas nos mostraram que é fundamental e frutífero fazer pesquisa-formação nas escolas públicas estaduais de Mato Grosso do Sul; Que o Scracth é potencializador de formas diferenciadas de ensinar e aprender e possibilitou a prática de alteridade entre professores e alunos; Que o Facebook se mostrou adequado como espaço de formação online, permitindo variados tipos de interação, de compartilhamento de materiais, de produção de narrativas digitais e de colaboração, configurando-se como uma comunidade; Que as narrativas digitais e o exercício reflexivo inerente a sua produção são oportunidades valiosas de atribuição de sentido e (re)significação do fazer docente, e que esse exercício contribui na tomada de consciência do processo de produção de identidades e subjetividades; Que a metodologia de reunião em espaço aberto (OST) é adequada para processos formativos abertos, pouco estruturados e flexíveis, que visem a auto-organização e o estímulo à colaboração e à expressão dos professores; Que os professores gostam e desejam ações de formação dinâmicas, de duração adequada a uma suficiente apropriação do objeto de estudo e que apresente espaços de reflexão e diálogo. Esta pesquisa avançou em relação às antecedentes uma vez que ofereceu uma proposta de formação desenhada na medida das expectativas e necessidades dos professores envolvidos; teve foco e ponto de partida na realidade concreta e material de cada professor/PROGETEC e em seu contexto de trabalho, envolvendo outros professores, alunos e equipe de apoio do NTE.

Palavras-chave: Formação continuada de professores. Linguagem de programação Scratch.Colaboração.

• CHRISTIANE DE ARAUJO GMEINER

• Flavinês Rebolo

Esta tese vincula-se à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, e tem por objetivo geral analisar a Arte como base do processo ensinoaprendizagem para as demais áreas do conhecimento no contexto escolar inovador. Seus objetivos específicos são: 1) Identificar as escolas de ensino formal consideradas inovadoras pelo MEC (2014); 2) Compreender como os pressupostos da Arte podem colaborar com os processos de ensino e aprendizagem e com a formação integral do ser humano no âmbito escolar; 3) Compreender as formas de funcionamento, estrutura física e aspectos pedagógicos que configuram a Escola Teia Multicultural-SP como uma escola inovadora, bem como as práticas dos professores de Arte nesta escola. O referencial teórico sobre Inovação é pautado em Singer, (2010); Fullan (2009); Garcia (2005); Antônio (2009); Mosé (2013); Moran (2012) e Thurler (2001). Sobre Arte foram utilizados os estudos de Forquin (1983); Lakoff e Johnson (1980); Effand (2010); Marques (2010); Strazzacappa, (2006); Barbosa (1997); Robatto (2012) e Duarte Júnior (1986-2010), entre outros. No que tange ao trabalho docente, dialogou-se com Cunha (1999); Esteve (1992-2004); Rausch e Dubiella (2013) e Rebolo (2014). A pesquisa empírica foi desenvolvida a partir dos princípios da abordagem qualitativa, com realização de um estudo de caso para analisar um projeto educativo inovador de instituição privada de ensino básico da cidade de São Paulo- SP. Como instrumentos e procedimentos metodológicos foram utilizados revisão de literatura, questionário misto online, visita de observação à escola e entrevista semiestruturada. O questionário foi enviado a 71 gestores de escolas de ensino básico consideradas inovadoras pelo MEC, de acordo com a plataforma “Iniciativa Inovação e Criatividade na Educação Básica/MEC”. A partir de análise dos 19 questionários que retornaram preenchidos, constata-se que essas escolas possuem melhores condições de trabalho e de materiais para o professor de Arte, maior reconhecimento em seus saberes como arte educadores, e também que a maioria das gestões das escolas consideradas inovadoras promovem a Arte contextualizada na contemporaneidade. A visita à escola selecionada teve por objetivo investigar seu universo empírico e buscar dados que permitissem compreender o funcionamento da Arte em um contexto escolar inovador. Na referida visita foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete professores de Arte e dois profissionais de gestão escolar. Também foram realizadas observações e análise documental, além da elaboração de um diário de bordo e registros fotográficos. As análises apontam que é possível um processo ensino-aprendizagem por meio da Arte, visto que o estudo de caso aponta que, principalmente no que diz respeito às artes cênicas, ocorre uma conexão entre as disciplinas que são permeadas por imaginação, criatividade e metáforas para a construção do conhecimento. Identificou-se também, como fator importante para uma educação inovadora a partir da Arte, infraestrutura adequada para as práticas docentes, valorização da Arte como área do saber e satisfação no trabalho dos professores de Arte nesta escola.

PALAVRAS-CHAVE: Escolas inovadoras; Professor de Arte; Arte na Educação; Trabalho docente, Dança e teatro na escola.

• MARIA ISABEL ALONSO ALVES

• Heitor Queiroz de Medeiros

A tese intitulada Narrativas de professoras indígenas Arara (Karo Tap) de Rondônia: identidades entre experiências formativas não escolares e escolares está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), objetiva investigar a constituição das identidades das professoras indígenas Arara (Karo Tap) no contexto da comunidade/escola da aldeia I’terap, localizada na região do município de Ji-Paraná, Rondônia. Os objetivos específicos são: a) Mostrar as narrativas das professoras Arara (Karo Tap) a respeito de suas histórias que entrelaçam a colonização amazônica; b) Identificar as práticas culturais que produzem representações que caracterizam as identidades de professoras indígenas Arara (Karo Tap) e c) Descrever os lugares ocupados pelas professoras, tanto no âmbito não escolar como no escolar. As interlocuções teóricas que sustentam esta tese advêm do campo dos Estudos Culturais, das Teorias Pós-Coloniais e do grupo Modernidade/Colonialidade, entre outros. As estratégias metodológicas adotadas estão articuladas aos modos pós-críticos de pesquisas em educação, com foco em entrevistas narrativas. Podemos dizer que os espaços não escolares e escolares produzem as identidades das professoras Arara (Karo Tap), assim as relações interculturais constituídas entre tempos e espaços distintos vão produzindo as representações de identidades dessas professoras. Essas identidades se desenvolvem na articulação e na negociação entre contextos de aprendizagem plural, pois são experiências formativas que circulam entre o novo e o velho, entre tradição e tradução. Nesta forma de ver, a comunidade/escola se constitui como espaço/tempo de produção de identidade que articula e negocia diferentes conhecimentos/saberes que permeiam os modos de ser das professoras Arara (Karo Tap).

Palavras-Chave. Professoras Arara (Karo Tap). Experiências Formativas. Identidades. Educação Indígena. Comunidade Indígena.

• VANILDA ALVES DA SILVA

• Flavinês Rebolo

Esta tese integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente”, do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco e o Grupo de Estudos e Pesquisas Formação, Trabalho e Bem-estar Docente (GEBem). Tem-se estabelecido, para objetivo geral, analisar as (im)possibilidades de construção do bem-estar no trabalho de professores de Matemática não indígenas, que atuam em escola indígena; para os objetivos específicos, têm-se os seguintes: 1. Identificar os fatores de (in)satisfação dos professores não indígenas de Matemática que atuam em escola indígena, relacionados ao trabalho docente e à escola indígena; 2. Identificar os desafios e as estratégias de enfrentamento no trabalho de professores não indígenas que atuam com a disciplina de Matemática no contexto da escola indígena; 3. Analisar os fatores que possibilitam ou impedem a construção do bem-estar docente do professor não indígena de Matemática que trabalha em escola indígena. Adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa e utilizaram-se, como instrumentos para coleta de dados, um questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. Como método de análise dos dados, optou-se pela Análise Textual Discursiva - ATD. Os sujeitos da pesquisa são sete professores de Matemática não indígenas que atuam em escolas indígenas da Reserva Indígena de Dourados – RID, no município de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul. O aporte teórico baseia-se em autores como, Nóvoa, Cziksentmihalyi, Jesus, Jesus e Santos, Esteve, Rebolo, Tardif e Lessard, Basso, Fiorentini, D‟Ambrósio, Nascimento, Moraes e Galiazzi, entre outros. Os resultados apontam que os professores de Matemática não indígenas que participaram da pesquisa conseguem,a despeito de dificuldades e desafios que lhes são impostos, experimentar satisfação e bem-estar, uma vez que têm conseguido criar estratégias de enfrentamento de situações adversas que caracterizam um trabalho marcado por diferenças étnicas e culturais.

Palavras-chave: Trabalho docente; bem-estar docente; professor de Matemática; educação
escolar indígena; escola indígena.

• Maria Ivone da Silva

• Ruth Pavan

O presente estudo integra a linha de pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente do Programa de Pós-Graduação – Mestrado e Doutorado – da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a (não) presença da inter/multiculturalidade no processo formativo de docentes de uma escola da rede estadual de ensino Mato Grosso do Sul. Possui os seguintes objetivos específicos: a) caracterizar os processos históricos de formação docente inicial e continuada, destacando a inserção da dimensão cultural; b) identificar possíveis relevâncias da abordagem inter/multicultural nos processos formativos dos docentes; c) identificar de que forma os processos formativos inicial e continuado se relacionam com a incorporação das imensões inter/multiculturais no cotidiano escolar; d) caracterizar os processos de formação inicial e continuada dos docentes, bem como a (não) presença das dimensões inter/multiculturais. É uma pesquisa cuja abordagem é de natureza qualitativa, na perspectiva teórica da interculturalidade crítica, que busca compreender a construção dos processos de inferiorização de determinados grupos, com destaque para mulheres, negros, índios e homossexuais, entre outros, apontando a relevância que os aspectos culturais assumem na sua dimensão de atender às novas demandas do processo educativo. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados os seguintes instrumentos: observação participante e entrevistas semiestruturadas. A observação participante foi realizada nos encontros de formação continuada de professores da referida escola, e as entrevistas foram realizadas com 13(treze) professoras, 01 (uma) coordenadora pedagógica e 01(um) diretor. Como resultado da pesquisa, percebeu-se que os professores reconhecem a existência das diferenças no espaço escolar e percebem a manifestação de preconceitos e a necessidade de trabalhar pedagogicamente com isso. Porém, ao mesmo tempo, em sua maioria, não percebem as diferenças como positivas para o processo educativo e veem-nas como oriundas das famílias. Outra forma recorrente de os professores perceberem as diferenças é associá-las a algum tipo de deficiência. O processo de formação continuada não tem discutido a temática das diferenças e inter/multiculturalidade, no entanto, é possível perceber nuances de práticas pedagógicas que se aproximam da inter/multiculturalidade crítica.

Palavras-chave: Formação de professores. Formação continuada. Inter/multiculturalidade

• José Bonifácio Alves da Silva

• José Licínio Backes

Esta tese de Doutorado em Educação foi produzida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB), Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, e do Grupo de Estudos e Pesquisas Educação e Diferença Cultural, vinculado ao PPGE-UCDB. O trabalho teve como objetivo geral compreender como as representações em torno das identidades brancas marcam o currículo de um curso de Licenciatura em História. Os objetivos específicos do trabalho foram:problematizar a representação hegemônica de uma suposta branquidade universal e as multiplicidades das identidades brancas; entender as representações que configuram o currículo de um curso de Licenciatura em História; observar quais conteúdos e objetivos são mais priorizados no currículo deste curso; identificar os significados atribuídos às identidades brancas em seu currículo. As discussões e análises referenciaram-se em uma articulação entre os estudos culturais, os estudos pós-coloniais, a teoria educacional crítica neomarxista, o Grupo Modernidade/Colonialidade, os estudos críticos da branquidade, as perspectivas pós-críticas da educação, a interculturalidade crítica e o multiculturalismo crítico. Foram analisados o projeto pedagógico e as ementas das disciplinas, realizadas observações de aulas registradas em caderno de campo e entrevistas semiestruturadas com docentes e discentes do curso. Como resultado, destaca-se que o currículo do curso de Licenciatura em História analisado é colonizado pelo eurocentrismo e pela branquitude, mas observou-se, ocasionalmente, a existência de tentativas de descolonização do currículo com embates às representações inferiorizantes de negros e indígenas. Concluiu-se que ainda que as representações hegemônicas acerca das identidades brancas continuem, dominantemente, marcando o currículo do curso de Licenciatura em História colaborador da pesquisa – relacionadas à naturalização do eurocentrismo enquanto padrão universal, à normalização do branco como superior e às hierarquizações epistêmicas –, existem também eventuais tentativas de ressignificar o currículo e de representar brancos, negros e indígenas fora da colonialidade que os desiguala. 

PALAVRAS-CHAVE: representações culturais; identidades brancas; currículo da licenciatura
em História.

• Rejane Aparecida Rodrigues Candado

• Adir Casaro Nascimento

Esta tese está integrada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado – da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Pertence à Linha de Pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Escolar Indígena. Compõe o programa Observatório da Educação (OBEDUC), através do Projeto 15.690 – Formação de Professores Indígenas Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul: Relações entre erritorialidade, Processos Próprios de Aprendizagem e Educação Escolar, e ao grupo de pesquisa Educação Interculturalidade. Teve financiamento parcial através do Observatório da Educação (OBEDUC) e pelo Programa Sanduíche, edital 19/2016 PSDE/CAPES. O principal objetivo desta pesquisa foi observar como a Escola Municipal Tekoha Guarani traduz conhecimentos e perceber quais lugares as ciências indígenas ocupam ou percorrem no contexto escolar. Os objetivos específicos são: a) perceber como os professores indígenas produzem e interrelacionam diferente saberes; b) observar como os indígenas concebem os processos de ensinar, aprender e avaliar; c) identificar a presença do conhecimento guarani e o lugar que ocupa no contexto da escola; e d) possibilitar diálogos e interpelações culturais com escolas indígenas mexicanas. Com base em Bhabha (2003), o presente estudo sustenta que nas relações entre culturas acontece a tradução de conhecimentos e que, nesse sentido, ao observar o espaço escolar como locus de intenso contato, é possível verificar as estratégias, os conflitos, as negociações, as políticas, rasuras e hibridações. Como aporte teóricometodológico, lanço mão dos estudos pós-coloniais e da etnografia pós-crítica em educação, que possibilitou o acesso a várias estratégias de produção de informações, como observação participante, cadernos de campo, grupo de discussão e o convívio com a comunidade escolar e lideranças comunitárias e tradicionais. As análises das informações indicam que a escola é um espaço de intensa circulação de conhecimentos, de acolhimento e produção de demandas internas e externas, que extrapolam, em muitos sentidos, os papéis e as funções da escola no sentido monocultural institucionalizado, como a segurança dos alunos e da comunidade, a ampliação no atendimento à saúde, o acesso a outras modalidades de ensino, bem como a educação superior em diversas áreas, à formação para além da alfabetização, à formação para o mercado de trabalho, garantia dos territórios tradicionais, reafirmando, em diversos momentos, que desejam investir na formação de novas lideranças. Neste sentido, a escola é um espaço profícuo de tradução de conhecimentos, debates e negociações com a comunidade interna e com parceiros, apoiadores independentes, sejam institucionais, sejam governamentais. Apesar do tensionamento entre escola e a mantenedora quanto aos conteúdos curriculares, as práticas pedagógicas são produzidas a partir do olhar indígena, indicam que as relações de poder nesse espaço estão vivas e não há espaço para a unilateralidade. 

Palavras-chave: Tradução. Escola indígena. Hibridismos. Pedagogias indígenas.

• MARIA VERÔNICA DE SOUZA

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta tese tem como objeto de estudo as ações de valorização docente no âmbito do 2o ciclo do Plano de Ações Articuladas (PAR) 2011-2014. Está inserida na Linha de Pesquisa “Política, Gestão e História da Educação” do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da UCDB. Seu objetivo é analisar o processo de implementação de ações de valorização docente no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR) 2011-2014, em dois municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, em relação aos seguintes elementos: carreira docente, remuneração docente e formação inicial e continuada. Os objetivos específicos são analisar o processo histórico de implantação e desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e do Plano de Metas Compromissos Todos Pela Educação, no contexto das políticas educacionais; identificar as ações definidas no PAR 2011-2014 relacionadas à valorização docente nos municípios selecionados; examinar como se deu a participação dos segmentos representativos da sociedade civil no processo de formulação e implementação de ações de valorização docente, no âmbito do PAR 2011-2014; verificar se as ações estabelecidas no PAR 2011-2014 foram implementadas e se traduziram em políticas de valorização docente nesses municípios. Os critérios de escolha dos dois municípios selecionados são: estar entre os cinco municípios mais populosos do interior do estado, entre esses, um com maior número de habitantes (Dourados) e o outro com menor número de habitantes (Ponta Porã). A metodologia compreendeu pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevista semiestruturada com: o gestor responsável pelo PAR; um representante do Sindicato dos Professores da Educação Básica e um membro integrante do Comitê local do Compromisso dos municípios pesquisados. Os resultados mostraram que foram implementadas as seguintes ações definidas no PAR referentes à valorização docente: na Rede Municipal de Ensino de Dourados foram aprovadas alterações parciais no Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR); na Rede Municipal de Ensino de Ponta Porã foi aprovado o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Porã que rege também a categoria do Grupo Magistério; ambos os munícipios realizaram concurso público para o magistério e instituíram 1/3 da carga horária docente para hora-atividade, conforme a Lei nº 11.738/2008. No entanto, tanto Dourados como Ponta Porã não concederam os reajustes nacionais recomendados pela legislação federal em todos os anos. Em Dourados foi aprovado em 2014, um Piso Salarial Municipal para 20 horas. Os dois munícipios ofereceram programas de formação inicial em parceria com a UFGD para os professores indígenas sem formação em nível superior, além de aderirem a programas de formação continuada do governo federal. Conclui-se que apesar de o PAR ser importante instrumento de indução do governo federal à implementação de políticas de valorização docente, essa implementação é determinada pela autonomia dos entes federados e pelas influências e contradições em âmbito local. Assim, as ações do PAR implementadas nas Redes Municipais de Ensino de Dourados e Ponta Porã e que se traduziram em políticas de valorização docente resultaram mais dos embates, das greves e das pressões do movimento do sindicato docente, do que diretamente do PAR.

Palavras-chave: Valorização Docente; Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE); Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação; Plano de Ações Articuladas (PAR).

• ALEXANDRA PIRES DO PRADO

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta tese tem como objeto de estudo o “Comitê Local do Compromisso” no contexto do Plano de Ações Articuladas (PAR). Vincula-se à Linha de Pesquisa “Políticas Educacionais, Gestão da Escola e História da Educação” do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). A criação do Comitê Local do Compromisso é uma exigência do Decreto n. 6.094/2007 que instituiu o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Na composição do Comitê Local do Compromisso está prevista a participação de representantes da sociedade civil e da sociedade política tendo como atribuições mobilizar a sociedade, acompanhar as metas de evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e a implementação das ações previstas no PAR. O objetivo geral é o de analisar a atuação do Comitê Local do Compromisso no processo de implementação do PAR (2011-2014) e as implicações dessa atuação para a democratização da gestão da Educação Básica em dois municípios do Estado de Mato Grosso do Sul. Os objetivos específicos são: contextualizar o PAR no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação e sua relação com a organização federativa do Estado brasileiro; verificar a articulação do Comitê Local do Compromisso com o Comitê Estratégico do PAR, instituído em âmbito nacional, responsável pela definição das ações, programas e atividades do PAR; e examinar a atuação do Comitê Local do Compromisso no processo de implementação das ações definidas no PAR (2011-2014), nos municípios de Campo Grande e Corumbá. Os procedimentos metodológicos são: pesquisa bibliográfica, levantamento e análise de documentos produzidos na esfera federal e na esfera municipal; entrevista semiestruturada com gestores do PAR, membros do Comitê Local do Compromisso, representantes do Conselho Municipal de Educação, de ambos os municípios, e um representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) no Estado de Mato Grosso do Sul. Os resultados indicam que o PAR induziu o regime de colaboração; o Comitê Estratégico do PAR, mesmo instituído por lei, não chegou a ser constituído e a articulação com os gestores locais foi efetivada pela UNDIME; no município de Campo Grande garantiu-se a representação de vários segmentos na composição do Comitê Local do Compromisso, entretanto, a atuação desse órgão colegiado foi influenciada pelas mudanças político-administrativas na gestão pública local; no município de Corumbá, embora se registre a ampliação de sujeitos na composição do Comitê Local do Compromisso sua atuação limitou-se na legitimação do planejamento elaborado pela Secretaria Municipal de Educação; e, em ambos os municípios, houve a centralização decisória no poder público local. Assim, apesar de a presença do Comitê Local do Compromisso, por meio do PAR, avançar no sentido de criar espaços para a participação de segmentos da sociedade civil na gestão da Educação Básica, a sua atuação no processo de implementação do PAR (2011-2014) ocorreu nos limites e singularidades dos municípios (tradição patrimonianista e centralizadora), restringindo a participação desse Comitê no processo de tomada de decisões e, em decorrência, a ampliação de práticas democráticas de gestão da Educaçao Básica no âmbito das redes municipais de ensino.

Palavras-chave: Plano de Ações Articuladas; Comitê Local do Compromisso; Gestão Democrática da Educação Básica.

• Altemir Luiz Dalpiaz

• José Licínio Backes

A presente tese de doutorado, intitulada “Eu estava no biotipo revistável”: A construção de identidades docentes em Mato Grosso do Sul no período da redemocratização do Brasil, inscreve-se na Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo geral da pesquisa é compreender o processo de construção de identidades docentes em Mato Grosso do Sul na década de 1980. A construção da pesquisa alicerçou-se nos seguintes objetivos específicos: a) identificar nos sujeitos entrevistados suas percepções, motivações e participações nos movimentos sociais, sindicatos e como isso contribuiu para o processo de construção das suas identidades docentes da década de 1980 no estado de Mato Grosso do Sul; b) examinar nas falas dos professores as razões e circunstâncias que levaram à decisão de ser professor; c) verificar como os professores se atualizavam, quais tipos de leituras faziam, o que assistiam (TV, cinema, teatro) e suas expectativas à época sobre o momento que o país atravessava; d) identificar como os professores avaliam sua atuação docente na década de 1980 e as implicações disso na educação. Foi utilizado como metodologia a História Oral, na qual se realizaram entrevistas abertas com oito professores que lecionaram em algumas cidades de Mato Grosso do Sul na década de 1980 e que tinham posturas mais à esquerda no movimento político daquele momento, sendo prometido o anonimato dos sujeitos entrevistados. A produção do texto articulou as vozes dos professores entrevistados com os Estudos Culturais e outros autores que se aproximam desse campo teórico. Como resultado, vê-se que as marcas identitárias produzidas em diferentes momentos de suas vidas, entre as diversas identidades assumidas, permanecem em suas identidades atuais, mesmo tendo passado mais de três décadas.

Palavras-chave: Identidades docentes. História oral. Redemocratização no Brasil.

• ROZANE ALONSO ALVES

• Adir Casaro Nascimento

A presente tese de doutorado vincula-se à Linha de Pesquisa: Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O objetivo geral é identificar as produções das identidades das crianças indígenas Arara-Karo da comunidade Pay Gap em meio às relações que elas estabelecem com o movimento indígena. Tal proposta tem como objetivos específicos: a) Compreender as situações históricas da Amazônia Ocidental brasileira, especificamente do estado de Rondônia, onde se constitui o ser criança indígena Arara-Karo. b) Observar as relações (seu movimentar, seu transitar, traduções e negociações) estabelecidas pelas crianças indígenas Arara-Karo no contexto do movimento indígena da comunidade Pay Gap enquanto processos próprios de aprendizagem. c) Identificar as concepções das crianças sobre o movimento indígena. Participaram deste estudo as crianças Arara-Karo e os mais velhos da comunidade Pay Gap. O campo teórico-metodológico dentro do qual se produzem e analisam os dados insere-se no grupo Modernidade-Colonialidade e Estudos Culturais. A produção dos dados contou com a utilização de procedimentos de cunho etnográfico, além de entrevistas narrativas ressignificadas (ANDRADE, 2012), uso de desenhos, fotografias, diário de campo e as observações das circularidades das crianças no contexto da aldeia Pay Gap/movimento indígena. Com base nos dados elencados, pôde-se perceber que as crianças Arara-Karo da comunidade indígena Pay Gap são sujeitos produzidos pelo movimento indígena. Entretanto, ao mesmo tempo em que são produzidos em meio ao movimento, ressignificam o próprio conceito de movimento indígena a partir da pedagogia indígena Ya Ka na ãra Wanã, ampliando e articulando tal conceito aos modos de ser desta comunidade, ou seja, aos seus modos de organização que se efetivam pelas vivências e experiências do Ya Ka na ãra Wanã/pedagogia.

Palavras-chave: Crianças Arara-Karo/Pay Gap. Movimento Indígena. Circularidade. Identidade. Ya Ka na ãra Wanã.

• JOAQUIM SERGIO BORGATO

• Maria Cristina Lima Paniago

Esta pesquisa de doutorado, intitulada “O vídeo didático além das técnicas e das tecnologias na Educação online na era da cibercultura”, está inserida na linha de pesquisa Práticas Pedagógicas e suas relações com a formação docente do curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na Educação online têm exigido dos professores o enfrentamento de novos desafios em suas concepções e apropriações. Neste contexto, destaco a importância em se questionar à elaboração de vídeos didáticos realizados por professores na Educação online na era da cibercultura tendo como objetivo principal; analisar as concepções e apropriações do vídeo didático de professores da Educação online. Os objetivos específicos são: identificar o perfil dos professores da Educação online; delinear a formação inicial/continuada do grupo investigado para a prática pedagógica na Educação online mediada pelo vídeo didático; analisar as concepções que o grupo investigado tem dos vídeos didáticos para a Educação online; investigar as apropriações no uso dos vídeos didáticos para a Educação online. A pesquisa ocorre no contexto da Educação a Distância da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (EAD/UFMS) com seus professores do quadro efetivo englobando os sete cursos de graduação. A pesquisa é de abordagem qualitativa com a utilização dos instrumentos de pesquisa questionário e o uso da entrevista. Os resultados da pesquisa indicam que os professores entrevistados entendem o vídeo didático como um dos materiais didáticos que mais se identifica com a Educação online, porém sentem-se despreparados e frustrados com o resultado de seus vídeos, buscando em seus pares, em cursos de formação continuada e feedback dos alunos meios para vencerem suas próprias limitações e percebem que é preciso repensar a Educação online em sua totalidade urgentemente.

Palavras-Chave: Educação online. Vídeo Didático. Cibercultura. Prática docente, Formação docente.

• Pedro Rauber

• José Licínio Backes

Esta tese de doutorado está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da UCDB e teve como objetivo compreender, com base na interculturalidade crítica e nos Estudos Culturais, como os processos formativos de professores/as egressos/as do Curso de Pedagogia da UEMS se articulam com as práticas voltadas para as identidades/diferenças no espaço escolar. Foram realizadas observações em sala de aula, durante os meses de abril a novembro de 2015, de oito (08) professoras que atuam na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental na rede municipal de ensino de Dourados – MS e registradas no Diário de Campo. As percepções alcançadas a partir das observações foram aprofundadas com as falas obtidas nas entrevistas com as professoras e no grupo de discussão, entre os dias 25/11/2015 e 17/12/2015, e articuladas com as reflexões teóricas nas quais a tese se fundamenta. O trabalho inspirase nos Estudos Culturais e na interculturalidade crítica, vistos como campos que defendem os mesmos interesses e concebem as identidades/diferenças como construções culturais. A pesquisa mostrou que as professoras, em alguns momentos, aproximam-se de concepções de identidades/diferenças como passíveis de serem modificadas pelos processos educativos, portanto como não essenciais e fixas. Mostrou também que as professoras desenvolvem práticas pedagógicas voltadas para as identidades/diferenças, questionando manifestações de discriminação e preconceito, como também incentivam manifestações e o reconhecimento das identidades e diferenças nas relações em sala de aula, o que sinaliza a emergência de práticas interculturais que se aproximam da interculturalidade crítica. As professoras reconhecem as dificuldades em abordar de forma profunda e ampla as identidades/diferenças e, às vezes, preferem silenciar sobre o tema, mas se mostram abertas a processos formativos que lidam com essa temática. Concluímos, pela pesquisa efetuada, que o processo formativo dessas professoras foi fundamental para tratarem das identidades/diferenças, com destaque para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/UEMS, que oportunizou a vivência da prática docente a partir de reflexões teórico-práticas pela inserção no ambiente escolar e, em muitos momentos, oportunizou o desenvolvimento de estratégias para abordar as identidades/diferenças. Entretanto, dada a complexidade da temática, um processo formativo na ótica da interculturalidade crítica qualificaria ainda mais a prática docente.

PALAVRAS-CHAVE: Identidades e Diferenças Culturais, Estudos Culturais, Interculturalidade Crítica, Práticas Pedagógicas.

• Ana Luisa Cordeiro

• Ahyas Siss (colaborador de 01/03/2014 a 30/04/2017)

Esta tese vincula-se à Linha de Pesquisa ‘Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente’, do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB). O processo de investigação focaliza os/as afro-brasileiros/as cotistas egressos/as, no período de 2007 a 2014, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), uma das pioneiras na implementação de políticas de ação afirmativa no Brasil. Tem por objetivo geral analisar as implicações que as políticas de ação afirmativa na educação superior têm, ou não, na trajetória acadêmica e profissional de afro-brasileiros/as egressos/as do sistema de cotas. Os objetivos específicos são: a) identificar se os/as afro-brasileiros/as cotistas egressos/as da UEMS reconhecem a educação pública como um direito, bem como a própria política de ação afirmativa, e se foi importante, em maior ou menor medida, participar da política de cotas da UEMS; b) analisar se eles/as deram, ou não, continuidade na trajetória acadêmica em cursos de pós-graduação lato-sensu (especialização) e/ou stricto-sensu (mestrado e doutorado), o que tem influenciado as escolhas neste âmbito e como são afetados/as pela discriminação racial; c) examinar a inserção, ou não, deles/as no mercado de trabalho, se as atividades desenvolvidas têm sido compatíveis com a graduação ou área de formação titulada, se há retornos em capital econômico e como são afetados/as pela discriminação racial; d) identificar na UEMS a existência, ou não, de políticas institucionais de avaliação da política de cotas e de acompanhamento de egressos/as com ênfase nos/as afro-brasileiros/as, bem como se há a persistência da discriminação racial na cultura universitária. Na tese utiliza-se como aporte teórico a teoria social sobre capital cultural e capital econômico, bem como referenciais que fazem a interface educação e relações étnico-raciais. A pesquisa é de abordagem qualitativa complementando-se com dados quantitativos. No procedimento metodológico caracteriza-se como: bibliográfica, documental e exploratória (entrevistas semiestruturadas realizadas com seis afro-brasileiros/as cotistas egressos/as e com o Pró-Reitor de Ensino, Pró-Reitora de Extensão e Coordenadora do Centro de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia da UEMS). As políticas de ação afirmativa tiveram implicações na trajetória acadêmica e profissional de afro-brasileiros/as cotistas egressos/as da UEMS (2007-2014), bem como na cultura universitária da instituição que se sensibilizou mais ainda para a questão da diversidade. No período de 2007 a 2014, foram 1070 afro-brasileiros/as cotistas egressos/as. A análise dos resultados da pesquisa indicou que as cotas se evidenciam como um direito social, um mecanismo de combate aos ciclos de desvantagens sociorraciais e à discriminação racial possibilitando o acesso à educação superior de grupos historicamente alijados desse espaço, a obtenção de capital cultural (diploma) possível de ser convertido em capital econômico (renda), e de uma força social para as lutas sociais, a mudança no habitus.

PALAVRAS-CHAVE: Políticas de Ação Afirmativa; Política Educacional; Estado; Afro-brasileiros/as Egressos/as; Capital Cultural.

• Rosemeire Lopes da Silva Farias

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta tese de Doutorado em Educação tem como tema a ação dos partidos políticos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, no que diz respeito à definição de políticas públicas para a educação básica, no período da oitava legislatura, que corresponde ao primeiro mandato (2007-2010) do Governador André Puccinelli do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). A pesquisa está vinculada à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente e ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Delimitou-se esse recorte temporal por corresponder ao período em que ocorreu a tramitação, no Parlamento Estadual, dos projetos de lei definidos para estudo. O objetivo geral é analisar a ação dos partidos políticos com representatividade na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, no que se refere à definição das políticas para a educação básica, no período de 2007 a 2010, materializadas nos Projetos de Lei n. 214/2007 e n. 150/2010. Os objetivos específicos são: (a) verificar a composição da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e a representatividade dos partidos políticos que a compuseram no período definido para pesquisa (a oitava legislatura); (b) investigar como sucedeu o processo de tramitação do Projeto n. 214/2007, concernente ao ‘Processo eletivo de dirigentes escolares da Rede Estadual de Ensino’ (Lei n. 3.479/2007), e do Projeto 150/2010, referente ao ‘Programa Escola para o Sucesso’ (Lei n. 3.966/2010), com destaque aos seus objetivos e ao caminho percorrido até a transformação em leis; (c) Examinar a atuação dos partidos políticos por intermédio dos seus representantes no Parlamento Estadual, na tramitação, discussão e aprovação dos referidos projetos. O processo investigativo compreendeu coleta de dados, sistematização e análise de documentos produzidos pelo Executivo e pelo Legislativo do Estado de Mato Grosso do Sul, tais como, mensagens governamentais, projetos de lei do Executivo, atas da Assembleia legislativa, pareceres dos deputados, entre outros. Por meio da análise dos dados, percebeu-se que os projetos de lei de iniciativa do Executivo, assentados na concepção de meritocracia, deram entrada, tramitaram e foram aprovados na oitava legislatura da Assembleia Legislativa, com prevalência de partidos políticos com vertente de direita, que corroboram essa concepção, em um processo de correlação de forças e arranjos políticos. Destacou-se, no caso do PL n. 214/2007, a atuação do Partido dos Trabalhadores (PT) como mediador das reivindicações da Federação dos Trabalhadores em Educação de MS (FETEMS), que possibilitou no processo de negociação a permanência das eleições para diretor escolar, assim como alterações na proposta do governo – quanto ao valor proporcional do voto, por exemplo, como parte do processo seletivo – e, no caso do PL n. 150/2010, a manutenção do conteúdo integral da proposta do governo, instituindo a premiação nas escolas da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul.

Palavras-chave: Políticas Educacionais. Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Educação para o Sucesso. Gestão democrática. Partidos Políticos. Meritocracia

• Sirley Lizott Tedeschi

• Ruth Pavan

Esta tese está vinculada à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e tem como objetivo analisar as concepções filosófico-epistemológicas presentes nos discursos dos/as professores/as e as implicações na produção das identidades e diferenças dos/as alunos/as do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental em uma escola pública estadual de Campo Grande (MS) com alto Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Para tanto, foi feita a análise dos discursos dos/as professores/as e das observações dos/as alunos/as, para compreender a articulação entre as concepções filosófico-epistemológicas e a produção das identidades e diferenças. O trabalho inspira-se nos estudos pós-estruturalistas e entende que a linguagem não é um mecanismo de representação da realidade, mas discurso que, envolto em relações de poder/saber, produz verdades e nos subjetiva. Então, os discursos analisados nesta pesquisa são entendidos como práticas discursivas e não-discursivas produzidas em meio a relações de poder. Os sujeitos desta pesquisa – professores/as e alunos/as – são compreendidos como constituídos historicamente por meio de relações de poder/saber, o que leva a pensar que as identidades e diferenças desses sujeitos não são essências fixas e imutáveis. Nesse campo teórico, as identidades e diferenças são entendidas como produtos de processos de subjetivação sempre instáveis, sempre abertos, dispondo de um caráter de mutabilidade, de transformação. Para a produção de informações, recorremos a entrevistas semiestruturadas direcionadas aos/às professores/as e observações dos/as alunos/as; tais instrumentos são vistos como permeados de subjetividade, afastando-se a possibilidade de objetividade e neutralidade do conhecimento produzido nesta pesquisa. A análise mostrou que os discursos dos/as professores/as estão enredados em concepções filosófico-epistemológicas construídas na modernidade, contribuindo para a produção de identidades e diferenças dos/as alunos/as conforme os ideais modernos de unidade, universalidade e identidade, mas, por se darem num contexto de relações de poder, conflitos, embates, fissuras, tensões, ao mesmo tempo em que controlam, normalizam e identificam, também produzem resistências e diferenças. Trata-se de um contexto escolar marcado permanentemente por tensões entre relações de poder e práticas de resistência que possibilitam a todo o momento a configuração de outras forças, de outras relações de poder e, portanto, a produção de outras subjetividades no espaço dessa escola.

PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia, Identidade, Diferença.

• José Paulo Gutierrez

• Adir Casaro Nascimento

Esta pesquisa de doutorado, intitulada “A circularidade das crianças Kaiowá na aldeia Laranjeira Ñanderu, Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul” está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco e inserida na Linha 3 – Diversidade Cultural e Educação Indígena, ao Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade e ao Observatório da Educação Escolar Indígena/CAPES/INEP/MEC. Tem como objetivo geral investigar a circularidade das crianças Kaiowá na aldeia Laranjeira Ñanderu, dentro de seu território. Esse objetivo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: a) identificar a vivência das crianças Kaiowá na aldeia Laranjeira Ñanderu, no município de Rio Brilhante/MS; b) apresentar o significado de território tradicional para as crianças Kaiowá por meio de desenhos e fotografias; c) analisar a circularidade das crianças Kaiowá nas trilhas da aldeia Laranjeira Ñanderu. As crianças Kaiowá recebem uma educação tradicional proveniente do convívio com a família extensa a que pertencem, dos pais e irmãos do núcleo familiar e do contato com o território. O referencial teórico-metodológico, encontra-se na interface entre a Educação e a Antropologia, em especial, nas contribuições dos Estudos Culturais e da teoria Pós-Colonial, entre outros, os quais, no contexto da tese, foram sendo articulados. Quanto ao aspecto metodológico, a pesquisa é tida como qualitativa, desenvolvida em três momentos: bibliográfico, documental e de campo. Quanto aos procedimentos para a produção de dados, utilizou-se o método etnográfico, através do trabalho de campo, levantamento de fontes orais, observação das crianças, entrevistas, atividades de desenhos e fotografias. Pode-se dizer que os resultados produzidos na pesquisa reforçam o entendimento de que as crianças Kaiowá vivenciam intensamente a circularidade no território onde estão inseridas. Conclui-se que a circularidade acrescenta a dinâmica espaço-temporal e simbólica realizada nas trilhas existentes na aldeia e relaciona-se com a  organização social em que os caminhos interconectam parentelas, relações políticas e sociabilidades.

PALAVRAS–CHAVE: Circularidade; Crianças Kaiowá; Território; Povos indígenas; Aldeia Laranjeira Ñanderu;

• Ana Paula Gaspar Melin

• Maria Cristina Lima Paniago

A presente investigação foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e está vinculada a linha de pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente e ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Tecnologia Educacional e Educação a Distância (GETED). Nesta investigação buscamos analisar o curso de Licenciatura em Pedagogia para a Educação Infantil – modalidade a distância (2006-2010), oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), numa parceria interinstitucional denominada Consórcio PROFORMAR e suas implicações no processo formativo e no desenvolvimento profissional de professores da Educação Infantil. Mais especificamente conhecer e analisar o projeto político-pedagógico do curso de Licenciatura em Pedagogia para a Educação Infantil – modalidade a distância analisar, as concepções dos professores egressos sobre a formação a distância e a Educação Infantil e como professores egressos da formação à distância articulam suas concepções acerca da Educação Infantil e modalidade a distância (EAD) com o desenvolvimento profissional. Os pressupostos teóricos que embasaram as análises e demais ações desta pesquisa pautam-se em emáticas voltadas para a formação de professores da Educação Infantil, educação a distância e desenvolvimento profissional, tendo em vista as contribuições de autores que pesquisam a respeito das temáticas discutidas na pesquisa. A metodologia adotada para o desenvolvimento desta investigação baseia-se na pesquisa qualitativa, sendo que na produção dos dados utilizamos o questionário online, a entrevista coletiva com professores da Educação Infantil, egressos do curso e uma entrevista com a coordenadora do PROFORMAR/MS. O locús foi o polo de São Gabriel do Oeste e como sujeitos os egressos do curso que atualmente se encontram exercendo a função de professores na Educação Infantil. Os resultados da investigação indicaram que a compreensão a respeito da formação de professores da Educação Infantil, na modalidade a distância (EAD) configura uma forma de ser e fazer a docência, em um movimento contínuo e complexo entre os saberes específicos e as ações que determinam e são determinantes na vida pessoal e profissional.

Palavras-chave: Formação de Professores. Modalidade a distância (EAD). Educação Infantil. Desenvolvimento Profissional. PROFORMAR. 

• Eduardo Luis Figueiredo de Lima

• Maria Cristina Lima Paniago

O presente estudo integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas relações com a Formação Docente”, e seu objeto principal busca compreender a concepção dos egressos do Programa de Formação Continuada Mídias na Educação e como este contribuiu para a formação do professor da escola pública de Campo Grande - MS e sua prática pedagógica. Especificamente, a partir de um estudo qualitativo, nvestigam-se as concepções dos professores egressos sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC  sua relação com o citado programa; identificam-se quais as implicações deste programa na prática dos professores egressos do mesmo e finalmente analisam-se as contribuições desse programa de formação continuada para as práticas docentes dos professores na utilização das TIC em suas salas de aula. Para tanto, são pesquisadas a documentação disponível do programa no website do Ministério da Educação, o projeto do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Mídias na Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e, por meio de grupos focais, são ouvidos 25 egressos deste curso. Os encontros dos grupos focais foram transcritos e tematizados de modo a possibilitarem a análise com base nos objetivos propostos desse estudo. Entre os resultados obtidos, destacam-se a importância dada pelos professores egressos do curso às iniciativas de formação continuada, a relativa facilidade com que lidaram com os ambientes virtuais de aprendizagem dos cursos deste programa e a concepção crítica que possuem em relação à utilização das TIC na prática escolar, essa última adquirida a partir da vivência dos professores em sala de aula e dos cursos de formação continuada aos quais estes professores participaram.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Docente; Mídias na Educação; TIC na Educação.

• Antonio Carlos Seizer da Silva

• Adir Casaro Nascimento

Esta pesquisa se insere na Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena, do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco, tendo como investigação as crianças indígenas Terena da T.I Cachoeirinha (Miranda/MS) e T.I Taunay/Ipegue (Aquidauana/MS), consideradas historicamente “terras indígenas-irmãs”. Tem como objetivo geral compreender o processo de construção da criança indígena Terena antes da escolarização e os objetivos específicos consistem em: a) Levantar as permanências e mudanças entre as gerações no processo de construção da criança Terena; b) Evidenciar as possíveis negociações entre a vivência na tradição e os atravessamentos externos; c) Ressaltar as novas tramas que tecem o “modo de ser Terena” às crianças indígenas do/ no Século XXI. Tem como referencial teórico os estudos pós-coloniais. As estratégias metodológicas para o desenvolvimento dessa proposta é o da pesquisa qualitativa – estudo de caso do tipo etnográfico (KLEIN E DAMICO, 2012), tendo como instrumento a análise bibliográfica, entrevistas com adultos de três gerações e observação participante com as crianças com registro no diário de campo. A pesquisa evidencia que os Terena desde os primeiros contatos com os não indígenas e ao longo desse processo histórico, têm se apropriado de saberes para construção da identidade da criança, porém, mesmo com essa permeabilidade dos conhecimentos externos “o jeito de ser Terena” (uma concepção de construção da pessoa Terena, numa conjunção corpo-alma) permanece na constituição da criança mesmo com uso de outros artefatos externos a sua cultura, implicando no fortalecimento identitário, linguístico e social. A criança Terena sempre esteve em todos os lugares na comunidade, em alguns momentos não muito perceptíveis aos olhos de quem vem de fora. Brincam. Correm livremente. Estão na roça. Em casa, assistem programas televisivos, brincam jogando nos celulares dos pais e/ou delas mesmas. Fazem uso da moeda corrente. São crianças indígenas Terena hibridizadas do/ no século XXI, com cuidados, brincadeiras e fazeres diários ressignificados.

Palavras-chave: criança indígena; Terena; tradição, negociação; hibridização.

• VALERIA APARECIDA DE MENDONÇA DE OLIVEIRA CALDERONI

• Adir Casaro Nascimento

A presente tese está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco/UCDB, à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena e ao Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade. A pesquisa tem como tese: que a escola ÑANDEJARA (Aldeia TE ÝIKUE) vivencia um processo híbrido e ambivalente e encontra-se em constante fronteira epistemológica e pedagógica. No presente estudo de cunho qualitativo, estive movida pela inquietação de pesquisar a escola indígena ÑANDEJARA em uma perspectiva decolonial. Neste sentido, apresento os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo geral: investigar os processos de tradução e/ou negociação entre os saberes tradicionais e os saberes ocidentais produzidos pelos professores Guarani e Kaiowá, formados em nível superior, considerando a escola indígena em uma perspectiva diferenciada e intercultural, como objetivos específicos: - identificar a relação entre a formação em nível superior e os princípios da educação escolar indígena diferenciada e intercultural; - contextualizar a escola indígena em seus ritos de produção e socialização de conhecimentos; - analisar como os professores se situam na escola e a quais estratégias de negociação e tradução recorrem e como enfrentam as possíveis tensões nas práticas escolares. Como aporte teórico, recorri às contribuições dos estudos pós-coloniais sobre a construção do conhecimento histórico e cultural dos povos colonizados e quanto aos procedimentos: a revisão bibliográfica, a análise documental, a observação e as entrevistas semi-estruturadas. Os caminhos investigativos delineados e as análises das narrativas dos professores índios apontam que em alguns momentos as práticas pedagógicas acabam sendo reguladas por normatizações do sistema escolar, mas, em outros o fazer Guarani e Kaiowá traça parâmetros epistemológicos “outros”, pautado pela pedagogia própria - ÑEMBO’E KATU que faz com que a tradução e negociação entre os saberes aconteça.

 Palavras-chave: professores indígenas Guarani e Kaiowá, educação superior, saberes tradicionais indígenas, negociação e tradução

• Maria Aparecida Canale Balduino

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Este estudo tem como objetivo analisar as implicações do Programa Jovem de Futuro (PJF) para a autonomia da gestão das escolas públicas de Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, no âmbito da parceria entre o público representado pelo governo do Estado de Mato Grosso do Sul e o privado representado pelo Instituto Unibanco (IU), no período de 2012 a 2014. Esse Instituto caracteriza-se como uma instituição do Terceiro Setor e integra o Movimento Todos pela Educação, organizado a partir do empresariado brasileiro. Vincula-se à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente, e ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), da Universidade Católica Dom Bosco. Trata-se de uma metodologia para o Ensino Médio, préqualificada no Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação (MEC), uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), instituído em 2007. Em 2012 o Programa Jovem de Futuro (PJF) integrou- se ao Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), do MEC. Os objetivos específicos são: discutir as estratégias políticas que viabilizaram o crescimento das parcerias entre o setor público e o setor privado no campo educacional; descrever o processo de constituição do Projeto Jovem de Futuro, apresentado pelo Instituto Unibanco, desde sua concepção, disseminação, validação, até associar-se ao Programa Ensino Médio Inovador (ProeMI), do governo federal; examinar as consequências da implantação e implementação do Programa Jovem de Futuro, para a autonomia da gestão de escolas de Ensino Médio, da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul. A metodologia abrange a análise bibliográfica e documental (relatórios e manuais do Programa, proposta pedagógica das escolas, entre outros), além de entrevistas semiestruturadas, com os seguintes sujeitos: coordenador do Programa na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul; supervisor do Programa no estado, diretores escolares e dois representantes do corpo docente das duas primeiras escolas que receberam o Programa, ambas localizadas em Campo Grande- MS, capital do estado, selecionadas para estudo. Verificou-se que a concepção do Programa Jovem de Futuro, com foco na Gestão Escolar para Resultados (GEpR) ao encontro das diretrizes educacionais e da concepção que orienta a política educacional do governo André Pucinelli (2007-2014) centrada no tema “Educação para o Sucesso”. Os resultados mostraram que para a formação dos gestores escolares, o IU estabeleceu o curso de Gestão Escolar para Resultados, em que busca a adesão dos participantes, técnicos das Secretarias de Educação e grupo gestor das escolas à concepção e às ações do Programa. Mostraram, também, formas de controle do IU, por meio do Programa, como: seleção de profissionais na Secretaria de Educação, segundo perfil determinado; padrão de formação do curso de Gestão Escolar para Resultados ao grupo gestor; análise e aprovação do plano de ação da escola ao PJF pelo Supervisor da Secretaria de Estado de Educação, antes de ser enviado ao MEC; acompanhamento da execução do Programa pelo Supervisor do PJF; acompanhamento pelo Sistema de Gestão de Projetos no Ambiente Virtual de Aprendizagem gerenciado pelo IU; indicação de metodologias e materiais pedagógicos padronizados, aos professores, alunos e comunidade escolar; ênfase na premiação. Conclui-se que o Programa Jovem de Futuro emprega a lógica de mercado nas escolas públicas de ensino médio, e induz a responsabilização das escolas pelos resultados, que incorporam alterações nas suas propostas pedagógicas e, assim, compromete a autonomia da gestão escolar e fere o princípio da gestão democrática.

Palavras-chave: Parceria público-privada. Terceiro Setor. Programa Jovem de Futuro.
Gestão Escolar.

• Vera Lícia de Souza Baruki

• José Licínio Backes

Esta tese de doutorado está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB e teve como objetivo abordar as representações culturais que os docentes de Educação Física (re)produzem sobre o corpo diferente. Ela se inspira nos Estudos Culturais, campo teórico em que a linguagem e o discurso ocupam um papel central nos processos de construção das representações. A investigação se deu em uma universidade particular, no Curso de Educação Física, com uma turma de alunos que tinha uma aluna cega e um aluno surdo. Foram acompanhadas as aulas tanto teóricas como práticas dos professores e os registros foram feitos no Diário de Campo. Após o acompanhamento, foi realizada uma entrevista com parte dos professores da turma. Pela pesquisa efetuada, percebemos que as representações do corpo docente em relação ao corpo diferente ainda carregam as marcas da cultura cristã (piedade) e moderna (normalização, ênfase biológica). Os corpos diferentes tendem a receber reconhecimento, tanto por parte dos colegas quanto por parte de professores, quando desenvolvem atividades de sujeitos “normais”. Muitas vezes, há um desejo por parte do corpo docente de que o corpo diferente seja “normal”, ou há um alívio por ele ser mais próximo do “normal”, como é caso do aluno surdo que expressa algumas palavras e faz leitura labial. Mas as representações não são fixas. A presença do corpo diferente provoca fissuras na normalidade. Ele provoca reflexões, muda o planejamento, muda as aulas, muda a comunicação. Ele coloca em xeque a normalidade, quando questiona o jeito de falar “olha aqui”, “escuta aqui”, que atende aos “normais”, mas ignora o corpo diferente. Assim, pode-se concluir que, ainda que as representações do corpo docente do Curso de Educação Física sobre o corpo diferente estejam marcadas pela lógica cristã da piedade e pela lógica moderna da normalidade, a presença do corpo diferente está forjando outras representações sobre esse corpo.

Palavras-chave: Cultura. Curso de Educação Física. Corpo. Corpo Diferente

• Genivaldo Frois Scaramuzza

• Adir Casaro Nascimento

Esta tese de Doutorado pelo qual denomino de “Pesquisando com Zacarias Kapiaar”: concepções de professores/a indígenas Ikolen (Gavião) de Rondônia sobre a escola, se inscreve na Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. A pesquisa se institui com o seguinte objetivo geral: Identificar concepções de professores/a indígenas Ikolen (Gavião) de Rondônia sobre a escola. A pesquisa se propõe a produzir uma problematização dos seguintes objetivos específicos: a) Situar o povo indígena Ikolen (Gavião) no âmbito do processo colonial da Amazônia Ocidental. b) Observar a existência ou não de práticas instituídas na escola que busquem legitimar e fortalecer a identidade indígena. c) Verificar a existência ou não de traduções/negociações de conhecimentos no contexto da escola. d) Observar as relações dos/a professores/a indígenas com o Estado na busca de uma escola intercultural. No que se refere à análise do material produzido, a pesquisa se aproxima das contribuições pós-estruturalista do campo dos Estudos Culturais, em pressupostos das teorias Pós-Coloniais, em autores do Grupo Modernidade/Colonialidade e outros que foram possíveis articulá-los às tessituras do texto. Quanto aos procedimentos metodológicos, “inspira-se” na Etnografia Pós-Moderna articulando distintos modos de pesquisar, como: Entrevistas, Grupo de Discussão, Reuniões, e, a Colaboração presencial e contínua do professor indígena Zacarias Kapiaar Gavião que, ao tensionar a pesquisa, compõe o quadro metodológico do estudo. Podemos dizer que, a concepção dos/a professores/a Ikolen (Gavião) a respeito da escola, difere dos pressupostos oficiais de origem eurodescendentes, pois ao incorporarem práticas de educação que articula o espaço escolar aos espaços mais amplos da comunidade, os/a professores/a dilatam o sentido de escola, aluno/a, professor/a, ensino e aprendizagem, rompendo padrões estabelecidos e se aproximando de uma educação intercultural crítica e decolonial.

 Palavras-Chave. Concepções. Escola indígena. Povo indígena Gavião. Identidade/Diferenças.

• Gisele Morilha Alves

• Ruth Pavan

O presente estudo integra a linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e suas relações com a Formação Docente” e tem como objetivo geral identificar e analisar os diferentes saberes que circulam no currículo escolar do 4º ano do Ensino Fundamental em uma escola do campo de tempo integral pertencente ao PROUCA. Mais especificamente: a) compreender as diferentes abordagens curriculares ao longo da história e sua (não) presença na escola; b) identificar os saberes que se destacam no currículo do 4º ano do Ensino Fundamental na escola do campo de tempo integral pertencente ao PROUCA; c) caracterizar os diferentes momentos em que há articulação entre os saberes escolares e outros saberes. A pesquisa é qualitativa do tipo etnográfica e utiliza como instrumentos de coleta de dados a observação participante, a entrevista semiestruturada, a fotografia e o estudo do Projeto Político-Pedagógico. A pesquisa do tipo etnográfica aconteceu durante o ano letivo de 2013, com a turma do 4º ano do Ensino Fundamental. Participaram dessa pesquisa nove docentes e trinta e duas crianças. Os dados mostraram que a escola pesquisada não discute sistematicamente as questões do campo numa perspectiva de fortalecimento e de emancipação das populações campesinas. Porém, percebemos a preocupação dos professores e professoras em oferecer uma educação de qualidade para os alunos e alunas, e, se essa não é oferecida na dimensão crítica, isso não se deve à falta de interesse, mas ao contexto que os/as produziu e à falta de uma política de formação de professores/as que contemple a formação crítica, que inclua, entre outros, as especificidades de uma escola do campo, acompanhamento pedagógico das escolas de tempo integral e acompanhamento técnico e pedagógico ao PROUCA.

Palavras-chave: Currículo. Educação do Campo. Práticas Pedagógicas. PROUCA.

• Laura Marcia Rosa dos Santos

• Ahyas Siss (colaborador de 01/03/2014 a 30/04/2017)

Esta pesquisa de doutoramento aborda a política de ação afirmativa e a educação superior, no período de 2002 a 2004.  A questão central se definiu na seguinte formulação: “Como e de que forma a participação em um projeto de ação afirmativa, contribuiu para o acesso e permanência de jovens negros na educação superior, em Mato Grosso do Sul?” A pesquisa está vinculada à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente, mais particularmente no Grupo de Estudo e Pesquisa Políticas de Educação Superior (GEPPES), do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem por objetivo geral analisar se a participação em um projeto de ação afirmativa contribuiu para o acesso e permanência de jovens negros na educação superior, em Mato Grosso do Sul. Os objetivos específicos consistem em: a) identificar as estratégias utilizadas pelos participantes do projeto para a escolha da área de formação; b) analisar a trajetória educacional dos participantes do projeto Negraeva; c) compreender que sentido a política de ação afirmativa tem para os egressos do Projeto Negraeva. Como procedimento metodológico utilizou-se: a) pesquisa bibliográfica: revisão da literatura a fim de estabelecer a fundamentação teórica e para análise da categorização da produção científica que trata da política de ação afirmativa, política de educação superior, do acesso e permanência b) pesquisa documental: buscou-se o levantamento documental do Projeto Negraeva, compreendendo: 1) coleta, seleção e estabelecimento do corpus documental; e 2) entrevista semi-estruturada com egressos do Projeto. O desenvolvimento da pesquisa fundamentou-se no pressuposto de que a participação de jovens negros no Projeto Negraeva possibilitou a sua inserção no mercado de trabalho de forma qualificada, mas ainda permanece o distanciamento do princípio de igualdade tratado na Constituição Federal de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), pois, esse grupo pode acessar os bens materiais por conta da conclusão da graduação e da inserção no mercado de trabalho, mas ainda continua enfrentando e passando por um processo acirrado de discriminação. Os resultados mostram que a participação, neste projeto, foi essencial para que esse grupo permanecesse e concluísse a educação superior, bem como demonstram que de forma indireta e direta, o projeto provocou mudanças na forma de pensar e compreender o que vem a ser uma ação afirmativa e como ela pode ser um diferencial na vida das pessoas que foram contempladas por ele. Conclui-se que a participação, nesse projeto, contribuiu para a formação coletiva da consciência racial que aparece precedida de conflitos decorrentes das interações sociais.

 Palavras-chave: Projeto Negraeva. Política de Ação Afirmativa. Educação Superior.

• Rosimeire Martins Regis dos Santos

• Maria Cristina Lima Paniago

Esta tese integra-se à Linha de Pesquisa "Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente" do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado, da Universidade Católica Dom Bosco e ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologia Educacional e Educação a Distância, (GETED/UCDB). Tem como objetivo geral de pesquisa analisar a formação continuada de professores indígenas e não indígenas na modalidade presencial e em redes sociais evidenciando suas implicações e possibilidades interculturais. Na sequência, apresenta os objetivos específicos que são: a) Descrever o perfil dos professores em relação à sua formação inicial e continuada; b) Analisar as concepções dos professores indígenas sobre formação continuada e sobre a inserção das TIC e redes sociais na Educação; c) Compreender as relações dialógicas estabelecidas na formação continuada; d) Analisar as implicações e possibilidades encontradas no uso das TIC e redes sociais na prática docente dos professores indígenas participantes da formação; e) Compreender as identidades dos professores indígenas construídas na formação continuada no espaço virtual. Para isso, discute a temática das relações interculturais, relacionando-a com a questão da formação continuada e prática docente mediada pelas TIC e redes socias, especificamente de um grupo de professores indígenas da etnia Terena. Adotou-se uma abordagem de pesquisa qualitativa de cunho etnográfico virtual. Como procedimento metodológico utilizou-se uma combinação de geração de registros: a) Observação participante em reuniões e encontros presenciais e virtuais; b) Questionários online e impresso individual com questões abertas e fechadas; c) Captura dos diálogos, links, imagens, fotografias e textos entre os sujeitos participantes da formação continuada nas redes sociais Ning e Facebook. Os resultados da pesquisa apontam que a Formação Continuada de Professores Indígenas e Não Indígenas em Contexto Presencial e em Redes Sociais abre espaços para reflexões, sendo possível construir novos conhecimentos de maneira colaborativa e valorizando as diferenças étnicas e culturais na busca do diálogo e do respeito. O uso das TIC e redes sociais como espaço de encontro pode somar-se à formação continuada de professores, no sentido de ampliar as relações entre grupos e oportunizar aprendizagens. Defendemos uma formação continuada intercultural alicerçada nas necessidades dos docentes, respeitando saberes, maneiras de viver e pensar. O reconhecimento da importância da escuta e do diálogo no sentido de compreender seu(s) significado(s) e sentido(s) em uma determinada cultura é condição importante para avançar na busca de práticas educativas interculturais na formação continuada de professores.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Continuada de Professores. Tecnologias de Informação e Comunicação. Redes Sociais. Interculturalidade. Professores Indígenas e não indígenas.

• Nadia Bigarella

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Esta tese de Doutorado em Educação tem como objeto o papel do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (CEE/MS), na definição de políticas de gestão para a educação básica, expressas nos programas apresentados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS), no período de 1999 a 2014. Está vinculada ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais Gestão da Escola e Formação Docente, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco e foi financiada pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul. Procurou responder a indagação: qual o papel do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul na definição de políticas para a gestão da educação básica no período de 1999 a 2014? Seu objetivo geral é analisar o processo histórico de constituição do Conselho Estadual de Educação e seu papel na definição de políticas para a gestão da educação básica, expressas nos programas educacionais apresentados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, no período de 1999 a 2014. Seus objetivos específicos são: a) discutir a formação e o movimento dos conselhos de educação no contexto do projeto do Estado republicano brasileiro; b) verificar a trajetória e a legislação que orienta a composição, representatividade, organização e funcionamento do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul; c) examinar os programas de gestão para a educação básica e os processos participativos do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul nas discussões e decisões sobre esses programas educacionais na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, no governo José Orcírio Miranda dos Santos (1999 a 2006) e no governo André Puccinelli (2007 a 2014). A investigação compreendeu coleta, sistematização e análise de documentos produzidos em âmbito federal e em âmbito estadual, como legislação, mensagens à Assembleia Legislativa, programas educacionais e de documentos produzidos por esse Conselho: atos normativos (indicações, pareceres e deliberações) e, principalmente, atas das reuniões plenárias. Os resultados permitiram constatar que o CEE/MS, como órgão público, permanente, criado por lei, integrante do poder executivo, desempenhou, no período, papel técnico-normativo, pois com composição pouco representativa, não se constituiu como fórum articulador dos diferentes interesses sociais. Assim, no período correspondente ao governo José Orcírio Miranda dos Santos (1999-2006), do Partido dos Trabalhadores (PT), afastou-se do debate na perspectiva de gestão democrática e das decisões sobre os programas educacionais. No período correspondente ao governo André Puccinelli (2007-2014), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), legitimou os programas educacionais, pois sequer questionou as parcerias realizadas pela SED/MS com o setor privado e, portanto, traduziu a vontade do governo. Em síntese, no período, não atuou como órgão de Estado, sendo que não expressou aos governos os interesses da sociedade, formulando estrategicamente as políticas estaduais para a gestão da educação básica.

Palavras-chave: Conselho Estadual de Educação de Educação de Mato Grosso do Sul. Gestão democrática da educação. Programas educacionais.

• Cláudia Mara Stapani Ruas

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Este trabalho vincula-se à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente e ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE). O objeto de análise desta tese tem como foco um segmento específico da educação superior, o setor privado com fins lucrativos, tendo como parâmetro o Grupo Anhanguera Educacional. Esse grupo foi selecionado pelo fato de ser a primeira Instituição de Educação Superior (IES) privada com fins lucrativos a abrir seu capital na BM&FBovespa; ser eleita, 2010, líder em fusões e aquisições, tornando-se a maior IES privada da América Latina e por estar presente em Mato Grosso do Sul. O objetivo geral é analisar, a partir do movimento de fusão e aquisição (F&A), o modelo de gestão do Grupo Anhanguera Educacional, decorrente de sua entrada na BM&FBovespa, em 2007. Os objetivos específicos são: a) analisar as políticas públicas que viabilizaram a oligopolização da oferta da educação superior; b) descrever a trajetória do Grupo Anhanguera Educacional desde o início de suas atividades até se tornar um dos maiores oligopólios educacionais e por último, c) analisar o modelo de gestão do Grupo Anhanguera: exigências eestratégias necessárias para a inserção e permanência lucrativa no mercado de capitais. A delimitação desta pesquisa compreende os anos de 2007 a 2012. Para a escolha do ano de 2007 considerou-se o fato de ter sido a partir deste ano que as instituições de educação superior privada, com fins lucrativos, abriram seu capital, promovendo o processo de F&A e consolidando a formação dos grandes oligopólios da educação superior privada. O fechamento do período desta pesquisa, no ano de 2012, deve-se ao fato de ter sido o último ano do Grupo Anhanguera como empresa adquirente de outras IES, em função da sua fusão com o grupo Kroton. O método é fundamentado no materialismo histórico dialético e o procedimento metodológico, em um primeiro momento, utilizou-se a pesquisa exploratória, com o levantamento dos documentos produzidos e veiculados pelo Grupo Anhanguera Educacional, seguida da pesquisa bibliográfica em livros, teses, dissertações, artigos científicos relacionados à temática proposta, além de revistas e jornais de circulação nacional e sites de empresas de consultoria do setor educacional. Em um terceiro momento a pesquisa voltou-se para a análise de documentos oficiais, pertinentes às políticas educacionais implantadas no Brasil. Por último, realizou-se entrevista, utilizando-se um roteiro de questões previamente estruturado, aplicado ao fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Anhanguera Educacional, cujas informações foram utilizadas ao longo do corpo deste trabalho. A partir da compreensão do cenário da educação superior privado, com fins lucrativos, ressaltou-se que o resultado desta pesquisa apontou para um modelo de gestãogerencial oligopólico, como exigência do capital financeiro,guiado por estratégias racionalizadora, reducionista, otimizadora e padronizadora,apontando como tendência a monopolização do setor, pelo próprio movimento de F&A observado nos últimos seis anos descritos nesta pesquisa. 

• Carlos Magno Naglis Vieira

• Adir Casaro Nascimento

Esta tese de doutoramento está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena e ao Grupo de Pesquisa Educação e Interculturalidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco/UCDB. A pesquisa tem como objetivo geral identificar os elementos que contribuem na produção de identidade e diferença das crianças indígenas em contexto urbano frente aos conflitos e às tensões produzidas na Escola Municipal Sulivam Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono, no município de Campo Grande/MS, e como objetivos específicos: a) Identificar as concepções sobre o ser indígena em contexto urbano dos atores envolvidos na Escola Municipal Sulivam Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono; b) Identificar as relações entre as crianças indígenas e os diversos atores que compõem o espaço escolar não indígena da Escola Municipal Sulivam Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono; c) Verificar se a Escola Municipal Sulivam Silvestre Oliveira – Tumune Kalivono trabalha com elementos interculturais considerando a presença das crianças indígenas e os saberes não indígenas. Como suporte teórico inspiro-me nas contribuições teóricas que podem ser localizadas na versão pós-estruturalista dos estudos culturais, nos pós-coloniais e nas discussões realizadas pelo grupo Modernidade/Colonialidade. A pesquisa de caráter qualitativo tem como procedimento metodológico a realização de entrevistas, a observação participante, a análise documental e bibliográfica e outros recursos, como desenhos, redações, fotografias e vídeos. Presenças culturais marcantes e significativas no espaço escolar do município de Campo Grande/MS, as crianças indígenas em contexto urbano constituem um segmento pouco pesquisado nos meios acadêmicos, em especial no que se refere a aprender a ouvir as vozes que foram silenciadas e invisibilizadas pela modernidade homogeneizante. A pesquisa evidencia que as crianças indígenas que estudam nas escolas urbanas de Campo Grande/MS sofrem com uma prática pedagógica de exclusão, silenciamento, subalternização e marginalização do diferente e, por isso, fazem do espaço escolar um “entrelugar”, constituindo estratégias próprias para garantir e afirmar o modo de ser indígena.

• Suzete Rosana de Castro Wiziack

• Ruth Pavan

A pesquisa de doutorado ancora-se nas teorizações críticas de educação e contempla os estudos sobre Educação Ambiental (EA), Formação de Professores e Currículo traduzidos no Quefazer de profissionais da educação frente ao desenvolvimento da EA no currículo escolar. A investigação se insere na Linha de Pesquisa "Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente", do Programa de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco. O objetivo geral da investigação é compreender os limites e as possibilidades da formação docente para a EA que priorize a dimensão crítica e a realidade socioambiental da escola, para a construção de concepções críticas de educação e currículo, que potencialize um quefazer comprometido com a justiça ambiental. Os específicos referem-se a: a) compreender a importância atribuída pelos profissionais, sujeitos da pesquisa, à formação continuada e a sua relação com o quefazer docente; b) identificar, nos diferentes momentos históricos, as abordagens sobre a EA; c) identificar as concepções pedagógicas e de EA dos sujeitos da pesquisa e a sua relação com o quefazer docente; d) articular a experiência dos professores na escola com o quefazer no currículo da EA. Com a Pesquisa Qualitativa e o delineamento de um Estudo de Caso, definiu-se o campo empírico da investigação, incluindo os professores, gestores e o currículo de uma escola participante do processo da Formação Escolas Sustentáveis e Com-Vida. Como procedimento teórico-metodológico foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os sujeitos da pesquisa, observações no cotidiano escolar e análise documental de propostas oficiais de formação de educadores ambientais, além de documentos da escola. Os resultados evidenciam o papel ativo dos professores da escola, mesmo em condições precárias de trabalho, sendo que as tensões vivenciadas pelos docentes no currículo escolar não se colocam como impedimento final para um quefazer que se aproxima da concepção crítica de currículo e de Educação Ambiental.
Palavras chave: Educação Ambiental. Quefazer docente. Currículo. Formação de professores.

• Jose Francisco Sarmento Nogueira

• Neimar Machado de Sousa (permanente até 2012 / colaborador de 2013 até 2015)

Essa tese de doutorado intitulada “Relações multi/interculturais e identitárias a partir do uso de tecnologias digitais: Um olhar sobre o ambiente da Escola Municipal Ñandejara na reserva Te’ýikue em Caarapó, no Mato Grosso do Sul” está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Doutorado e Mestrado em Educação da UCDB. Os Kaiowá e Guarani, dentre os povos autóctones, são a maior nação do estado de Mato Grosso do Sul, localizado no Centro Oeste brasileiro. Esse povo tem traçado, ao longo de sua história, uma constante relação com as tecnologias impostas pela modernidade/colonialidade e, desde os primeiros contatos, mantém uma relação de apropriação e resignificação de tecnologias apresentadas pelo seu entorno. Nos últimos anos surgiu a tecnologia digital, representada por ferramentas como filmadoras digitais, máquina fotográfica digital, computadores e a internet. Essa pesquisa, que tem como recorte espacial a escola Kaiowá e Guarani Ñandejara localizada na aldeia Te’ýikue, analisa a relação multi/intercultural do uso dessas tecnologias digitais pelos alunos e professores da instituição e, para tal, apresenta os seguintes objetivos específicos: a) Conhecer o processo histórico que levou os Guarani às condições atuais de subalternização e exclusão; b) Entender os conceitos de cultura e como ela revolucionou a maneira de pensar as relações sociais na modernidade; c) Apresentar os conceitos de multi/interculturalidade; d) Observar a relação da identidade cultural com o uso das tecnologias digitais. A tese utilizou o método qualitativo apoiado em trabalho de cunho etnográfico, conversas informais com professores que utilizam ferramentas digitais, além da revisão bibliográfica. O trabalho também considerou dados compilados em dois fatos educativos específicos sobre o universo digital, sediados na escola: o Fórum de Discussão sobre Inclusão Digital nas Aldeias (FIDA) e o ponto permanente de cultura Teko Arandu. Os resultados da pesquisa indicam que o uso dessas tecnologias digitais nesse ambiente cria um sujeito híbrido. Aponta também o uso da internet como estratégia de defesa por meio da participação em um território hegemônico.

Palavras-chave: Multi/interculturalidade; Kaiowá e Guarani; Hibridismo, Tecnologias Digitais, Identidade.

• Andrea Natalia da Silva

• José Licínio Backes

Esta tese de doutorado está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Doutorado e Mestrado em Educação da UCDB. Teve como objetivo analisar as práticas mono/multi/interculturais presentes no currículo de uma escola do campo, articulando-as com a produção das identidades/diferenças dos/as alunos/as. Para dar conta desse objetivo, estabeleci os seguintes objetivos específicos: 1 -identificar as diferenças culturais presentes na escola do campo; 2 -observar se os educadores percebem as diferenças culturais na escola; 3 -descrever a postura dos educadores diante das relações que os alunos estabelecem com os diferentes grupos culturais; 4 -explicitar as representações de diferença cultural que circulam na escola; e 5 -analisar a proposta pedagógica da escola, identificando aspectos mono/multi/interculturais. A escola, lócus da pesquisa, está localizada no Assentamento Itamarati II e atende a uma média de 850 alunos/as dos Anos Finais do Ensino Fundamental. O estudo foi realizado inspirado nos Estudos Culturais, com investigação qualitativa e com pesquisa de campo. Recorri à bricolagem como abordagem metodológica e às observações do cotidiano escolar, as quais foram registradas no diário de campo com fotografias durante os anos de 2012/2013. Entrevistei 17 professores/as e conversei com 35 alunos/as entre 11 e 17 anos, subdivididos em 09 grupos, de A a I, e, também com uma aluna acampada do 8º ano. A tese mostrou que o currículo da escola geralmente ainda desenvolve práticas monoculturais, mas em alguns momentos há práticas inter/multiculturais. Nas práticas, os/as professores/as percebem as identidades/diferenças presentes na escola, mas nem sempre sabem como lidar com elas, reconhecendo que não tiveram formação para isso. O currículo contribui muitas vezes para reproduzir as representações identitárias hegemônicas e estereotipadas. Isso se deve à predominância da lógica monocultural, que contribui para silenciar a diferença cultural que circula na escola. Conclui-se que o currículo da Escola Nova Itamarati passa por um momento de transição, em que, apesar da predominância da lógica monocultural, práticas inter/multiculturais se tornam cada vez mais presentes na escola. Com isso, novas identidades/diferenças podem ser construídas, quiçá capazes de questionar todas as formas de discriminação e subalternização.

• Maysa de Oliveira Brum Bueno

• Maria Cristina Lima Paniago

Esta pesquisa de Doutorado, intitulada “Cultura Digital e Redes Sociais: Incerteza e Ousadia na Formação de Professores”, está inserida na linha de pesquisa Práticas Pedagógicas e suas Relações com a Formação Docente do curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação – UCDB. O crescimento exponencial da internet e as rápidas transformações tecnológicas possibilitaram o surgimento de ferramentas e plataformas de redes sociais favorecendo a interação em ambientes virtuais. As redes sociais digitais surgem como proposta de espaço de construção colaborativa, formação, relacionamentos e nós. A presença online de professores caracteriza esses espaços de educação que transcendem as paredes das instituições, formando espaços informais que conectam redes diversas ampliando seus limites. Esta pesquisa analisa a cultura digital estabelecida entre os professores em formação nas redes sociais digitais tendo como foco o Facebook. Busca também analisar o perfil dos professores participantes da pesquisa e identificar suas concepções sobre a participação nas redes e nos grupos. Esta pesquisa fundamenta-se na teoria do conectivismo para explicar os nós e as ligações em rede entre os professores participantes da pesquisa. A pesquisa é qualitativa e a abordagem metodológica escolhida é a etnografia virtual. Como contexto para o desenvolvimento dessa investigação, consideraram-se dois grupos dentro da rede social Facebook: o Grupo de Estudos e Pesquisa em Tecnologias Educacionais e Educação a Distância (GETED) e o grupo A Cultura Digital e Formação de Professores. Como sujeitos da pesquisa foram considerados professores em atividade. Desse modo, para desencadeamento das interpretações, partiu-se de registros lançados no mural dos grupos e de depoimentos solicitados pela pesquisadora, observações e um questionário. Os resultados da pesquisa indicam que a participação nos grupos nas redes está vinculada à formação continuada com características de colaboração, partilha, diálogo e amizade, isso evidencia cultura digital. Como resultado também se destaca que a experiência nos grupos favorece interações e, consequentemente, uma formação continuada.

• Jassonia Lima Vasconcelos Paccini

• Regina Tereza Cestari de Oliveira

Este estudo tem como objeto de investigação o processo de implementação do “Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”, desenvolvido em âmbito nacional pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP). Vincula-se à Linha de Pesquisa Políticas Educacionais, Gestão da Escola e Formação Docente, e ao Grupo de Pesquisas Políticas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE) da Universidade Católica Dom Bosco. Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa, fundamentada no pressuposto de que, apesar deste Programa governamental ser específico de educação inclusiva para a educação básica, constituído nos anos 2000, ele retoma conceitos/propostas/perspectivas tradicionais da política nacional de educação especial da década de 1990. Seu objetivo geral é analisar como o Programa se constituiu no âmbito das políticas educacionais e sua implementação nos municípios-polo sul-mato-grossenses de Campo Grande e Paranaíba, no período de 2003 a 2010. Seus objetivos específicos são: a) identificar a concepção de inclusão escolar, propostas e perspectivas expressas no “Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”; b) verificar a relação do governo federal com os entes federados (municípios), no processo de implantação e implementação do Programa; e c) investigar o processo de implementação do Programa em municípios-polo de Mato Grosso do Sul, na perspectiva do governo federal de construção de “sistemas educacionais inclusivos”. Como procedimento metodológico utilizou-se a análise de documentos produzidos em âmbito federal e municipal que registraram a proposta e a materialização do Programa, as políticas de educação e da educação especial, os planos de governo, a legislação educacional local e as entrevistas de caráter semiestruturado, com os secretários municipais de Educação e coordenadores locais do Programa. Os resultados mostram que o Programa lançado em 2003 estava inserido no Projeto Plurianual de implementação da educação inclusiva: acesso e qualidade para todos nos municípios brasileiros. Em 2007, inseriu-se no Plano de Ações Articuladas (PAR), integrante do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como instrumento de política de educação inclusiva para a educação básica. Trata-se de um Programa unificado de formação continuada de educadores, elaborado pelo governo federal e executado pelos municípios-polo. Foi desenvolvido em parceria com 169 municípios-polo e atingiu 100% dos municípios do país. Em Mato Grosso do Sul o Programa foi desenvolvido em cinco municípiospolo, atingindo todos os 79 municípios do estado. Verificou-se que o Programa retoma conceitos e perspectivas de anos anteriores ao focar suas ações nos grupos com deficiência e ter como locus prioritário os serviços de atendimento educacional especializado. Com o Programa os municípios estudados passaram a matricular esse grupo de alunos nos seus sistemas de ensino. Paranaíba designou um responsável pela educação especial e passou a ofertar atendimento educacional especializado, como sala de recursos multifuncional. Campo Grande ampliou em 100% o atendimento educacional especializado. A expansão dos serviços especializados ocorreu com apoio do MEC, principalmente a partir de 2007, aliando a focalização de suas ações ao grupo com deficiência, discurso comum nas políticas dos anos 1990.

• Claunice Maria Dorneles

• Ruth Pavan

Esta tese vincula-se à Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e Suas Relações com a Formação Docente e ao Grupo de Pesquisa Currículo, Práticas Pedagógicas e Formação de Professores. Tem como objetivo geral analisar a concepção dos professores das Salas de Recursos Multifuncionais (tipo II) e do ensino regular sobre a in/exclusão de estudantes com deficiência visual na educação básica, bem como a atuação desses docentes. Os objetivos específicos consistem em compreender os processos de in/exclusão escolar dos estudantes com deficiência visual com base na legislação; identificar como o processo de in/exclusão dos estudantes com deficiência visual está sendo materializado na prática escolar, no contexto da implantação das Salas de Recursos Multifuncionais (tipo II); analisar a concepção dos professores das Salas de Recursos Multifuncionais (tipo II) sobre a in/exclusão dos estudantes com deficiência visual matriculados no ensino regular; analisar a concepção dos professores sobre a in/exclusão dos estudantes com deficiência visual nas suas salas de aula do ensino regular e frequentam a Sala de Recursos Multifuncionais (tipo II). A abordagem teórico-metodológica é qualitativa e fundamentada na teoria crítica da educação. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e observações. A pesquisa de campo foi realizada em 5 escolas da rede pública de ensino do estado de Mato Grosso do Sul, sendo 3 da rede estadual e 2 da rede municipal de Campo Grande-MS. Os resultados revelam que, embora haja um reconhecimento da importância do processo de inclusão, a diferença ainda é recorrentemente ocultada sob a alegação de que todos devem ser tratados como normais. Na concepção e prática escolar, também vigoram processos que tensionam a in/exclusão dos estudantes com deficiência visual. Os professores apontaram que há necessidade de dedicação exclusiva para o apoio especializado. Ela possibilitaria uma maior interlocução com os professores do ensino regular, o que, segundo os entrevistados, contribuiria para uma inclusão mais digna e emancipadora dos estudantes com deficiência visual.

• Cláudia Pereira Xavier

• Adir Casaro Nascimento

A pesquisa apresentada a seguir está articulada à área de concentração do PPGE/UCDB na Linha de Pesquisa “Diversidade Cultural e Educação Indígena”, no Grupo de pesquisa “Educação e Interculturalidade”, trazendo preocupações com aspectos relativos às questões que envolviam/vem a diferença no que tange as referências culturais dos sujeitos e contextos pesquisados, entre outros aspectos que caracterizam os estudos pertinentes a este campo. É a tradução de uma problematização que surge a partir da trajetória profissional da pesquisadora, ainda em construção, que foi tentando produzir reflexões acerca desses contextos que a “atravessaram” e que a levou a propor, desse modo, a tarefa de investigar com mais demora o espaço da universidade, observando, analisando, descrevendo e buscando compreender este espaço no desafio diante da sua possível “reinvenção”, “ressignificação” na função de formadora da/o educadora/or intercultural. Percebe a necessidade de chamar a atenção não só para o conhecimento validado pelo viés da ciência que o mundo acadêmico tem chancelado, como pelo viés da ciência de saberes outros, historicamente produzidos noutros contextos, noutras lógicas. Traz como inspiração metodológica de pesquisa a sociopoética de Jacques Gauthier e vai, ao longo da parceria/autoria com os sujeitos da pesquisa, compondo esse espaço assumindo e sendo, este “cérebro coletivo” produtor de conhecimento mediante o exercício reflexivo que pretende colaborar na construção de relações menos assimétricas e mais horizontais, neste campo importante que é a docência, enquanto reconhece e reafirma a legitimidade desses outros saberes. A pesquisa ancora suas reflexões articulando a referência do pensador Paulo Freire, autores pós-coloniais e aproximações com os estudos culturais. Dedica-se a fortalecer conceitos relevantes neste estudo, quais sejam, a cultura, a multiculturalidade e a interculturalidade, a partir dos quais outros conceitos relacionados (identidade, diferença, cultura híbrida, ambivalência, entrelugar, diversidade, igualdade, fronteira, entre outros) aparecerão buscando ancorar as reflexões que esta pesquisa convidou/a. Estes conceitos, como se verá, são imprescindíveis para ajudar a tecer, tramar e compreender as relações cotidianas da sociedade, da escola que, consequentemente, implicaram nos aspectos a considerar na formação do/a educador/a, sujeito central nesta pesquisa, que enseja possibilidades nesse processo de reinvenção e de releitura da extensão do significado do espaço da universidade. Nesse sentido, esta investigação busca tensionar os conceitos de “saber acadêmico” e “saber tradicional”, enquanto legitimando as culturas fica atenta ao modo como elas se constroem e se transformam permanentemente, para a importância das linguagens como veículos de fortalecimento e afirmação, e para o fato de que é dessa alteridade que se pode vir a tecer a universidade como legítimo espaço de múltiplos pertencimentos culturais.

• Sidinea Cândida Faria

• Mariluce Bittar

Interiorização da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e a democratização da educação superior, no período de 1993 a 2010. A questão central se definiu na seguinte formulação: “O processo de interiorização da UEMS possibilita a democratização da educação superior por meio da ampliação do acesso?” A pesquisa integra o Grupo de Estudos e Pesquisas Políticas de Educação Superior (GEPPES), vinculado ao Programa de Pós- Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado - da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem o objetivo geral de analisar o processo de interiorização da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e a democratização da educação superior, por meio da ampliação do acesso, no período de 1993 - 2010. Os objetivos específicos ficaram assim definidos: a) Identificar as políticas públicas de educação superior, no Brasil, com ênfase para as políticas de ampliação do acesso; b) Investigar o processo de expansão e de interiorização da UEMS, no contexto da expansão da educação superior brasileira; c) Examinar o processo de criação e expansão da UEMS, explicitando seus propósitos no âmbito das políticas públicas educacionais de Mato Grosso do Sul; d) Investigar a relação entre o processo de interiorização da UEMS e a democratização da educação superior em MS, por meio da ampliação do acesso. Como procedimento metodológico utilizou-se: 1) Pesquisa bibliográfica: revisão da literatura a fim de estabelecer a fundamentação teórica e para análise da categorização da produção científica que trata da democratização, da expansão, do acesso e da interiorização da educação superior no Brasil; 2) Pesquisa documental: buscou-se a legislação pertinente ao tema e procedeu-se ao levantamento das fontes documentais da UEMS, compreendendo: 1) Coleta, seleção e estabelecimento do corpus documental; 2) Levantamento e análise de séries históricas do Censo da Educação Superior, no Banco de Dados do INEP/MEC. O desenvolvimento da pesquisa fundamentou-se no pressuposto de que o processo de expansão e de interiorização da UEMS promove a democratização da educação superior pública na medida em que proporciona a ampliação de oportunidades de inclusão das pessoas que não teriam acesso a esse nível de ensino. Os resultados mostram o crescimento do segmento das universidades estaduais, pós-LDB/1996, no país e em MS e as ações que a Instituição tem utilizado para ampliar o acesso e possibilitar a permanência, como a adoção de mecanismos que promovem a igualdade de oportunidades, por meio de ações afirmativas quando foi uma das primeiras universidades públicas a implantar o sistema de cotas para negros e indígenas, numa atitude pioneira no Brasil. Mostram também a ampliação de vagas e cursos nas Unidades Universitárias do interior do estado e a preponderância de cursos de licenciaturas, coerente com a marca de sua identidade institucional. Conclui-se que, à luz do referencial teórico utilizado nesta Tese, a UEMS contribui para a democratização da educação superior no estado, uma vez que promove a ampliação de oportunidades educacionais por meio da interiorização desse nível de ensino, efetiva a permanência quando mantém programas de apoio e/ou assistência ao estudante e desenvolve o tripé ensino/pesquisa/ extensão em todas as suas Unidades Universitárias, consolidando o fortalecimento de uma universidade comprometida com sua função pública.

PALAVRAS-CHAVE: Política de Educação Superior. Expansão. Interiorização. Democratização

• Sonia Filiú Albuquerque Lima

• José Licínio Backes

Esta tese de doutorado está vinculada à Linha de Pesquisa Diversidade Cultural e Educação Indígena do Programa de Mestrado em Educação da UCDB e teve como objetivo identificar e analisar a produção de identidades/diferenças indígenas resultantes de sua inserção na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Para isso discute as representações indígenas produzidas no discurso colonial, as expectativas dos indígenas-acadêmicos e de suas comunidades sobre sua entrada na universidade e o próprio processo de inserção na universidade e a produção de identidades/diferenças indígenas nesse espaço/ tempo fronteiriço. Procura-se mostrar que para além das representações estereotipadas que concebem um processo de perda da identidade indígena resultante da entrada e permanência destes na universidade, o espaço/tempo universitário é um espaço/tempo fronteiriço de afirmação das identidades/diferenças indígenas. Apesar de a universidade carregar as marcas da colonialidade, os indígenas-acadêmicos desenvolvem cotidianamente estratégias políticas de afirmação e de defesa de suas identidades/ diferenças, em meio a relações de poder. Com inspiração nos Estudos Culturais pós-estruturalistas, a investigação qualitativa foi desenvolvida tendo como recorte os indígenas da etnia Terena, residentes nas terras indígenas Buriti e acadêmicos em duas unidades da UEMS dos municípios de Campo Grande e de Maracaju. Foram realizadas oito reuniões com esses indígenas-acadêmicos nas quais se desenvolveram atividades diversas como grupo focal, dinâmicas, leituras e discussões. Doze professores da UEMS de Campo Grande, Dourados e Maracaju foram entrevistados. As descrições do estudo apontam para um processo de produção de identidades/diferenças indígenas ambivalente, entre expectativas suas e de suas comunidades e a tensão de se transitar nas fronteiras étnicas. Nesse espaço/tempo suas identidades/diferenças passam por um processo de afirmação quando se deparam com o olhar da alteridade que reforça sua indianidade; quando se deparam com as discriminações que marcam suas diferenças e o seu lugar; quando subvertem as representações inferiorizantes pela determinação de mostrar a capacidade indígena; quando ignoram associações pejorativas a sua identidade de cotistas, alegando seu direito de estar na universidade; mesmo quando não permanecem mais nesse espaço como forma de proteger suas identidades inferiorizadas; quando se invisibilizam como estratégia de defesa, se as circunstâncias e relações lhes são hostis; quando se empenham em mostrar que são iguais diante de representações inferiorizantes; quando destacam sua diferença terena, mostrando suas peculiaridades identitárias, se são alvos de tentativas de assimilação e alegações de estarem perdendo sua identidade indígena. São indígenas reinventados/hifenizados/diaspóricos/fronteiriços, produzidos em meio a relações de poder.
Palavras-chave: Educação Superior Indígena. Identidades/Diferenças Indígena. Cultura.