Tese de Psicologia aborda o preconceito e a necropolítica

16/06/2021 - 13:02 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Silvia Tada

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De 2017 a 2021, a doutoranda em Psicologia Tatiana Teixeira de Siqueira Bilemjian Ribeiro reuniu falas, cenas, notícias e vídeos veiculados nas mídias sociais que apresentavam formas de manifestação do preconceito, e também algumas políticas públicas. O objetivo foi compreender como o preconceito se tornou uma espécie de reconhecimento de si e do outro e, a partir desse reconhecimento, uma forma de vínculo entre os sujeitos. O resultado desse estudo está na tese “Tem que bater, tem que matar, engrossa a gritaria: Psicanálise e necropolítica”, que será apresentada à banca examinadora amanhã (18), via Google Meet, às 9h.

“A união dos sujeitos em uma sociedade foi tratada por Jacques Lacan como laço social, e recentemente o preconceito que circula nos discursos passou a fazer laço, ou seja, passou a unir as pessoas em torno dele. Então, propusemos a seguinte questão de pesquisa: como a emergência de manifestações e práticas preconceituosas enlaça uma grande parcela da população?”, detalhou a pesquisadora.

Segundo ela, a tese não só mostrou que o preconceito se tornou um reconhecimento de si e do outro, como também utilizou-se da psicanálise para buscar um entendimento sobre como tal reconhecimento se dá. “A pesquisa foi motivada pela emergência de manifestações de intolerância e discriminação que têm feito recrudescer políticas fascistas em vários países do mundo. Considerei o racismo dentro de produções sociais que fazem parte do nosso presente e recaem sobre o modo como vivemos, e não apenas como uma questão que afeta a saúde individual. Trata-se, portanto, de uma questão coletiva. A partir de sua dimensão pública, o discurso preconceituoso passa a ter um status de ato ou atuação. Os atos violentos constituem-se em uma dimensão coletiva, afetando um número incontável de pessoas. O preconceito é uma manifestação do racismo em um país que se estrutura por uma necropolítica, ou seja, por formas de extermínio de certas vidas”,

A pesquisa insere-se no Programa de Pós-graduação em Psicologia — Mestrado e Doutorado da UCDB e foi orientada pela professora Dra. Anita Guazzelli Bernardes. Farão parte da banca examinadora Dra. Luciane Pinho de Almeida, Dr. Cristóvão Giovani Burgarelli e Dra. Jeane Saskya Campos Tavares.

Mais informações sobre o Mestrado e Doutorado em Psicologia podem ser obtidas pelo telefone (67) 3312-3605.