Roda de conversa realizada na UCDB debate os povos indígenas e o papel da mídia

21/03/2019 - 17:00 - Extensão

Fonte: Raylson Chaves

Bate-papo entre os acadêmicos e docentes convidados foi realizado em uma das salas da biblioteca

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Foi realizada, na quarta-feira (20), na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), a roda de conversa “Os Povos Indígenas e o Papel da Mídia”, promovida pelo Centro de Documentação Indígena Antônio Brand – Cedoc. O encontro veio com a proposta de fomentar a discussão sobre o impacto das divulgações feitas pelos veículos de comunicação a respeito das questões indígenas, como deturpações e estereótipos em relação às populações e perspectivas históricas.

Em uma das salas da Biblioteca Pe. Félix Zavattaro, estiveram presentes durante o diálogo crianças indígenas e universitários de cinco etnias: Boe Bororo, Kadiwéu, Kinikinau, Terena e Xavante. Entre eles, estava a Delaine Vicente, de 19 anos, que veio da Aldeia Lagoinha, em Sidrolândia, para cursar Direito na Católica.

Já no terceiro semestre do curso, a indígena da etnia Terena, pontuou a importância da discussão sobre o tema, não só por agregar valor, mas também por apresentar um panorama das demarcações, da história indígena e do preconceito sofrido pelas comunidades. Para Delaine, os veículos de comunicação expõem, muitas vezes, de maneira deturpada a luta do povo indígena. “A mídia nem sempre passa aquilo que acontece de fato, ocorre uma generalização do movimento”, pontua a acadêmica.

Quem sentiu o desejo de compreender o seu lugar de fala, como uma não indígena, foi a graduanda do 5º semestre de Jornalismo, Thaís Libni, que afirmou a intenção de não construir narrativas como as apresentadas durante o evento. Para a acadêmica, que está produzindo reportagens por meio da disciplina “Jornalismo Impresso”, é necessário ver a realidade de perto e escutar o lado da minoria para não replicar erros e reforçar estereótipos. “Fiquei pensando no papel que eu quero exercer na mídia, porque eu vejo uma mídia que ouve apenas uma versão da história e não os dois lados”, comentou Thaís.

Durante o evento, os alunos fizeram atividades práticas para encontrar os desvios de conduta nas matérias publicadas em sites jornalísticos. O exercício aplicado pela coordenadora do curso de Jornalismo da UCDB, Me. Inara Silva, pediu para que os participantes identificassem nos materiais divulgados aquilo que os incomodava e trazia uma visão errônea sobre o movimento indígena. Os relatos de desconfortos surgiram a partir do momento em que as análises começaram — palavras como “invasão”; a ideia de “indígenas X brasileiros” e a generalização da palavra “índio” para determinar todas as etnias foram situações apontadas.

Para o professor dos cursos de História e Direito da Católica, Me. Fábio dos Santos, a temática foi pensada para refletir sobre a luta dos povos tradicionais, que perpassa por uma questão histórica por conquistas de direitos, assim como a cultural.  “O intuito é fazer valer uma identidade e fazer com que sua cultura seja de fato respeitada. Esse momento é propício para trocar ideias e aprofundar discussões”. O docente relacionou como a cultura do outro é sempre colocada como subalterna, ao expor contextos de colonização. Segundo Fábio, nossa história sempre contou o lado do colonizador de maneira heroica e nunca daquele que foi colonizado.

Mais informações sobre o Centro de Documentação Antônio Brand – Cedoc, podem ser adquiridas por meio do número (67) 3312-3590.

Texto sob supervisão de Natalie Malulei.

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