Professor da UCDB foi indicado ao Prêmio Jabuti 2016

05/12/2016 - 9:00 - UCDB

Fonte: Natalie Malulei

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Ao ler ‘Botânica’, muita gente nem abre o livro. O assunto não é preferência da maioria, mas ao ser escrito pelo professor da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Dr. Eduardo Gomes Gonçalves, se apresenta de forma interessante a todos os tipos de públicos. No livro ‘Se não fugir, é planta’, ele fala de maneira simples, engraçada, muito franca e em algumas situações até irônica, sobre esse universo paralelo em que vivem os vegetais, a forma como cada organismo funciona e até mesmo a influência deles no desenvolvimento da humanidade. 

Foi essa ousadia na hora de abordar um tema, a princípio tão técnico, que fez com que o trabalho publicado em novembro de 2015 fosse indicado ao 58º Prêmio Jabuti — a mais importante premiação literária brasileira. A obra esteve entre as dez finalistas na categoria ‘Ciências da natureza, meio ambiente e matemática’. “A editora inscreveu o livro e fiquei muito surpreso ao ver que havia sido indicado ao prêmio, porque no Brasil são publicados por ano aproximadamente dois mil títulos, e desse número enorme, foram selecionados apenas 270 para concorrer em 27 categorias diferentes. Fiquei muito feliz do meu trabalho ter sido um desses e acredito que chamei a atenção pela inovação na forma de falar sobre Botânica”, explica Eduardo.

O livro é resultado de pelo menos cinco anos de pesquisa. De acordo com Eduardo, a ideia de falar a respeito das plantas de uma forma mais leve começou a ser colocada em prática em 2012, com o blog ‘Crônicas Botânicas’, no qual em cada publicação ele aborda uma espécie diferente. Após isso, recebeu a proposta de uma editora para complementar aquele material e transformá-lo em um livro. “Eu nunca gostei de plantas. Pode parecer uma frase suicida pra quem escreve sobre botânica, mas durante boa parte da minha vida esses organismos foram incompreendidos por mim, por isso que depois de vê-las de perto, entender como funcionam e me surpreender com isso, quis dividir esse conhecimento com o mundo. Contar histórias sobre as plantas e da relação que possuem com natureza e com o homem”, contou o pesquisador.

Nos primeiros seis capítulos, a obra aborda a ‘Identidade vegetal’. “As plantas estão entre as coisas do dia a dia sobre as quais sabemos menos”, afirmou, explicando que nesse trecho ele detalha o que elas são, o que fazem, com quem e de que forma. Já no sétimo capítulo, o autor explica a relação desses organismos com o ser humano, como as plantas passaram a ser um negócio por meio das produções agrícolas e de que maneira isso nos influenciou ao logo do tempo.

Na última parte da obra, intitulada ‘Biografias botânicas’, Eduardo apresenta em forma de crônicas curiosidades sobre 15 espécies diferentes de plantas que fizeram alguma diferença na história da humanidade. Ele escolheu as variedades aleatoriamente e priorizou as que chamaram mais atenção como pingo de ouro, violeta, tomate, café e o coco da Bahia. “Você sabia que o coco da Bahia, na verdade é asiático? Os portugueses tiveram o primeiro contato com ele na Índia, e como o fruto é praticamente uma marmita, pois leva a água e a castanha muito bem embaladas, eles começaram a carregá-lo nas embarcações e trouxeram para o Brasil. São detalhes assim, que ninguém conta, que eu trago no livro”, comentou.