Leitura de bons livros ajuda a compreensão das mudanças ortográficas na língua portuguesa

12/01/2016 - 11:00 - UCDB

Fonte: Gilmar Hernandes

Algumas alterações que estão em vigor no novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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A leitura de bons livros colabora na compreensão do acordo ortográfico da língua portuguesa que está em vigor, destaca a revisora institucional da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Maria Helena Silva Cruz. Desde o dia 1º de janeiro de 2016 está em vigor o novo acordo ortográfico, padronizando a forma gráfica das palavras com relação ao uso do hífen, acentuação, a eliminação do trema, entre outras mudanças.  

Maria Helena ressalta que os entendimentos para a padronização da língua portuguesa iniciaram-se no século passado (1924). “Em 1971, já tivemos algumas alterações que, na época, foram bem significativas. Basta buscar obras anteriores que vão encontrar palavras como êle, mêdo, pôsto, naquêle, fàcilmente, cafèzinho, e muitas outras. O que é fundamental é atualizar-se. Não se processam as mudanças na nossa mente sem a devida informação”, explica.

Dos oito países que assinaram o tratado a tornar obrigatórias as mudanças já estão em vigor no Brasil, Portugal e Cabo Verde. As novas regras ortográficas não foram aplicadas oficialmente em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Conforme dados do Ministério da Educação, a padronização da língua busca facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países. O acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal.

As mudanças mais percebidas, segundo Maria Helena, referem-se ao acento circunflexo em formas como creem leem, enjoo, voo e similares; ao ditongo aberto em paroxítonas, como ideia, tipoia, por exemplo; à extinção do trema; ao emprego do hífen; acento diferencial, mantido em pôde (passado) e pôr (verbo).

Para Maria Helena, ficou muito mais fácil utilizar o hífen. “Existem particularidades a serem consultadas, mas são pouquíssimas. Em geral observa-se isto: letras iguais = com hífen  (micro-ondas; contra-ataque; inter-regional); letras diferentes = sem hífen (intermunicipal; interestadual; autoimune; socioeconômico; plurianual; autoestima - porém - autorrealização -  duplicação do R e do S – contrarrazão; contrassenso)”, completa.                                                         

Maria Helena acrescenta que foram suprimidos os ditongos abertos apenas em paroxítonas, tal como em ideia, heroico, alcaloide, paranoia. Nas oxítonas continua o acento do ditongo aberto: herói, troféu, papéis.

Também está entra as mudanças no acordo ortográfico da língua portuguesa a ampliação do alfabeto oficial para 26 letras, com o acréscimo do k, w e y. O trema foi eliminado, e pode ser usado apenas em nomes próprios, mas a mudança vale apenas para a escrita, mantendo a mesma pronúncia (linguiça, cinquenta e tranquilo). Mais informações acesse http://www.academia.org.br/nossa-lingua/lingua-portuguesa.