Partícula encontrada em veneno de jararaca caiçara pode ser base para produção de antibiótico

22/01/2018 - 9:30 - Mestrados e Doutorados

Fonte: Natalie Malulei

Dr. Ludovico Migliolo e Me. Breno Frihling fazem parte do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCDB

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A jararaca caiçara (Bothrops moojeni) é considerada a cobra peçonhenta que mais causa acidentes na região do Cerrado e, justamente no veneno dessa espécie, é que foi encontrada uma partícula que pode ser a chave para produção de um novo fármaco. A molécula foi identificada pelo biólogo Me. Breno Emanuel Farias Frihling, hoje doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Durante o mestrado, feito também na Instituição, Breno retirou o veneno da serpente e o expôs a vários processos bioquímicos de purificação até isolar a molécula fosfolipase A2, pertencente a uma classe de enzimas. Ao fazer os testes, percebeu-se que a partícula reagiu contra biofilme e também contra a bactéria Staflococus áureos — microrganismo oportunista presente no corpo humano, que se manifesta quando há baixa imunidade, e é responsável por diversos tipos de infecções.

“De acordo com a atividade da fosfolipase, nós acreditamos que ela tenha perfurado a membrana celular dessas bactérias e, ao expor o núcleo, elas acabam sendo destruídas. Com isso, é possível utilizá-la para a produção de antibióticos que vão auxiliar, principalmente, no combate à infecção hospitalar, já que esse microrganismo é um dos mais presentes nesses casos e, em muitas vezes, leva o paciente a óbito. Além disso, em situações leves, essa bactéria pode causar acnes e furúnculos e em outras, mais graves, até meningite”, explicou Breno.

Agora no doutorado, o pesquisador pretende continuar os estudos em relação à molécula e, assim como foi no mestrado, o trabalho é orientado pelo professor Dr. Ludovico Migliolo. “Pretendemos testar esta molécula em alvos diferentes, como células cancerígenas, por exemplo, e outros alunos também vão auxiliar neste processo”, complementou Ludovico.  Outro objetivo é mapear a fosfolipase A2: “Queremos identificar a composição da molécula e dividi-la para descobrirmos  qual parte dela é mais ativa em relação ao alvo (a bactéria) e que cause menos efeito colateral ao paciente”, concluiu Breno.

 

Fármacos inovadores

Alunos do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCDB estão desenvolvendo pesquisas com toxinas de anfíbios e insetos. Segundo o professor Dr. Ludovico Migliolo, entre os animais estudados, estão os sapos anuros, uma espécie de escorpião e também a lagarta de fogo.

No caso dos sapos, o alvo do trabalho é uma secreção cutânea tóxica liberada pelo anfíbio como defesa; já do escorpião, o veneno é retirado do telson (ferrão localizado na ponta da cauda), e da lagarta de fogo, do hemolinfa — líquido que atua no organismo como sangue. “A pesquisa em relação às moléculas do hemolinfa da lagarta de fogo é a que tem se destacado. Ainda é muito recente, e estamos trabalhando nos resultados, mas percebe-se que pode ter uma atividade enorme contra células tumorais”, esclareceu Ludovico.

De acordo com o especialista, a biodiversidade do Cerrado e do Pantanal é uma grande aliada no desenvolvimento de pesquisas para a produção de fármacos: “Esta variedade de fauna e flora, com certeza é um diferencial para que a gente realize estudos na área de Biotecnologia”, concluiu Ludovico.

 

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